Taxa de juro dos novos créditos habitação já supera os 3,5%

Quem decidiu comprar casa com recurso a crédito habitação entre dezembro do ano passado e fevereiro deste ano ficou sujeito a uma taxa de juro média superior a 3,5%, o nível mais alto em mais de 10 anos, e que reflete a subida continuada das taxas Euribor.

Segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de juro implícita nos contratos de crédito habitação mais recentes, celebrados nos últimos três meses, aumentou de 3,409%, em fevereiro, para 3,507% em março, a taxa mais elevada desde outubro de 2012 (3,691%). Os dados de março têm em conta os contratos celebrados no trimestre terminado em fevereiro, não sendo considerados os contratos feitos no próprio mês de referência (março), por ainda não se ter vencido qualquer prestação.

Para o conjunto dos contratos de crédito habitação, a taxa de juro média subiu 29,7 pontos base, passando de 2,532%, em fevereiro, para 2,829%, em março. É um máximo de quase 14 anos, já que é preciso recuar a junho de 2009 para encontrar um valor mais alto (3,136%).

A taxa de juro implícita no crédito à habitação, utilizada pelo INE, reflete a relação entre os juros totais vencidos no mês de referência e o capital em dívida no início desse mês (antes de amortização).

Para o destino de financiamento Aquisição de Habitação, o mais relevante no conjunto do crédito à habitação, a taxa de juro implícita para o total dos contratos subiu 29,5 pontos base face a fevereiro para 2,823%, enquanto nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro fixou-se em 3,501%, em março, refletindo um acréscimo de 10,5 pontos base em relação ao mês anterior.

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Prestação média dos novos contratos sobe para 576 euros

Os dados do INE revelam ainda que nos contratos de crédito habitação celebrados nos últimos três meses, a prestação média subiu 7 euros face a fevereiro, para se fixar nos 576 euros, em março, o valor mais elevado desde o início da série disponibilizada pelo gabinete estatístico, em janeiro de 2009.

Considerando a totalidade dos contratos para a compra de casa, o valor médio da prestação subiu 9 euros, para 331 euros, o valor mais elevado desde fevereiro de 2009.

Deste valor, 148 euros (45%) correspondem a pagamento de juros e 183 euros (55%) a capital amortizado. Um ano antes, em março de 2022, a componente de juros representava 16% do valor médio da prestação (255 euros).

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Capital médio em dívida dos novos contratos cai pelo terceiro mês

Em março, o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos subiu 166 euros face ao mês anterior, fixando-se em 62.699 euros, o valor mais alto da série estatística do INE.

No caso dos contratos celebrados nos últimos três meses, o montante médio em dívida foi de 125.170 euros, menos 45 euros do que em fevereiro. Março foi, assim, o terceiro mês consecutivo de descidas do capital médio em dívida dos contratos mais recentes, que marcou, em setembro do ano passado, um máximo histórico de 130.872 euros.

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