Saber interpretar a informação

2024 vai ficar marcado como um ano muito movimentado no que a eleições diz respeito. Já tivemos as eleições dos Açores, teremos brevemente as eleições legislativas, as eleições na Madeira e as eleições europeias. Estes podem ser os momentos perfeitos para, de uma forma consciente, fazermos uma reflexão mais abrangente sobre o rumo que queremos que o nosso país siga.

O poder da informação

O Doutor Finanças tem tido um papel determinante no desenvolvimento da literacia financeira em Portugal, ao disponibilizar informação sobre os mais variados temas que têm influência nas nossas vidas e no nosso dia-a-dia. Algumas abordagens podem ser mais complexas, exigindo aos leitores mais concentração e outras mais intuitivas. No limite, o objetivo passa por ajudar a transformar Portugal e os seus cidadãos num país mais equilibrado e com mais informação. Porque é que ter informação é assim tão importante? Por vários motivos. O primeiro, para estarmos informados sobre o contexto que estamos a atravessar; o segundo, porque um cidadão mais informado, será sempre um cidadão mais consciente e que toma melhores decisões, na sua vida pessoal e na sua perceção social; outro ponto importante é que, se tivermos mais informação, seremos mais exigentes e, desta forma, iremos obrigar todos os que nos representam a evoluir.

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Propostas e mais propostas

O período eleitoral é, por norma, um momento de agitação social. Em Portugal, o atual contexto é, sem dúvida, desafiante. Percebemos que existe desgaste da população relativamente à atual classe política, o que nos torna mais impacientes. Estes factos fazem com que o interesse em torno das ideias que irão ser apresentadas seja maior do que o normal. As redes sociais, TVs ou rádios acabam por ser preponderantes para que os partidos nos façam chegar as suas mensagens. Num mundo cada vez mais global, é importante que todos nós saibamos interpretar a enorme quantidade de informações e solicitações que nos surgem constantemente. É neste ponto que a literacia financeira ganha dimensão. Todos sabemos que o período eleitoral é o momento em que nos são apresentadas inúmeras propostas e promessas que nos podem ou não agradar. Contudo, em primeiro lugar, deveremos ter a capacidade de as interpretar e de perceber se são exequíveis ou não. As ferramentas que vamos adquirindo, através da literacia financeira, permitem-nos analisar de forma mais concreta e real o que nos vai sendo apresentado. Esta capacidade será fundamental para podermos tomar uma decisão e para termos a capacidade de distinguir o que é real do que não passam de promessas eleitorais.

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Responsabilidade

A literacia financeira dá-nos ferramentas que podemos e devemos utilizar em vários aspetos da nossa vida. Na gestão e controlo do orçamento familiar, na tomada de decisões de consumo, na preocupação em criar uma poupança com regularidade, na forma como devemos aplicar as nossas poupanças ou na definição de metas de médio/longo prazo. Quanto mais conhecimento tivermos, maior será a nossa responsabilidade. A nossa participação social, que muitas vezes se resume à hora de votarmos, também deve ser por nós encarada como um direito que nos exige grande responsabilidade. Muito mais do que pensarmos apenas em nós próprios, devemos ter a capacidade de analisar ou percecionar se um determinado rumo será bom para todos e não apenas para mim. Esta responsabilidade é mais clara à medida que temos mais competências económicas e sociais. No limite, o voto é um dever cívico que nos permite definir um caminho que gostaríamos que o nosso país e a nossa sociedade seguissem. Este é o momento em que deixamos o “eu” de lado, dando primazia ao “nós”. Nunca nos devemos esquecer que uma sociedade mais próspera será benéfica para todos os que nela residem.

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