Financiamento das famílias com o melhor primeiro trimestre desde 2008

O primeiro trimestre deste ano foi marcado por dinamismo na concessão de crédito, com os bancos a emprestarem o valor mais elevado desde 2008. Como é habitual, o financiamento para a compra de casa foi o que maior fatia absorveu, com o valor total de crédito habitação a tocar também num máximo de 12 anos.

Os bancos financiaram as famílias em 4.901 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, o que corresponde ao valor mais elevado desde o primeiro trimestre de 2008, de acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal.

De realçar que o primeiro trimestre do ano costuma ser o que menos volume de crédito transaciona. Por esta razão, os últimos trimestres de 2019 foram até mais fortes em termos de montantes concedidos, mas observando apenas os primeiros trimestres, este foi o mais forte no que respeita à concessão de crédito nos últimos 12 anos.

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Crédito habitação representou mais de metade do total de empréstimos

Do valor total de crédito concedido nos primeiros três meses do ano, mais de metade (58,11%) teve como destino a habitação.

No total, os bancos emprestaram 2.848 milhões de euros para a habitação durante o primeiro trimestre do ano, mais 21% dos financiamentos concedidos nos primeiros três meses de 2019.

O valor total de empréstimos para a compra de casa atingiu o valor mais elevado para um primeiro trimestre desde 2008.

O mês de março registou mesmo um novo aumento dos empréstimos, depois de em janeiro e fevereiro se ter verificado quedas face aos meses anteriores.

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Crédito ao consumo com o melhor primeiro trimestre desde 2003

Já analisados os dados de financiamento ao consumo, o montante total dos créditos concedidos no primeiro trimestre foi de 1.350 milhões de euros, o que representa o melhor arranque de ano desde 2003.

Nestes 17 anos nunca um primeiro trimestre tinha registado um volume de concessão de crédito tão forte como agora.

Ainda assim, este trimestre regista um volume inferior ao registado no último trimestre de 2019, algo que também é normal. À semelhança do que acontece com o crédito habitação, os primeiros três meses do ano são marcados por um ritmo de financiamento das famílias inferior.

Estes dados já poderão ter algum reflexo do impacto da pandemia provocada pelo Covid-19, mas a verdade é que muitas operações que estavam a ser realizadas terão sido concluídas. Por isso, para avaliar se esta situação teve impacto no mercado de crédito teremos de esperar pelos dados dos próximos meses.

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