O que tem mudado no crédito habitação?

O aumento das taxas de juro no último ano tem sido motivo de muitos artigos, publicações e reportagens. O impacto gerado no orçamento familiar e no mercado de habitação em Portugal parece claro.

Num artigo recente, falei sobre algumas alterações que os bancos têm proposto a mutuários de crédito habitação, num esforço de procurar aliviar o valor da prestação mensal. Nesse mesmo artigo, vimos que, de facto, se tem verificado um aumento no número e montante de contratos renegociados, para além de alterações de indexantes e do tipo de taxa.

Em função destas alterações, como está agora o mercado?

Alterações nos Contratos de Crédito Habitação

Nos últimos meses, e de acordo com dados publicados pelo Banco de Portugal, denota-se claramente um aumento dos novos empréstimos à habitação contratados a taxa mista, em detrimento da taxa variável.

Tal como já tínhamos alertado em maio passado, entre janeiro e março de 2023, registou-se um maior pendor para a taxa mista, espelho claro das alterações que os bancos têm vindo a propor a alguns mutuários de crédito habitação.

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Além disso, estamos ainda a registar uma aproximação entre o valor contratado a taxa fixa e a taxa variável. No início de 2022, o diferencial entre taxas era de 1,53 pontos percentuais; já em abril, esse valor caiu para 0,25 pontos percentuais.

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À medida que os indexantes vão subindo e o mercado gera a expectativa de estarem a atingir um topo, é natural que este diferencial se reduza perante uma perspetiva de maior estabilidade num prazo mais próximo.

Por fim, os indexantes. Durante muito tempo, enquanto se encontravam em mínimos históricos, os contratos de crédito à habitação eram maioritariamente indexados à Euribor a 12 meses. Agora, prevalece a Euribor a 6 meses.

Bons negócios (imobiliários)!