Antes de pedimos um crédito habitação, por norma, pedimos várias propostas em diversos bancos. Compará-las pode ser uma tarefa demorada e nem sempre tão simples. Neste artigo fique a conhecer alguns conceitos que deve ter em quando compra as suas propostas.
Pedro Pais é o fundador do financaspessoais.pt e do forumfinancas.pt. O Pedro é um dos maiores promotores de literacia financeira em Portugal contribuindo com centenas de artigos, ferramentas e simuladores que ajudam as pessoas a poupar, a investir ou a decifrar os mistérios da fiscalidade.
Com a quantidade e diversidade de créditos habitação existentes no mercado, torna-se complicado comparar uns com os outros, de forma objectiva.
Nesse sentido, venho aqui falar de alguns critérios-chave, que devem ser tidos em conta na escolha do banco/produto.
1. TAE
A TAE é, individualmente, a variável mais importante na escolha de um crédito. A TAE reflecte o custo total do empréstimo, incluindo indexante (Euribor), spread e outros custos (e.g., seguros). Como é evidente, quanto mais baixa, melhor.
2. Produtos necessários subscrever para o crédito
Para se poder beneficiar das melhores taxas os bancos obrigam à subscrição de variados produtos, como cartões de crédito, seguros, PPRs e outros. É importante ter este ponto em atenção, pois pode originar despesas e obrigações não desejáveis.
3. Comissões por amortizações antecipadas
Hoje em dia as comissões por amortizações antecipadas estão limitadas por lei, mas alguns bancos não chegam sequer a cobrar qualquer comissão em certos casos (e.g., amortizações até 50% do capital em dívida), é uma questão de procurar.
4. Taxas promocionais e sua duração
Com a alta das taxas de juro é frequente os bancos oferecerem no primeiro ano (e por vezes no segundo) spreads promocionais, ou mesmo spreads de 0%, que podem gerar poupanças adicionais.
5. Método de revisão da Euribor
Nas datas de revisão da Euribor os bancos utilizam diferentes métodos de cálculo da mesma. O mais normal é o valor da Euribor ser a média das taxas Euribor respectivas do mês anterior e, na minha opinião, o método mais simples.
6. Euribor a 365 ou 360 dias
A regra geral é o cálculo da Euribor ter por base os 365 dias, mas os 360 dias são mais favoráveis para o consumidor. Se conseguir encontrar um banco que utilize o cálculo a 360 dias, melhor.
7. Juros calculados diariamente ou mês a mês
Quando um banco calcula os juros diariamente (embora só os credite no final do mês), o valor da prestação varia mês a mês, o que é pouco agradável. É preferível optar pelos produtos com juros calculados mensalmente, pois sabemos que a alteração do valor da prestação só pode ter origem numa mudança de taxa (indexante ou spread).
8. Euribor
Qual a Euribor subjacente ao crédito? 3, 6 ou 12 meses? Normalmente as Euribor de menor prazo são taxas ligeiramente menores, mas como as revisões são mais frequentes também reflectem mais rapidamente quaisquer subidas.
9. Spread
Ainda que o spread esteja reflectido na TAE, é sempre um ponto a ter em conta, pois reflecte a rentabilidade e o risco que o banco está a assumir ao disponibilizar o crédito.
10. Seguros e outros custos
Os seguros, tal como o spread, também estão reflectidos na TAE, mas é interessante verificar qual o impacto mensal/anual que a componente dos seguros irá ter no total da prestação.
Já agora! Se está a pensar comprar casa, para além de saber comprar propostas, conheça todos os custos, papéis e impostos envolvidos que necessita para fazer o seu crédito habitação, neste artigo. 🙂
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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Olá Pedro
peço que comente o seguinte pedido de financiamento de crédito habitação:
-banco BBVA
-avaliação €130.000
-empréstimo €90.000
-aquisição €120.000
-Euribor 3 meses
-spread 0,75% com domiciliação de ordenado + 3 pagamentos domésticos + cartão crédito + cartão débito + PPR €600 anuais
-TAE 3,104%
-prestação 290€ + seguros €50
-rendimento mensal líquido €1200
penso que esta infromação será suficiente.
Qual é a sua opinião?
Encontro melhor proposta no mercado?
abraço.
Bom dia Pedro,
Antes de mais parabéns pelo Blog.
Precisava da sua ajuda. Estou a pensar comprar um apartamento com a minha noiva no valor de 87500€. Os nossos rendimentos liquidos mensais rondam os 1650€.
Actualmente ela erstá efectiva numa empresa e é engenheira, e eu estou a contracto numa empresa. Acha que há possibilidades de o banco emprestar sem fiadores? Actualemnte nenhum de nós tem empréstimos a seu cargo, visto termos liquidado tudo antecipadamente no fim de 2009. Obrigado
@Cláudia,
Para ser sincero não sei o que lhe dizer, mas pode ser que alguém por aqui esteja mais esclarecido em relação a essa questão em particular.
Bom dia Pedro!
Vamos comprar uma casa e pretendemos fazer um Crédito Habitação. Para minimizar as prestações mensais e antecipara a subida das taxas pretendemos fazer um crédito com Valor Residual de 30%, o qual queremos ir amortizando ao longo do prazo do empréstimo. Nos bancos não nos garantem que isto seja possível… e que os 30% finais têm de ser pagos mesmo no fim… Qual é a sua opinião?
@Ana Cristina,
A decisão entre arrendar ou comprar não é muito fácil e é um tema demasiado extenso para poder debater num comentário. Espero um dia destes poder fazer um artigo dedicado a este tema.
Em relação ao reinvestimento, tem 36 meses para comprar nova casa, segundo este site do BCP: http://www.millenniumbcp.pt/site/conteudos/60/6015/601520/article.jhtml?articleID=2743
Olá! Consulto e aprendo imendo com o vosso blog e estou novamente a pedir a vossa ajuda:
eu e o meu marido resolvemos vender o nosso apartamento, que é a nossa habitação permanente. A dúvida é: devemos comprar outro ou alugar um? Em termos fiscais o que ficará mais económico, comprar ou alugar? E se não quisermos comprar já, de que prazo dispomos para comprar outro?
Obrigada e cumprimentos
Realmente vou pensar bem no que vou fazer.
Obrigada
@Rute,
A minha opinião é que está a endividar-se demais. Normalmente não é recomendável ter um endividamento superior a 30% do rendimento (ou mesmo 25%, dado as taxas estarem bastante baixas), pelo que o seu caso em que a taxa de endividamento deve atingir 50% não é bom sinal.
O melhor que tem a fazer é repensar o que está a pensar fazer. Existem várias opções que são melhores do que comprar uma casa tão cara:
– Arrendar uma casa
– Arranjar um pé-de-meia mais significativo para dar de entrada
– Pensar em comprar uma casa mais económica
– Aguardar mais algum tempo a ver se as suas perspectivas económicas melhoram.
O motivo para os bancos lhe estarem a cobrar um spread elevado é que consideram a sua situação de risco. Para mim é uma situação de alto risco e de possível endividamento crónico, que vai limitar bastante as suas opções de vida.
Pense bem.
Isto de comprar casa tá a dar cabo de mim, pois por um lado quero muito ter uma casa, por outro lado tenho receio de me estar a endividar demais.:-(
Acha que devo tentar outro banco????