Emprestar dinheiro a familiares ou amigos: sim ou não?

Emprestar dinheiro a familiares ou amigos nunca é uma decisão fácil. Por um lado, queremos ajudar quem nos é mais próximo, por outro receamos que a proximidade entre nós e os nossos familiares ou amigos não tornem a devolução do dinheiro uma prioridade.

Leia o artigo abaixo e tome uma decisão informada relativamente a emprestar - ou não - dinheiro a pessoas que lhe são próximas.

Por vezes, ao serem confrontadas com uma despesa inesperada e de um valor demasiado alto para as suas capacidades financeiras, algumas pessoas vêem como opção pedir um empréstimo a familiares ou amigos, uma vez que dessa forma não está em causa o pagamento de juros e custos extra como no caso do crédito pessoal.

Se recebeu um pedido de ajuda financeira por parte de alguém que lhe é próximo, saiba o que esperar caso aceda ao pedido.

1. O pagamento dos empréstimos não é uma prioridade

Em muitos casos, o que acontece quando se empresta dinheiro a amigos ou familiares, é que a pessoa a quem se empresta o dinheiro não sente a mesma urgência em pagar de volta que sentiria caso tivesse contraído o empréstimo através do banco.

Como em casos de empréstimos particulares não existe débito direto nem juros, pagar a quem emprestou acaba por deixar de ser uma prioridade ao fim de algum tempo, uma vez que - ao contrário do que acontece com os bancos - não existem propriamente consequências (como penhoras, por exemplo) - caso falhem um pagamento do empréstimo. Em suma, acaba por faltar motivação (excetuando a obrigação moral) para pagar o empréstimo.

Dica: a solução passa sempre por ter uma conversa honesta. Se vai emprestar dinheiro, faça a outra pessoa perceber que pagar-lhe de volta terá que ser uma prioridade e estabeleça uma data limite (talvez até mesmo datas mensais) para concluir o pagamento total do empréstimo.

O ideal é ambos utilizarem uma aplicação de finanças pessoais como o Boonzi e a pessoa a quem emprestou dinheiro incluir no seu orçamento mensal o pagamento da prestação do empréstimo, bem como criar lembretes mensais de pagamento.

2. É difícil pedir o dinheiro de volta

Quanto mais próximo é da pessoa a quem empresta dinheiro, mais difícil é exigir-lhe a restituição do dinheiro emprestado, especialmente porque devido à proximidade se tem um maior conhecimento da vida da pessoa em questão e quando vemos pessoas que nos são próximas a passar dificuldades, não nos sentimos - naturalmente - bem a pedir-lhes que façam sacrifícios financeiros.

Dica: não é fácil contornar esta situação; aqui, tudo o que pode fazer é manter a calma e oferecer pequenos lembretes relativamente ao empréstimo ao invés de empregar um tom agressivo quando a pessoa a quem emprestou o dinheiro se esquece de uma prestação ou avisa que em determinado mês não a poderá pagar.

Uma forma fácil de gerir o empréstimo e de facilitar as transferências, é ambas as partes utilizarem a app MbWay. Desta forma, os "pequenos lembretes" poderão resultar em transferências imediatas para a sua conta.

3. Pode vir a dificultar relações

Na sequência do ponto anterior, ao preocupar-se com a pessoa a quem emprestou dinheiro, poderá adotar uma postura mais reservada, evitando tocar demasiado na questão do empréstimo.

Por outro lado, ao evitar fazê-lo, irá continuar a preocupar-se com a restituição do dinheiro (ou falta dela), mas em silêncio, o que poderá, por sua vez, fazer com que passe a tratar a pessoa da sua família ou círculo de amigos de uma forma diferente e mais distanciada.

Dica: Tente chegar a um consenso com a pessoa em questão; elimine dúvidas quanto a prazos e pagamentos e trabalhem numa estratégia de benefício mútua (ex: pagamentos até ao dia 8 de cada mês, sem falta - por exemplo) e evite falar de dinheiro e do empréstimo em contextos sociais.

4. Quem recebe o empréstimo torna-se escravo de quem emprestou o dinheiro

Mesmo que no início, antes de emprestar dinheiro a qualquer pessoa, esta situação lhe possa parecer impossível, saiba que é possível que muito rapidamente a situação mude e a relação entre si e a pessoa a quem emprestou dinheiro mude radicalmente.

Caso não cheguem a acordo ou a outra pessoa falhe alguns pagamentos, poderá dar por si a fazer certas exigências porque se sentirá no direito de o fazer, visto que a outra pessoa está em falta para consigo. Claro que isto já entra no domínio da psicologia e das relações pessoais e pode variar muito de pessoa para pessoa, mas não deixa de ser um cenário possível.

