Conheça os diferentes perfis das crianças em relação ao dinheiro

Por vezes, não percebermos porque é que duas crianças que pertencem à mesma família reagem de forma diferente quando o assunto é dinheiro. Afinal, se tiveram o mesmo nível de literacia financeira e foram ensinadas de igual forma, porque é que não encaram o dinheiro da mesma forma? Mas a resposta a essa questão é simples se tivermos em conta que cada ser humano tem a sua própria individualidade desde que nasce. E por isso mesmo, quando começamos a passar literacia financeira devemos ter em conta que existem diferentes perfis das crianças em relação ao dinheiro.

Neste artigo vamos mostrar-lhe como identificar o perfil do seu filho face ao dinheiro e quais são as posturas mais comuns de se observar. Saiba ainda o que fazer para encaminhar o seu filho para um perfil mais equilibrado, transmitindo-lhe as bases necessárias para não ter problemas de gestão financeira em adulto.

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Nem sempre as crianças têm o mesmo perfil em relação ao dinheiro

Embora numa análise superficial possa ser estranho dois filhos terem posturas completamente distintas em relação ao dinheiro, a verdade é que é algo bastante comum de se verificar. Se pensarmos um pouco neste assunto, é normal ver os mais novos com uma postura bem vincada quando o assunto é poupar, gastar ou doar. No fundo, antes de começarmos a ensinar conceitos básicos de literacia financeira às crianças, elas já têm um perfil definido em relação ao dinheiro. Isto nasce com elas independentemente do seu contexto familiar.

O problema é que se os pais não estiverem atentos ao perfil das crianças em relação ao dinheiro, podem ter alguma dificuldade na hora de passar certos ensinamentos. Por exemplo, uma criança que tem um perfil gastador vai ter mais dificuldades na hora de poupar e gerir os seus gastos. E não existe mal nenhum no seu filho ter este tipo de perfil em criança. No entanto, na hora de transmitir alguns conceitos vai ter que se debruçar um pouco mais sobre algumas questões, de forma a que o seu filho compreenda os riscos e os problemas desta má gestão financeira.

Claro que muitas vezes esta não é uma tarefa fácil para os pais. As crianças, consoante o seu perfil, oferecem mais ou menos resistência a determinados ensinamentos. O objetivo é tentar ao máximo perceber o seu filho, e encaminhá-lo para uma postura mais equilibrada para não ter problemas no futuro.

Quais são os perfis financeiros das crianças mais comuns?

Quando falamos em perfis das crianças em relação ao dinheiro, é normal que nos ocorram dois ou três perfis que são facilmente identificáveis, como o de "gastador", "pedinchão", ou o "forreta". Afinal, como as crianças não estão habituadas a lidar com dinheiro no dia a dia, o mais comum é quererem gastar em coisas que desejam, pedir aos pais para lhes comprarem coisas ou do lado oposto, guardarem a sete chaves tudo aquilo que recebem. Contudo, a ASFAC, Associação de Instituições de Crédito Especializado, destacou no seu site os 7 perfis das crianças em relação ao dinheiro que são comuns de se observar. São estes os seguintes:

O que fazer em cada caso para ajudá-las a lidar melhor com o dinheiro

Embora muitos destes perfis não sejam negativos se olharmos para o futuro, a verdade é que os pais devem ter alguma atenção para promover uma postura mais equilibrada quando o assunto é dinheiro. Afinal, se as crianças ainda não possuem as ferramentas necessárias nem os conhecimentos básicos podem adotar posturas mais extremas na sua vida adulta. Por isso, deixamos aqui algumas sugestões para cada um dos perfis das crianças em relação ao dinheiro:

Que problemas podem existir se não tiver em consideração os perfis das crianças em relação ao dinheiro

Como temos referido ao longo deste artigo, alguns destes perfis podem levar a uma má gestão financeira na fase adulta se não forem passados alguns ensinamentos de literacia financeira. Por exemplo, num perfil gastador, se não houver alguma atenção em alterar este tipo de comportamento, é bem provável existir dificuldades em gerir dinheiro. Este tipo de postura pode levar a gastos superiores ao ordenado, através de aquisição de créditos pessoais, acabando por existir risco de endividamento.

No caso do perfil pedinchão, se o mesmo não for equilibrado, é normal que a criança cresça a sentir-se mais insatisfeita em relação ao dinheiro, e os seus rendimentos sejam uma fonte de frustração. Já no caso dos perfis forreta e preocupado, o grande risco passa por estas crianças chegarem à fase adulta com dificuldades de doar e ajudar o próximo.

Por fim, nos perfis do doador e do despistado existe risco duma má perceção da importância do dinheiro e da sua gestão. Ajudar os outros é algo extremamente importante, mas é preciso que esta perceba que deve poupar quantias para si e aprender a dizer que não em algumas situações. No caso do despistado, os riscos são maiores por passar a responsabilidade financeira para outros. A falta de interesse pela literacia financeira pode mesmo gerar problemas no futuro, quando chegar a hora de gerir o seu próprio ordenado.

Dito isto, no caso de ter crianças pequenas em casa esteja atento aos seus comportamentos quando estas têm de lidar com dinheiro, consumo e partilha. Desta forma poderá facilmente perceber qual é o perfil do seu filho face ao dinheiro e focar-se em alguns ensinamentos de literacia financeira infantil.

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