As taxas de juro no crédito habitação estão em mínimos históricos. Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de juro média no mercado para novos contratos de crédito habitação situou-se nos 0,68% em maio de 2021. Apesar de ligeira subida face a abril, os números mostram uma taxa de juro em mínimos históricos.

Importa recordar níveis anteriores das taxas de juro. Há dois anos, em 2019, as mesmas taxas estavam no dobro do valor atual. E mesmo assim, na altura, já estavam em mínimos históricos.

No caso de um financiamento de 200.000 euros, com um prazo de 30 anos, a diferença na prestação mensal em apenas dois anos cifra-se em cerca de 70 euros, equivalente a mais de 10% de descida no valor mensal a pagar ao banco. Para muitos portugueses, acaba por representar um importante aumento de poder de compra.

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As taxas de juro têm descido bastante nos últimos tempos por via de duas variáveis:

  • Descida dos spreads praticados pela banca em Portugal;
  • Descida dos indexantes (taxa de juro Euribor).

A taxa Euribor a 12 meses, que serve de referência para os contratos de crédito habitação em Portugal, tem estado sempre em níveis negativos nos últimos 4 anos, situando-se em -0,481% em maio passado. Não terá muito mais margem de descida, bem pelo contrário: a expectativa é que venha a subir a prazo. Quando, exatamente? Dificilmente alguém será capaz de o dizer. Mas acabará por acontecer.

Bastará, então, que a taxa de referência Euribor suba para que a prestação de um crédito habitação de qualquer português também suba. Por isso, pode desde já pensar em desenvolver algumas ações com vista a proteger-se para tal eventualidade.

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Aproveite a conjuntura atual

A conjuntura atual de spreads baixos e indexantes em mínimos históricos é realmente propícia à contratação de crédito habitação. Mas não só. É igualmente propícia à renegociação do seu crédito.

Caso tenha contraído um crédito habitação antes de 2020, muito provavelmente terá um spread bem superior àquele que os bancos em Portugal atualmente praticam. Por isso, o momento pode ser interessante para procurar renegociar as condições do seu crédito ou, inclusive, transferi-lo para uma outra Instituição bancária que lhe ofereça melhores condições.

Como viu acima, um diferencial de taxa de juro de 0,68% para 1,4% pode representar uma descida superior a 10% na prestação de um crédito habitação.

Além disso, pode ainda, inclusive, procurar reforçar o valor da sua hipoteca. Na prática, isso passa por pedir mais dinheiro emprestado ao banco em melhores condições de financiamento.

Para tal, deverá verificar se tem capital suficiente na sua hipoteca, para o efeito. Na prática, deverá aferir se o valor de avaliação do imóvel aumentou. Se tal tiver acontecido, o valor do capital disponível (ou seja, a diferença entre o valor do imóvel e o montante da dívida) aumentou, possibilitando por esse efeito um reforço da hipoteca.

Atenção: o spread não é tudo!

Num eventual processo de negociação dos termos do seu contrato de crédito habitação – tal como na contratação de um novo – tenha em atenção que o spread não é tudo. Preste bem atenção a outras variáveis, tais como, prémios de seguro, custos com contratação, comissões cobradas e custos relacionados com vendas de produtos financeiros e cartões, do próprio banco, que apesar de proporcionarem um spread mais baixo, acabarão por encarecer toda a operação de crédito.

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No poupar está o ganho

Além de tudo isto, ou se por alguma razão não tiver sucesso na negociação de novas condições no seu crédito habitação, procure sempre reservar um valor extra mensal, acima do montante da sua prestação atual. Guarde esse dinheiro, acumulando-o.

Quando a prestação subir, terá poupança suficiente para fazer face a esse aumento durante algum tempo, sem que tal pese no seu orçamento mensal de despesas.

Não se deixe apanhar de surpresa. Analise o mercado e preste atenção a movimentações do mesmo, acompanhando informação sobre taxas de juro e indexantes.

Bons negócios (imobiliários)!

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