Custos “afundados”: o que são?

Os economistas utilizam a expressão sunk costs (custos afundados ou custos irrecuperáveis ) para designar custos que não são recuperáveis (e.g., se comprar um pacote de pipocas dificilmente conseguirá voltar a vendê-lo), excepto em casos limite. Este conceito é muito importante nas nossas decisões, pois como os sunk costs representam custos que não vamos conseguir recuperar, termos incorrido nos mesmos não deve afectar as nossas decisões futuras.

Pipocas
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Exemplo prático

Imagine que comprou uns sapatos por 100 euros, mas ao fim de algum tempo apercebe-se que lhe ficam apertados. Continua a usá-los? E se os sapatos lhe tivessem sido oferecidos, a sua decisão mudaria? Como os 100 euros dos sapatos não são recuperáveis, a sua decisão devia ser a mesma, independentemente de ter comprado os sapatos ou de os mesmos lhe terem sido oferecidos.

Outro exemplo:

Tem uma pizza enorme à sua frente, só comeu uma fatia e já está cheio. Comia mais fatias se tivesse sido comprada por si? E se a pizza lhe tivesse sido oferecida? De facto, não interessa: em qualquer dos casos deveria agir da mesma forma.

O conceito dos sunk costs é realmente interessante e pode ser aplicado a inúmeros casos e, se pensar nisso, pode ajudar a tomada de decisões. A ideia é ignorar estes custos, pois não devem ser contemplados na análise da decisão a tomar. Alguns casos em que esta abordagem pode ser útil:

Em resumo:

Quando se deparar com uma decisão que envolva custos passados, pare um segundo e pense se é possível recuperar esses custos. Se tal não for possível, tratam-se de sunk costs e logo não devem ser factor influenciador da decisão. Para custos futuros que se possam inserir na categoria de "custos afundados", experimente a nossa calculadora que determinará quando lhe custará um determinado artigo em horas de trabalho. É sempre um bom exercício. 🙂

Alguém consegue relatar situações reais em que este conceito se aplicou/aplicasse? Deixe nos comentários!