“Inflação não vai permitir cortar taxas, mas juros em 2023 não vão subir tanto”

Convidado do podcast “No final de Contas” é Filipe Garcia, presidente e economista da Informação de mercados financeiros (IMF).

Numa altura em que a inflação dá sinais de já ter atingido o pico, podem as famílias com crédito habitação respirar de alívio? O economista Filipe Garcia não tem dúvidas: este ano o crédito habitação vai ficar (ainda) mais caro. Para o também presidente da Informação de Mercados Financeiros (IMF), 2023 ainda vai ser um ano de subidas de taxas de juro, mas a um ritmo bem menor do que assistimos no ano anterior.

 “Não nos esqueçamos que as taxas Euribor começaram 2022 em terreno negativo, e atualmente já estão todas acima de 3%. O mercado espera que o máximo seja atingido nos 3,70% a 3,75%. Não vamos chegar perto dos níveis de 2008, em que as taxas chegaram a bater os 5%”, sublinha o responsável no Podcast do Doutor Finanças "No final de Contas”.

À conversa com a diretora de comunicação e conteúdos do Doutor Finanças, Sara Antunes, Filipe Garcia lamenta que os bancos optem por manter baixos os juros dos depósitos, forçando os clientes a procurar outras alternativas para pôr o dinheiro a render. Os certificados de aforro ou a constituição de um PPR são, na ótica do especialista, instrumentos de poupança interessantes. Já no que toca ao investimento, o responsável alerta para a prevalência cada vez maior de fraudes e deixa o conselho: “Não aceitem propostas sem ser de intermediários autorizados”.