O Banco de Portugal emitiu um comunicado em que alerta os consumidores para os cuidados que devem ter quando decidem pedir um empréstimo. O regular alerta para o aumento das burlas com recurso aos meios digitais.
“Os contactos são feitos via Facebook, Whatsapp, Messenger ou e-mail e oferecem a promessa de dinheiro fácil e imediato. Cuidado, porque pode ser enganado”, alerta o Banco de Portugal numa nota sobre ofertas de crédito através das redes sociais ou e-mail.
O regulador, liderado por Mário Centeno, realça que as burlas neste âmbito têm aumentado e que é preciso redobrar cuidados.
Crédito fácil? Desconfie
Por regra, este tipo de ofertas de crédito apresenta soluções muito fáceis e rápidas. Desconfie. Um crédito, por regra, exige alguma formalidade. Claro que dependendo do valor financiado pode exigir um pouco menos de burocracias, mas há sempre alguma formalidade num processo de financiamento.
Quem pratica este tipo de fraudes, apresenta sempre soluções quase milagrosas, prometendo resolver as necessidades de liquidez com muito rapidez. Contudo, a determinada altura do processo, há sempre o pedido de uma contrapartida monetária. Esta pode ser justificada como uma comissão para desbloquear o processo ou como uma garantia.
Resultado? Perde o dinheiro que deu como garantia ou pagamento de algum tipo de encargos e não recebe qualquer tipo de financiamento.
O Banco de Portugal apela, assim, para que se tenham cuidados extra, em especial quando se está a oferecer crédito de forma célere e sem formalidades ou quaisquer burocracias.
O supervisor traça alguns dos comportamentos e abordagens típicas da concessão de crédito fácil através das redes sociais, nomeadamente o pedido para que os clientes paguem valores adiantados, com a promessa de desbloquear um empréstimo rápido, quando na realidade estas pessoas acabam por nunca receber os financiamentos pedidos.
Consulte as listas de entidades autorizadas
Para se protegerem, o Banco de Portugal apela às famílias para que, antes de avançarem com qualquer tipo de financiamento, consultem “a lista de instituições registadas e, portanto, habilitadas a exercer atividade financeira em Portugal.”
Só as empresas que constam nesta lista podem conceder crédito. Certifique-se que a empresa com que está a negociar consta nesta lista e verifique se quem está por detrás daquela publicidade é mesmo a entidade autorizada ou se é alguém a usar indevidamente a imagem e o nome de uma entidade de confiança.
“Antes de contratarem quaisquer empréstimos ou entregarem quaisquer quantias no âmbito de possíveis contratos de financiamento, os visados devem verificar, cuidadosamente, a legitimidade das entidades financiadoras”, sublinha o supervisor do sistema financeiro.
Este tipo de burlas não é novo, mas tende a aumentar em períodos de maiores dificuldades económicas. As pessoas vêem-se numa situação financeira mais debilitada e encontram nestas abordagens a solução para os seus problemas. Contudo, quando apanhados por este tipo de esquemas fraudulentos, as pessoas perdem algum dinheiro (aquele que pagaram para, alegadamente, desbloquear o processo de financiamento) e não recebem qualquer empréstimo.