No Doutor Finanças, recebemos muitas questões, pois é um tema complexo e que influencia directamente a vida financeira dos cidadãos.
Muitas foram as dúvidas que recebemos no nosso website e também quando realizamos uma sessão Live em parceria com a SAPO, em que respondemos a algumas perguntas em directo. Veja o vídeo aqui.
Sabemos que o IRS é o documento mais importante da vida financeira e fiscal das famílias.
Muitos portugueses vêem este momento como uma oportunidade de ver o reembolso do IRS e utilizar o dinheiro para equilibrar a sua vida financeira. Contudo, a falta de literacia e de informação sobre o processo leva a que se torne um processo complexo e que pode criar alguma ansiedade nas famílias.
Sobre este tema, já nos perguntaram sobre o IRS automático, como preencher os anexos, o que deve ser declarado, se compensa fazer o IRS junto ou separado.
Para estas e outras questões o Doutor Finanças deixa as suas recomendações:
1. Esteja atento aos erros do portal
Nas primeiras semanas é possível que o Portal das Finanças esteja inacessível, devido às muitas entradas no website. É também provável que, à semelhança de outros anos, nos primeiros dias encontre erros informáticos que não permitem fazer uma simulação real ou entregar o IRS com toda a documentação necessária.
Assim, sugerimos que espere alguns dias antes de submeter o IRS. O reembolso poderá ser feito em 11 dias, diz o Governo, pelo que mais vale entregar a declaração sem erros para não influencia a data e o valor do reembolso.
2. Simule e faça comparações
Muitas das dúvidas que recebemos no Doutor Finanças prendem-se com perguntas de como «maximizar» o reembolso do IRS ou «o que é mais vantajoso».
Como consultora financeira e intermediário de crédito, não dispomos do enquadramento fiscal das pessoas individualmente, sendo que cada caso é um caso.
A melhor forma de maximizar o reembolso do IRS é simular e fazer comparações.
Antes de submeter a sua declaração, faça quantas simulações quiser. Veja se vale a pena fazer o englobamento ou não, se tem alguma despesa que quer adicionar. Mesmo que esteja abrangido pelo IRS automático, faça a simulação para perceber qual o reembolso que poderá receber.
Para quem está casado ou em união de facto, o IRS automático irá tratar os dados como duas entidades independentes, pelo que só poderá perceber o que compensa se fizer simulações. Faça uma para cada um dos contribuintes e outra em que os rendimentos são conjuntos, a diferença de valores irá demonstrar qual o melhor cenário.
3. Valide a informação
Não precisa de se assustar com as palavras «IRS Automático». Esta mudança é uma consequência da informatização do processo. Assim, o IRS automático pode ser feito por mais de 3 milhões de cidadãos, mas deve ser sempre verificado.
Todos os dados irão aparecer automaticamente no Portal das Finanças e por isso mesmo valide se a informação está correcta.
Com as despesas apresentadas no e-factura e os rendimentos preenchidos pelas entidades patronais (para quem trabalha por conta de outrem), os dados serão apresentados no ecrã e terá de os confirmar. Este é o passo importante para retirar dúvida e está no sítio certo para o fazer.
As próprias simulações são feitas com os dados carregados na plataforma. Assim, se faltar alguma informação que ache relevante, coloque a mesma no IRS manual.
Se tiver dúvidas sobre onde deve colocar a informação e como deve preencher os anexos, o Portal das Finanças dá instruções de preenchimento dos vários campos. Se ainda assim tiver dúvida, pode ligar directamente para o número 217 206 707.
Este é o passo mais importante durante este processo. Se todos os dados estiverem correctos, a declaração será submetida com sucesso.
4. Entregue o IRS
Depois de fazer simulações e validar a informação, deve carregar em «Submeter» para o IRS ficar entregue. Para quem tem a possibilidade de fazer o IRS automático, se não fizer nada, as Finanças irão assumir que a informação colocada é válida e irá fazer o reembolso ou pedir pagamento consoante os dados carregados.
Assim, aconselhamos a todos, com ou sem IRS automático, a verificar os dados e a submeter a declaração para garantir que o mesmo foi entregue.
5. Prepare o IRS de 2020
Algumas das perguntas que recebemos têm a ver como podem «receber um maior IRS» ou como podem ter um maior reembolso.
A melhor forma de ter um maior reembolso é preparar o próximo ano.
Quando entrega a declaração de IRS, está a declarar os rendimentos e despesas do ano anterior, ou seja, como o ano já terminou, não poderá fazer grande coisa para maximizar as despesas. Assim, a melhor forma de obter um maior reembolso é adquirir hábitos este ano para que, em Abril de 2020, o quadro fiscal seja diferente.
Deve começar assim desde já a preparar as deduções que possa fazer, pois ainda tem nove meses para gerir a sua vida financeira e consequentemente a sua vida fiscal. Peça sempre factura com NIF nos principais campos em que pode deduzir: educação, saúde e transportes. Lembre-se das despesas escolares, peça factura nas idas ao médico e quando faz análises clínicas, faça manualmente o pedido de factura da compra do título de transporte público, inclua as despesas de cabeleireiro, beleza, alojamento turístico e oficina automóvel no seu orçamento familiar.
Leia ainda: Na véspera de entrega do IRS, pense já no IRS do próximo ano
Bom IRS e boas poupanças!
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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Tenho uma dívida ás Finanças do Ano 2005 no Ano de 2018 penhoraram_me parte da minha reforma isto não perderá ter prescrito o valor que deveria receber cx não recebo fica para descontar á dívida, eu sou casado recebo 680€ por mês a minha esposa não tem rendimentos faço o I R S automático, as minhas despesas são aluguer da casa,luz internet alimentação e saúde etc.eu se tivesse dinheiro já tinha falado com um Advogado? Mas não tenho também não tenho e nem sei trabalhar com ele e agora aprender também é difícil pela minha idade vou fazer 73 Anos agradecia dentro do possível uma ajuda.
Cordiais Saúdações Mesquita
Olá, José.
Se há um processo de execução fiscal em curso é pouco provável que tenha prescrito (mas é difícil dizer sem saber detalhes do mesmo). A cada passo (notificação, penhora, execução) há prazos que ficam suspensos e começam a contar outros, pelo que este tipo de situações se pode arrastar durante mais alguns anos que o normalmente referido como prazo de prescrição.
Em qualquer caso, pode ir às Finanças colocar diretamente a questão quanto à prescrição…
Relativamente à questão do advogado, se tem baixos recursos financeiros pode tentar pedir apoio jurídico na Segurança Social.