Bens essenciais: 10 produtos que ficaram mais caros na última semana

Nos últimos meses temos assistido a um aumento generalizado dos preços. Para termos ideia do impacto na nossa carteira, o preço do cabaz de bens alimentares essenciais registou uma subida de 0,37% (mais 0,74 cêntimos) apenas entre 13 e 20 de julho, custando agora um total de 205,54 euros.

Por outro lado, desde o início da guerra na Ucrânia até hoje, o preço do mesmo cabaz já aumentou 21,91 euros (11,94%).

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Quais os produtos que mais aumentaram na última semana?

Assim, na referida semana de julho, os 10 bens essenciais que registaram os maiores aumentos de preços foram:

De facto, a guerra Rússia-Ucrânia veio acelerar ainda mais a subida de preços da energia com efeitos noutros setores, como por exemplo, os transportes. Além disso, o período de seca que atravessamos há já longos meses veio acentuar a subida dos preços das matérias-primas.

Como resultado, desde fevereiro até hoje, o preço de um cabaz de bens essenciais ficou mais caro 21,91 euros, o que representa um aumento de 11,94% em relação ao valor registado nessa mesma altura. Esta foi a conclusão a que chegou a DECO através de um estudo realizado com base em 63 bens essenciais na área alimentar, entre os quais constam peru, frango, pescada, carapau, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo e manteiga.

De referir que, ao longo destes últimos meses as oscilações de preços nos bens essenciais têm sido constantes. Nesse sentido, o maior aumento semanal foi registado entre 9 e 16 de março. Assim, nesse período, o mesmo cabaz encareceu 7,94 euros, passando a custar 191,58 euros, face aos 183,64 euros estimados a 9 de março. Agora, conforme já referido, esse mesmo cabaz já está nos 205,54 euros.

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Porque aumentou o preço dos bens essenciais?

Mas a guerra na Ucrânia e a seca não podem explicar tudo. Em outras palavras, o problema não é de agora! Portugal está muito dependente dos mercados externos para assegurar o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno. Atualmente, estes representam apenas 3,5% da produção agrícola nacional, nomeadamente:

Por outro lado, nos anos 90, a autossuficiência em cereais era cerca de 50%. Hoje, o valor não chega aos 20%, o que se traduz numa das percentagens mais baixas do mundo. Por essa razão, Portugal é obrigado a importar cerca de 80% dos cereais que consome.

A Ucrânia é principal fornecedor dos cereais consumidos na União Europeia, onde se inclui Portugal. A invasão da Rússia à Ucrânia, veio por isso pressionar ainda mais um setor que já estava há meses debilitado com as consequências de uma pandemia e de uma seca com forte impacto na produção e na criação de stocks.

Assim, as limitações na oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, principalmente da energia, necessária à produção agroalimentar, agravaram os preços dos bens essenciais nos mercados internacionais. Como não poderia deixar de ser, isto acabou por se refletir no consumidor em produtos como a carne, os hortofrutícolas, os cereais de pequeno-almoço ou o óleo vegetal.

No que diz respeito ao peixe, a subida dos preços poderá estar a refletir o aumento dos preços dos combustíveis, que tem um elevado impacto na indústria da pesca.

Aumento de preços faz disparar a taxa de inflação

Os sucessivos aumentos de preços, principalmente nos combustíveis e na alimentação, estão a contribuir para um aumento da taxa de inflação. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de inflação acelerou para 8,7% em junho deste ano. Em outras palavras, este indicador traduz em percentagem a subida média do nível de preços num determinado período.

Em suma, para fazer face aos aumentos de preços e evitar gastos desnecessários, é fundamental que cada um de nós possa colocar em prática alguns hábitos ou até mudar alguns comportamentos. Para sobreviver às subidas de preços de produtos essenciais é crucial poupar.

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