Existe um momento ideal para comprar casa? 6 razões para avançar

A compra de uma casa, apesar de ser um momento feliz, também pode trazer vários receios e preocupações. Por ser um investimento muito elevado, por vezes, causa alguma hesitação na hora de tomar uma decisão. Só no ano de 2021, o preço das casas aumentou cerca de 5,7%, e estes números podem fazer com que as famílias fiquem reticentes e se questionem se devem esperar por uma eventual descida dos preços.

Assim, se está a pensar comprar casa, mas não sabe se é o momento ideal, fique a conhecer algumas razões para fazê-lo, independentemente do estado de mercado.

Pague apenas o valor real da casa

Um dos vários cenários em que deve comprar casa, independentemente do mercado, é quando o preço pedido pela habitação corresponde ao seu valor real. Saber este valor permite-lhe avaliar não só o que pode pagar, mas também precaver-se contra situações em que tenha de a vender. Ainda que ninguém deseje este tipo de situações, a verdade é que quanto mais se proteger, melhor vai reagir a um imprevisto.

Por exemplo, se passar por um longo período de desemprego e tiver forçosamente de vender a sua casa, o mais provável é que consiga vendê-la pelo mesmo preço que pagou (ou até mais), se este tiver sido justo. Caso contrário, se tiver pago um valor inflacionado e que não corresponde ao valor real da habitação, então será mais difícil de recuperar o dinheiro. Esta dica pode fazê-lo poupar milhares de euros quer na compra, quer numa futura venda.

Assim sendo, tenha presente que existem vários fatores que influenciam o preço. Desde a localização geográfica, acabamentos, idade do imóvel, tipologia, até a fatores que, dependendo das idades, podem ser cruciais, como a acessibilidade. Além disso, deve também ter em consideração as casas em redor, especialmente se a sua habitação estiver em melhores condições de conservação ou tiver elementos diferenciadores, como piscina ou espaço para ginásio, por exemplo.

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Tendência de valorização da casa ao longo do tempo

As casas são consideradas um "investimento seguro", pois o seu valor tem tendência a aumentar ao longo do tempo. Ainda que, por vezes, em cenários de recessão o seu preço possa descer temporariamente, a tendência é que o seu valor recupere à medida que a economia do país melhora.

No entanto, tenha em consideração que valorização nada tem a ver com a inflação. Ao confundir estes dois conceitos pode sair prejudicado numa futura compra ou venda. Como comprador, pode estar a pagar mais pelo imóvel, mas nada lhe garante que esse tem um preço alto devido ao seu potencial de valorização. Como vendedor, pode acabar por ficar largos meses sem vender a sua habitação, devido ao preço irrealista, pois estará a assumir que a sua casa valorizou quando, na verdade, não aconteceu.

Isto quer dizer que os preços praticados dos imóveis podem até subir devido ao aumento geral dos preços, tais como a mão de obra ou matéria prima, mas não significa que o imóvel, por si, tenha ganho valor ao longo do tempo. Se nada se tiver alterado, nomeadamente a localização, acessos, novas construções, entre outros fatores, então o mais provável é que o preço tenha subido unicamente devido à inflação. Mas se tiverem existido mudanças positivas que, diretamente ou indiretamente, tenham afetado o preço dos imóveis, então estará perante um cenário de valorização.

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Estabilidade e evolução ao comprar

Para a maioria das famílias portuguesas, a compra de uma casa é um dos maiores "investimentos" das suas vidas. Ao contrário de uma casa alugada, ter a sua própria habitação pode dar-lhe uma maior estabilidade e consciência de evolução na vida. Na prática, está a investir no seu futuro e a possibilidade de ter algo só seu, podendo fazer todas as modificações que pretender, é um dos fatores para apostar na compra de uma habitação.

No entanto, é importante relembrar que esta aposta acarreta custos e manutenção. Além dos valores iniciais, tais como a entrada e impostos, também deve ter em consideração as despesas mensais. Se tiver um jardim vai precisar de cortar a relva regularmente, da mesma forma que se tiver madeiras expostas à luz solar, tem de fazer a devida manutenção para que estas não fiquem danificadas. Ainda assim, desde que tenha contabilizado todas as despesas no seu orçamento e que não comprometam a sua estabilidade financeira, o investimento vai valer a pena.

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Taxas de juro mais baixas que outros produtos

Ao contrário de um crédito automóvel ou pessoal, o crédito à habitação tem das taxas de juros mais baixas. Isto quer dizer que "é mais barato" pedir dinheiro emprestado para comprar uma casa do que para um automóvel, por exemplo. Independentemente da evolução das taxas Euribor, os juros a pagar serão sempre inferiores, comparativamente com um automóvel.

Por vezes, isto não é simples perceber, pois o valor do empréstimo para a compra de uma casa geralmente é bastante superior, o que faz com que a prestação seja também mais elevada. O que pode criar a perceção de que a compra de um automóvel a crédito não é um "mau negócio". No entanto, se pedir dois créditos, um para compra de habitação e outro para a compra de um automóvel, a TAEG aplicada é bastante diferente.

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Várias formas de rentabilizar o investimento

Existem sempre formas de rentabilizar este seu investimento. Pode optar por alugar a sua casa e obter assim um rendimento mensal adicional. Se preferir alugueres de curta duração e a sua habitação estiver localizada numa zona de praias ou de grande afluência turística, pode disponibilizá-la em plataformas online como o Airbnb, e transformá-la numa casa de férias.

Além destas possibilidades, se tiver um apartamento com um ou mais lugares de garagem, pode alugá-los também.

Se a sua casa tiver um grande jardim com piscina, também pode ganhar dinheiro alugando-a para eventos especiais, como festas ou até casamentos. Existem diversas opções para maximizar os seus ganhos, umas com mais risco associado, outras com menos. Por isso, pondere bem.

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Aproveite as oportunidades para comprar

Seja com o objetivo de investir ou, simplesmente, comprar a sua primeira casa, deve sempre tentar aproveitar as oportunidades. Mas, para tal, deve estar preparado. Isto quer dizer que, após avaliar os prós e contras, verifique se é um bom negócio. Nesta balança, deve considerar a sua estabilidade financeira, emprego, perspetivas de crescimento, além dos fatores inerentes à habitação, como a localização geográfica ou o seu estado de conservação.

As oportunidades não aparecem todos os dias. A compra de uma casa é um investimento avultado, daí ser necessário alguma ponderação e, sobretudo, sentido de responsabilidade. Em todos os investimentos existem riscos associados. O importante é que os conheça e se sinta confortável em assumi-los. Se depois de pesar os prós e contras se sentir confortável, pode mesmo ter chegado o momento de avançar com o negócio.

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