O subsídio de Natal está a chegar e pode ser tentador gastar grande parte do dinheiro em presentes para a família e amigos. Mas será uma boa decisão? Provavelmente não, e numa altura em que o custo de vida está a subir, talvez seja altura de pensar, de forma ponderada, o que vai fazer com o dinheiro extra.
Divida o subsídio de Natal em duas partes
Terá, certamente, prendas para oferecer este Natal, e se calhar até vai fazer a ceia em sua casa, por isso uma parte do seu subsídio será destinado a ter o melhor Natal possível. A estes gastos, pode destinar metade do seu dinheiro extra.
A outra metade deverá destinar ao seu futuro, ou seja, a poupar ou a liquidar créditos. E, nessa parte, vamos tentar dar-lhe uma ajuda.
Mas comecemos pela metade do subsídio destinada a esta época festiva.
O que fazer com a metade destinada ao Natal?
Pense bem antes de comprar as prendas de Natal
A oferta nesta época é muita e as marcas e comerciantes tentam convencer-nos a gastar este valor extra que recebemos. E claro, as promoções e descontos são chamativos. Mas lembre-se que, se o objetivo deles é vender, o seu é comprar e gastar o menos possível e de forma racional. Por isso não caia em tentações e não se deixe enganar.
Faça uma lista das compras de Natal
Faça uma lista das pessoas a quem vai oferecer um presente neste Natal. E à frente de cada nome a(s) prenda(s) que lhe pensa dar. Se já sabe o que quer comprar, antes de ir às lojas físicas pesquise o preço dos artigos na internet. Assim não se deixará enganar pelo chamariz das promoções.
Se não sabe o que vai dar, dê uma volta pelas lojas para ter ideias. Mas não ceda a compras por impulso. Comprar porque é a última unidade ou porque tem um desconto muito grande pode não ser o mais acertado. Pense e compre de forma racional.
Igualmente importante é não fazer as compras com o cartão de crédito. Acabará por gastar mais do que tem planeado. Use dinheiro físico. É a melhor maneira de controlar o que está a gastar.
Leia também: Promoções em brinquedos antes do Natal? Como evitar gastar mais do que queria
O que fazer com a outra metade?
A outra metade será para si, mas não para gastar em compras. Será para ajudar a sua situação financeira.
E poderá fazê-lo de várias maneiras:
Amortize ou liquide dívidas
Este é seguramente um bom destino para o seu subsídio de Natal e pode fazê-lo de duas maneiras
Liquide a dívida do seu cartão de crédito
Se não tem o pagamento da dívida do seu cartão de crédito a 100%, já reparou que está a pagar juros elevados pelo valor que passa de um mês para o outro? E talvez até já tenha reparado que a taxa de juro que lhe é aplicada é superior à fixada trimestralmente pelo Banco de Portugal (veja aqui). A razão é simples, esta taxa aplica-se aos novos cartões, e se o seu cartão for antigo, a taxa de juro pode ser maior.
Assim, se tem um dívida no cartão de crédito aproveite este valor extra para o liquidar. Será, certamente, um alívio nos próximos meses. E claro, deixe de usar o cartão de crédito nas suas compras e mude para a modalidade de pagamento a 100%.
Amortize ou liquide créditos
Se tem um crédito pessoal, aproveite o subsídio de Natal para o liquidar (ou amortizar).
Esse tipo de crédito tem uma taxa de juro alta e um prazo curto, o que faz com que a prestação possa ter um peso significativo no seu orçamento mensal.
Se o conseguir liquidar é menos um encargo mensal, o que significa que, no próximo ano, terá um “aumento” no seu rendimento disponível. Se não conseguir liquidar, pelo menos amortize parte do seu valor para reduzir a prestação.
Constitua ou reforce o seu fundo de emergência
Ter um fundo de emergência é essencial. Significa poder ser o seu próprio banco. Isto é, se precisar de dinheiro numa emergência, não terá de pedir crédito ou usar o cartão de crédito.
O fundo de emergência deverá ser igual a seis meses do seu rendimento mensal (o ideal será mesmo que seja de 12 meses) e destina-se primordialmente a dar resposta a situações inesperadas, como desemprego ou doença. Com estes dinheiro de parte, conseguirá cobrir as suas despesas enquanto procura uma solução.
Mas também se destina a fazer face a outros gastos imprevistos como o arranjo do seu automóvel ou a substituição de um eletrodoméstico que se avariou. Tendo um fundo de emergência, poderá retirar o valor que precisa. Mas depois lembre-se que terá de repor.
Leia também: Fundo de emergência: Como construir sem desequilibrar o orçamento
Poupe para a reforma
Se pensa que é muito novo para pensar na reforma, está enganado. Com a perspetiva de que as reformas serão muito mais baixas que o seu rendimento atual, o melhor será começar já a investir em produtos de poupança destinados à reforma, como por exemplo os PPR, para que a possa gozar tranquilamente. Será certamente um bom destino para o seu subsídio de Natal.
Leia também: Poupar para a reforma: Porque deve fazê-lo e como cumprir este objetivo
Reforce as suas poupanças
Mesmo que não queira investir em produtos para a reforma, pense em investir parte do seu subsídio de Natal noutros produtos de poupança.
Lembre-se que ter o dinheiro na conta à ordem significa estar a perder dinheiro. Com a subida da inflação, o seu dinheiro parado desvaloriza todos os dias.
Veja que depósitos a prazo estão a ser comercializados pelos bancos, mas considere também os produtos de poupança do Estado como os Certificados de Aforro e os Certificados do Tesouro, com taxas de juro atrativas e capital garantido.
Compre o que andou a namorar durante todo o ano
Falámos até agora em poupar, investir ou reduzir dívidas, mas talvez tenha pensado noutro destino para o subsídio de Natal. Redecorar a casa, comprar aquele eletrodoméstico que precisa, fazer uma escapadinha de fim de ano.
Claro. Estas são outras opções possíveis onde gastar parte do seu subsídio de Natal. E muito válidas. O importante mesmo é que aproveite da melhor maneira este dinheiro extra.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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