Dica: evite este comportamento e tente analisar os seus desejos de responder de forma mais “dura”: são devido a preocupações relativamente ao empréstimo? Se sim, fale novamente (as vezes que forem necessárias) com a pessoa a quem emprestou dinheiro e esclareça as dúvidas e os receios que tiver. Tente separar essa esfera da esfera social ao máximo.

Que questões colocar antes de aceitar emprestar dinheiro

  1. Esta pessoa já me pediu dinheiro antes?
  2. Se sim, pagou-mo?
  3. Se pagou os empréstimos prévios, pagou-me a tempo e horas?
  4. Qual a probabilidade de me conseguir pagar novamente?
  5. Para que fim será utilizado o dinheiro que eu lhe emprestar?

Questões legais: é necessário assinar um documento?

Quando se trata de empréstimos entre particulares, é muito comum ambas as partes prescindirem de um contrato, motivados pelo grau de proximidade.

Porém, quando os empréstimos ultrapassam os 2500€, é - de facto - necessário assinar um documento em que estão estipuladas as regras para o empréstimo e devidamente reconhecido por um notário. Desta forma, evitará problemas no caso de chegar a vias judiciárias.

Mesmo que o empréstimo seja inferior a 2500€, pode sempre optar por assinar uma minuta de empréstimo, pois será sempre uma proteção extra e uma motivação para que a outra pessoa se comprometa a restituir-lhe o dinheiro de forma mais séria e consistente.

Em empréstimos acima de 25.000€ já será necessário realizar uma escritura pública ou um documento particular autenticado por um solicitador.

O que esperar de um empréstimo a familiares ou amigos?

Espere pagamentos lentos e esporádicos

Como já mencionámos mais acima, sem as represálias associadas à falta de pagamento de empréstimos, as pessoas não sentem a mesma obrigação e urgência em repor o dinheiro a quem o emprestou.

Não espere recuperar todo o dinheiro emprestado

Na verdade, o que muitas vezes acontece é emprestar dinheiro a um familiar e nunca reaver a totalidade do dinheiro. Quando é a família que está envolvida num empréstimo, a tendência é vê-lo quase como uma ajuda ou um presente, quando pode não ser o caso.

Antecipe futuras situações de desconforto

Caso decida emprestar dinheiro, aceite que poderão surgir situações desconfortáveis no futuro, seja porque a pessoa falhou pagamentos, ou porque se sente constrangida por lhe estar a dever dinheiro. Esteja preparado para uma mudança na dinâmica da relação que, infelizmente, poderá não ser para melhor.

Lembre-se de que pode precisar do dinheiro

Ao emprestar uma quantia avultada de dinheiro, lembre-se de que pode fazer-lhe falta. Pode até estar a atravessar uma boa fase, repleta de estabilidade financeira, mas se o empréstimo demorar vários anos a ser pago, “nunca se sabe o dia de amanhã”, como se costuma dizer de acordo com a sabedoria popular. Pense no seu futuro e, caso decida emprestar dinheiro, estabeleça prazos fixos para que o dinheiro seja restituído na totalidade para evitar que um dia seja você a estar no lugar de quem pede dinheiro emprestado.

Conclusão

Apesar de querer ajudar os seus amigos ou familiares a sair de uma situação financeira potencialmente desconfortável - o que é perfeitamente compreensível - tem mais a perder do que a ganhar em disponibilizar o seu próprio dinheiro para o efeito.

Por vezes, ajudar alguém passa por dizer que não e por disponibilizar antes o seu tempo (ou invés do seu dinheiro) a investigar formas alternativas de ajudar.

No caso de familiares ou amigos a precisar de uma folga financeira por se encontrarem endividados, pode sempre ajudá-los recomendando o serviço de Renegociação de Créditos do Doutor Finanças. Quando alguém se encontra numa situação de endividamento, a solução pode passar pela renegociação de créditos com vista a baixar as prestações mensais e, consequentemente, aumentar a qualidade de vida.

Se a pessoa que pretende ajudar não tem o nome da lista negra do Banco de Portugal, pode recomendar-lhe o serviço de Consolidação de Créditos do Doutor Finanças para que a pessoa em questão possa passar a pagar apenas uma prestação mensal por todos os seus créditos.

Qualquer que seja a situação, a nossa equipa de consultores profissionais tentará ajudar. 🙂

Conheça aqui o caso da família Costa, a quem o Doutor Finanças ajudou a poupar mais de 900€.