O que é o burnout e como prevenir?

Mudam-se os tempos, mudam-se as consciências. A entrada no século XXI trouxe-nos uma maior sensibilidade para os problemas do foro psicológico. Cansaço extremo, falta de motivação e dificuldade de concentração passaram a ser vistos como alertas para uma das mais silenciosas doenças da atualidade: o burnout.
Neste artigo, exploramos os sintomas desta doença e como pode preveni-la.

O que é o burnout?

Em maio deste ano, a Organização Mundial de Saúde incluiu o burnout na classificação internacional de doenças, a entrar em vigor em 2022. O burnout é frequentemente associado a atividades profissionais desgastantes, tanto do ponto de vista físico como emocional. Também pode ser atribuído a outras situações, como um ambiente académico ou familiar muito exigente.
Em Portugal, os inquéritos levados a cabo pela DECO apontam para que 3 em cada 10 portugueses esteja em risco de burnout. O estudo aponta os empregados de lojas e supermercados e os profissionais da saúde (não médicos) como aqueles que correm maior risco de desenvolver sintomas de esgotamento.

Os sintomas do burnout

Os sinais de desgaste são silenciosos e podem facilmente ser confundidos com cansaço pontual. São motivados por fatores externos (tais como inadequação das tarefas atribuídas, relação tóxica com colegas e chefes, carga excessiva de horário, entre outros). Podem ser físicos, emocionais ou comportamentais.
Os sintomas físicos estão relacionados com a sensação permanente de cansaço. Mas também a insónias ou sonolência constante e dores de cabeça e corpo (não derivadas de outros problemas de saúde). Emocionalmente, um profissional em burnout sente-se desmotivado, insatisfeito e frustrado. Pode ter tendência para desenvolver comportamentos de isolamento, incumprimento de prazos e horários. Pode verificar-se ainda a incapacidade de relacionamento com colegas e chefes e falta de empatia.

Os exemplos acima mencionados são ilustrativos. No entanto, podem estar relacionados com outras patologias, pelo que, antes de retirar qualquer conclusão, é imperativo que consulte um médico.

Estratégias para reduzir os níveis de stress

Ainda que os fatores externos tenham uma grande influência no bem-estar psicológico dos profissionais, existem algumas estratégias que pode adotar para facilitar a sua vida. No entanto, voltamos a sublinhar a importância de ser acompanhado por um profissional de saúde!
Ao escolher um seguro de saúde, leia com atenção a documentação para confirmar se as consultas na área da psicologia são cobertas pela apólice. Tal como cuida do seu corpo, fazendo exames e check-ups regulares, deverá cuidar da sua mente e consultar profissionais especializados na área da saúde mental.

Partilhamos consigo algumas dicas para reduzir os níveis de stress:

  1. Coma melhor, mexa-se mais: uma boa alimentação e a prática de exercício físico são fundamentais para ter energia e conseguir lidar com os problemas de uma forma eficaz;
  2. Reduza as tecnologias: redes sociais e jogos no smartphone podem ser viciantes. Podem também ter um impacto significativo na produtividade, pelo que se aconselha que deixe de lado o telemóvel, especialmente durante os momentos de lazer;
  3. Aprenda a dizer que não: se sente que o excesso de trabalho está a afetar a sua saúde, ganhe coragem e rejeite algumas tarefas;
  4. Encontre um hobbie: aposte na criatividade das artes manuais ou de outro passatempo para focar a mente noutro assunto e desligar dos problemas do dia a dia;
  5. Aprenda a relativizar: em vez de procurar o problema, foque-se na solução e crie estratégias para relativizar aquilo que o preocupa.

O burnout ocorre quando levamos tudo ao limite: trabalho, preocupações e compromissos. Contrariar o burnout é aprender a viver de forma mais leve. Mas, acima de tudo, criar planos para resolver os problemas que nos tiram o sono! Por isso, não podemos terminar sem um último conselho: se as suas finanças lhe tiram horas de descanso, está na hora de procurar ajuda para a sua saúde financeira!