Vou estudar para o interior: Que apoios existem e quanto posso poupar?

Se está prestes a iniciar uma das etapas mais importantes da sua vida, a entrada no ensino superior, na hora de escolher a instituição de ensino a que se vai candidatar, deve ter em conta alguns aspetos, nomeadamente a localização.

Na sua decisão, deve ainda ter em conta a possibilidade de ter acesso a apoios destinados a quem vai estudar para o interior do nosso país.

Neste artigo, mostramos-lhe quanto pode poupar se escolher ir estudar para regiões com menor densidade populacional.

Bolsas de estudo

Além das habituais bolsas de estudo de ação social e de mérito, que as instituições de ensino superior atribuem a alunos carenciados e aos alunos com um rendimento excecional, respetivamente, os estudantes que pretendam frequentar instituições localizadas no interior do país e nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, podem candidatar-se ao Programa +Superior.

Leia ainda: Reforço e atribuição automática das bolsas de estudo no ensino superior

Programa +Superior

Este programa consiste na atribuição de 1700 euros a cada aluno. Para os alunos que ingressem nos chamados Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP), ou para os alunos que entrem no ensino superior através do concurso superior para maiores de 23 anos, o valor da bolsa é de 1 955 euros. As candidaturas para o ano letivo de 2022/2023 vão estar abertas até 31 de outubro e devem ser efetuadas através da plataforma BeOn da Direção Geral do Ensino Superior.

Este apoio é limitado e atribuído em função dos rendimentos do agregado familiar. Aliás, um dos critérios para ter acesso a este programa é ser beneficiário de uma bolsa de estudo de ação social do ensino superior para o ano letivo em questão. Mas atenção, além deste critério, só é elegível para o programa +Superior, se tiver residência em Portugal, mas viver numa região diferente daquela onde está localizada a instituição de ensino que pretende frequentar.

As instituições abrangidas por este programa são as seguintes:

Benefícios fiscais

As despesas de educação são dedutíveis no IRS em 30% do seu valor, com um máximo de 800 euros por agregado familiar. Contudo, se for estudar para uma instituição de ensino no interior, beneficia de uma majoração de 10% sobre as despesas de educação. O limite da dedução passe dos 800 euros para os 1000 euros, quando a diferença seja relativa à despesa com rendas de imóveis. As despesas relativas ao alojamento são consideradas despesas de educação.

Leia ainda: Ensino superior: 22 novos cursos e 642 vagas apoiados pelo PRR

Habitação

No que diz respeito à habitação, o mais económico são as residências para estudantes, contudo, por vezes é difícil conseguir vaga, pois as mesmas são limitadas. No entanto, para ter uma ideia dos valores, por exemplo, no Instituto Politécnico de Viseu o custo mensal num quarto duplo numa residência para um aluno bolseiro para o ano letivo de 2022/2023 é de 76,79 euros. Para um aluno sem bolsa, o valor passa para os 110 euros mensais.

Caso não consiga vaga numa residência para estudantes ou se pretender arrendar um quarto ou mesmo um apartamento a um particular, os preços são mais baixos que os praticados nas grandes cidades como Lisboa e Porto.

Custo e qualidade de vida

De uma forma mais abrangente, de facto, existem algumas vantagens em estudar no interior, nomeadamente no que diz respeito ao custo e à qualidade de vida. Sendo zonas com menos densidade populacional, a sua vida torna-se mais tranquila, o que pode fazer diminuir os seus níveis de stress. A poluição e a criminalidade são também menores comparativamente às grandes cidades do litoral. Nestas regiões por norma, o custo de vida é inferior ao do litoral do país, o que lhe vai permitir uma poupança no seu dia a dia.

Leia ainda: Gostaria de viver no interior? Conheça os apoios do Governo