Pequenas intervenções cirúrgicas: Como posso pedir um financiamento?

Algumas pequenas intervenções cirúrgicas podem melhorar, substancialmente, a nossa qualidade de vida. Mas, apesar de poderem ser procedimentos simples e em ambulatório, podem ter um custo elevado. Por isso, é importante avaliar as várias opções disponíveis para financiar estas cirurgias.

Então, como pode realizar estas intervenções através do Sistema Nacional de Saúde (SNS) sem qualquer custo? Será que o seu seguro de saúde cobre? Ou é necessário recorrer a um crédito de saúde? Damos resposta a estas perguntas neste artigo.

Intervenções cirúrgicas pelo Sistema Nacional de Saúde 

Para realizar uma pequena intervenção cirúrgica por indicação médica, como uma operação a laser de correção da miopia (lasik), a colocação de implantes dentários, retirar sinais ou outro tipo de intervenções dermatológicas em ambulatório, através do Sistema Nacional de Saúde (SNS) pode ser complicado

Todos os pacientes que necessitem de cirurgia e frequentem uma unidade pública, são incluídos na lista de espera de inscritos para cirurgia. Entre a cirurgia e a alta clínica, quem regula o processo é o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC). 

Em seguida, o médico da consulta de especialidade que o atende nessa unidade elabora a proposta cirúrgica com os dados do utente, diagnóstico, nível de prioridade e outras informações clínicas relevantes para o caso. Depois, o paciente deve assinar uma nota de consentimento para que a proposta seja entregue ao serviço cirúrgico. 

De acordo com a lei, existem tempos máximos de resposta que o SNS deve cumprir, que dependem dos níveis de prioridade.  

Uma cirurgia programada deve ter resposta de acordo com os seguintes prazos da indicação cirúrgica: 

Então porque pequenas intervenções cirúrgicas ambulatórias podem ser complicadas de realizar através do SNS? Pelo tempo de espera, uma vez que têm prioridade normal de nível 1, o que significa que tem de esperar por uma resposta, no máximo, seis meses

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O seguro de saúde não comparticipa pequenas intervenções cirúrgicas? 

Se tem um seguro de saúde, pode conseguir uma comparticipação pelo valor deste tipo de cirurgias. 

A comparticipação pode ser total ou em parte, e depende do que está incluído na apólice aquando da contratualização do seguro. O seu seguro pode cobrir certas especialidades e outras não. E, dentro de cada especialidade, tem um plafond máximo anual que pode gastar. 

Então, para este tipo de cirurgias: as especialidades de Oftalmologia e Dermatologia estão incluídas em praticamente todos os seguros. Contudo, tenha em atenção que a especialidade de Estomatologia não está coberta em grande parte dos seguros. 

Se o seu seguro cobrir a especialidade correspondente à intervenção que quer fazer, pode ainda ser necessária uma pré-aprovação. E ainda ser precisa uma justificação de um médico com exames comprovativos de que a intervenção cirúrgica é essencial para o paciente. Se a cirurgia for por motivos estéticos, o seguro pode não aprovar

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Crédito pessoal para despesas de saúde 

Caso não tenha seguro de saúde, ou tenha, mas não comparticipe, e não quiser esperar em lista de espera para que possa fazer uma destas cirurgias através do SNS, tem sempre a opção de financiamento do banco

São vários os bancos que permitem a contratação do crédito pessoal para despesas de saúde. Estes seguros incluem situações programadas como cirurgias, consultas, exames, tratamentos, mas também podem abranger imprevistos.  

Dentro das várias opções nas instituições bancárias, este crédito pode ir de mil euros a 75 mil euros, de 36 meses a 96 meses de prazo, e tem, por norma, uma taxa fixa

Os pontos positivos desta solução de financiamento passam pela comodidade e rapidez, uma vez que pode realizar este pedido online e ter uma pré-aprovação imediata. Assim que consumado o contrato, pode receber o valor do empréstimo aprovado em 48h. 

Para que possa submeter este pedido, é necessário reunir documentação e comprovativo das despesas de saúde que pretende realizar. Por isso, deve reunir os seguintes documentos

Simulações do crédito de saúde 

No banco Montepio, caso queira um financiamento de 5 mil euros, a 60 meses, oferecem uma TAEG de 5% e uma Taxa Anual Nominal (TAN) de 3,150%, ficando a pagar 90,46 euros de prestações mensais. A TAEG, neste caso, inclui o seguro Plano de Proteção ao Crédito Individual – Modalidade Vida (seguro obrigatório) – para um mutuário (63,93 euros - prémio único, pago no início do contrato), juros e imposto do selo sobre a utilização do crédito e sobre juros. O Montante Total Imputado ao Consumidor (MTIC) fica a 5.623,45 euros

No banco CTT, um financiamento de 5 mil euros pago em 72 mensalidades fica a 77,41 euros de prestações mensais. O seguro de crédito, neste caso, é facultativo e custa 6,19 euros por mês, não estando este valor incluído nas prestações. Para este valor, o banco oferece uma TAEG de 4,7% e uma TAN de 3,50%. No total, o MTIC reflete-se em 5,705,52 euros

Mas se precisar de auxílio na comparação de propostas, o Doutor Finanças é um intermediário de crédito que pode ajudar a escolher a melhor solução de financiamento para o seu caso.

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