Quando tomamos a decisão de iniciar um processo de investimento devemos estar preparados para vários cenários. Dentro deste enquadramento, temos dois possíveis: o positivo e o negativo. No caso do primeiro, todos sabemos lidar e gerir algo que corre bem. As nossas convicções batem certo e a carteira sobe. Porém, o segundo cenário já é mais difícil de lidar. Quando decidimos investir as nossas poupanças, que tanto trabalho nos deram a ganhar, e o resultado desse investimento começa a ser negativo, as campainhas começam a soar. As nossas opções são colocadas em causa e a decisão de investir e sair da zona de conforto é questionada. Pensamentos como “Será que fiz bem em investir?” ou “E agora?” vêm-nos à cabeça e criam-nos ansiedade. Para que isto não aconteça, é fundamental termos bem presente e validado o nosso processo de investimento.
De uma forma muito simples, o nosso conforto não deve vir do facto de a nossa carteira valorizar ou desvalorizar, mas sim de uma consciência e perceção de onde estamos a investir e porquê. Temos igualmente de perceber que o investimento é uma viagem que em certos momentos pode ser muito atribulada, e noutros pode ser muito calma. Se o nosso foco estiver no processo de investimento e nos ativos que o compõem, as oscilações negativas não nos deixarão satisfeitos, mas podem ter dois papéis importantes: o primeiro é o de colocar em causa ou validar as nossas opções de investimento, uma vez que há sempre espaço para adaptar e “afinar” o nosso portefólio; o segundo ponto relevante é que as correções (queda dos ativos financeiros) podem ser oportunidades de comprar bons ativos a preços mais reduzidos, ou seja, podem ser boas oportunidades para nos posicionarmos tendo em conta uma ótica de investimento de médio/longo prazo.
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Notícias, notícias e notícias
O mundo está em constante transformação. Os hábitos, as tendências e as modas vão mudando. Nos dias de hoje, tudo é muito mais rápido do que há umas décadas. As notícias estão à distância de um clique. Se noutros tempos apenas nos chegava informação, hoje somos inundados com informação e contra informação, o que faz com que seja mais difícil separar a realidade da ficção. Do lado positivo, um mundo mais conectado e mais ligado faz com que as oportunidades sejam superiores em praticamente todas as áreas. Como em tudo, é preciso estar preparado para as agarrar.
Voltando ao tema dos investimentos, num contexto como o que vivemos atualmente, é muito importante termos as nossas decisões muito bem validadas e fundamentadas. É ainda fundamental perceber que quem investe, deverá ter sempre uma lógica de médio/longo prazo. Este último ponto é determinante e faz toda a diferença. Num mundo cada vez mais rápido, o ruído é imenso. Quando refiro ruído, estou a destacar a quantidade de informações que surge sobre determinado tema com uma velocidade incrível.
No caso de uma empresa, por exemplo, o ruído de curto prazo pode gerar uma volatilidade maior no respetivo título, porque as pessoas podem ficar “nervosas” e ansiosas com as notícias que vão surgindo. Nestes casos, o importante é perceber o que está por trás de algumas notícias negativas e qual o impacto que estas poderão vir a ter no longo prazo. Se conseguirmos fazer esta análise, a nossa tranquilidade e probabilidade de sucesso serão muito superiores. Assim, é fundamental perceber o que está a acontecer em cada momento, mas também é determinante perceber qual o impacto que as notícias têm nos ativos no médio/longo prazo. A base de tudo isto é o conhecimento. Quanto mais informação sobre os ativos que estamos a investir tivermos, mais preparados estaremos para isolar o ruído que vai surgindo ao longo da nossa viagem de investimento.
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