8 formas de ensinar os mais pequenos a tomar decisões financeiras 

Para que as crianças se tornem adultos responsáveis e conscientes, no que diz respeito às suas decisões financeiras, é determinante que comecem desde tenra idade a perceber a importância da gestão eficiente do seu dinheiro e da poupança. Pois como diz o ditado, “de pequenino se torce o pepino”. Para o auxiliar nesta tarefa, reunimos neste artigo 8 dicas para que possa ajudar e ensinar os mais novos a tomar melhores decisões financeiras.

1. Partilhe conceitos-chave

Para começar, é importante explicar às crianças que o nosso rendimento principal advém do emprego que temos e é precisamente com esse dinheiro que podemos fazer face a todas as despesas. Ou seja, é fundamental que os mais novos percebam que o dinheiro é limitado e que é necessário geri-lo para que se consiga pagar todas as despesas. Pelo que não é possível comprar tudo aquilo que se deseja.

Assim, faça o orçamento familiar em conjunto com as crianças e explique-lhes abertamente quais os rendimentos e as despesas da família. Saliente que os rendimentos devem ser sempre superiores às despesas, de forma a conseguir estabilidade e ainda obter uma poupança.

Lembre-se, vai estar a falar com crianças. Logo, o seu discurso deve ser simples e apelativo, pois de outra forma elas podem perder o interesse no tema.

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2. Explique aos mais pequenos as suas decisões nas compras

Quando for às compras leve as crianças consigo e explique-lhes as suas decisões. Ensine-as a fazer uma lista do que realmente necessitam antes de saírem de casa, de forma a evitar compras por impulso.

Explique às crianças que aproveitar os produtos que estão em promoção é uma forma de poupar dinheiro, contudo, deve-se evitar comprar produtos de que não necessitam, apenas por estarem em promoção. Fazer os cartões de fidelização das lojas e dos supermercados onde são cliente é também uma forma de economizar quando vão às compras.

Explique-lhes ainda porque prefere produtos de marca branca em detrimento dos produtos de “marca”, realçando a relação qualidade/preço.

Os mais pequenos devem ter igualmente a noção de que para poupar podem optar por comprar produtos em segunda mão, nomeadamente roupa.

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3. Ensine-os a evitar o desperdício

Evitar o desperdício é uma forma de poupar e isso deve ser transmitido às crianças. Ensine-as a poupar água, por exemplo quando estão a escovar os dentes devem fechar a torneira. Em relação à eletricidade, explique aos mais novos que a televisão não deve ficar ligada se ninguém estiver a ver. No que diz respeito à alimentação sensibilize as crianças de que só devem colocar no prato aquilo que efetivamente pensam comer. Se sobrar alimentos podem guarda-los e comer mais tarde.

4. Atribua uma mesada

A melhor forma das crianças aprenderem a tomar decisões financeiras é levá-los a passar da teoria à prática. Desta forma, é importante que lhes atribua, mensal ou semanalmente, um montante que devem conseguir geri de acordo com as suas necessidades.

Entretanto, é quase inevitável que os mais pequenos peçam algum brinquedo, roupa, equipamento eletrónico ou outro qualquer produto. Neste caso, pode sugerir-lhes que poupem (da mesada ou do que recebam no aniversário ou no Natal) para comprar o que desejam. Desta forma, vai estar a ensinar-lhes a importância de poupar para alcançar um objetivo.

5. Abra uma conta poupança para os mais pequenos

Neste contexto, deve também ponderar abrir uma conta poupança para as crianças. Leve-as consigo ao banco pois é importante que elas participem no processo. Apesar das taxas de juro estarem em valores muito baixos, com este passo vai conseguir incutir nos mais novos a importância da poupança.

No que diz respeito à conta à ordem, que tem obrigatoriamente de abrir para ter uma conta poupança, por norma não tem despesas de manutenção pelo facto dos titulares serem menores.

6. Ofereça livros e jogos de literacia financeira

Uma forma simples e divertida das crianças aprenderem literacia financeira é através de livros e jogos. Hoje em dia existem imensos livros, para várias idades, que ensinam as crianças a gerir e poupar o dinheiro. Como é o caso do livro “Doutor Finanças e a Bata Mágica” que ensina as crianças a poupar.

A nível de jogos, talvez o mais conhecido seja o Monopólio. Já existem várias versões adaptadas a diferentes idades. Por exemplo o Monopólio Júnior é recomendado para crianças a partir dos cinco anos.

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7. Recompense-os pelo esforço de poupar

Para incentivar os mais pequenos a poupar ofereça-lhes um mealheiro. Ou vários, se tiverem mais do que um objetivo a alcançar com as poupanças que conseguirem fazer num determinado período de tempo.

Pode mesmo fazer a diferença que tenham mais do que um mealheiro. Um dos mealheiros pode ser atribuído à poupança "normal” (aquela que se pretende que faça parte das nossas metas de vida) e outro pode ser para poupar para a compra do tal brinquedo, roupa ou equipamento eletrónico.

Por outro lado, deve incentivar os mais pequenos a contar, regularmente, o dinheiro que têm no mealheiro. É importante que tenham a noção do valor que conseguiram amealhar num determinado período de tempo.

De forma a incentivar ainda mais a poupança, pode comprometer-se a recompensá-las quando o mealheiro relativo à poupança “normal” estiver cheio. Mas, simplifique e prefira as experiências em detrimento de incentivos ao consumismo. A compensação pode passar por uma ida ao cinema, a um museu, a um parque temático ou até mesmo por uma breve viagem.

8. Seja um exemplo para os mais pequenos

As crianças desde muito cedo que absorvem e replicam os comportamentos dos adultos. Logo, de nada vale o esforço de ensinar os mais pequenos a tomarem decisões financeiras conscientes se não o fizer no seu dia a dia. Desta forma, deve também seguir à risca todos os conselhos e ensinamentos que lhes passa. Na verdade, para além do bom exemplo que transmite, vai estar também a melhorar a sua saúde financeira.