Cartões pré-pagos em viagens para o estrangeiros: como usar?

Vai viajar, mas está farto de pagar taxas elevadíssimas por cada transação bancária que faz no estrangeiro? Está a ponderar deixar o cartão em casa e levar apenas moedas e notas? Conheça a alternativa que está a conquistar viajantes em todos os cantos do mundo.

Vivemos num mundo sem fronteiras. Viajar é cada vez mais comum e frequente. Bilhetes de avião mais baratos, hostels e alojamentos para quem não quer gastar muito – viajar é, hoje em dia, uma atividade económica e acessível, se assim o quisermos.

Os portugueses viajam cada vez mais, quer dentro do seu próprio país, quer para o estrangeiro. Na verdade, em 2018, os portugueses gastaram mais de mil milhões no estrangeiro. No entanto, as taxas cobradas pelas transações bancárias no estrangeiro continuam a ser demasiado altas

Se viaja com frequência, usar cartões de crédito pré-pagos nas transações que faz no estrangeiro pode ser a melhor escolha.

Estes são cartões de crédito de saldo limitado, como os de telemóvel, e funcionam exatamente sob a mesma lógica: tal como um cartão de telemóvel sem assinatura, o cartão de crédito pré-pago é carregado com um determinado valor e pode ser utilizado até esgotar esse mesmo saldo.

São cartões que têm várias características, tais como:

Se ainda utiliza este tipo de cartões nas suas viagens, fique a saber quais as vantagens e desvantagens da sua utilização em viagem.

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As vantagens: um cartão que o ajuda a planear as viagens

Os Cartões pré-pagos vieram revolucionar a forma como os viajantes organizam as suas viagens. A premissa é comum aos vários tipos de oferta: eliminar as taxas associadas às movimentações no estrangeiro e permitir uma gestão mais imediata do dinheiro durante a viagem. Basta ter um smartphone e acesso à Internet para gerir os saldos e movimentos.

Este tipo de cartões permite-lhe não só evitar taxas desnecessárias, mas também gerir de forma diferente o dinheiro que gasta em viagem. Pode escolher um montante máximo de gastos por dia ou por viagem e carregar o cartão pré-pago com esse montante, para que os gastos não excedam o valor que estipulou.

Pode também ter diferentes cartões para diferentes tipos de despesas (transportes, alimentação, recordações…) e, assim, gerir o dinheiro que gasta no que é essencial e no que é acessório.

Estes cartões também têm uma característica muito atraente para quem viaja com frequência: taxas de câmbios reais.

A maioria dos bancos cobra uma taxa pela conversão de uma moeda para outra. Isto faz com que a conversão não seja feita à taxa real e se perca dinheiro pelo caminho.

Por isso, muitos viajantes optam por levantar a quantia total que pretendem gastar e fazer a conversão numa casa de câmbio, o que se pode tornar muito perigoso. Com os cartões de crédito pré-pagos, não é necessário andar com tanto dinheiro no bolso.

A maioria dos cartões pré-pagos disponíveis no mercado fazem a conversão de forma automática e gratuita para a maioria dos países do Espaço Económico Europeu e praticam taxas mais baixas do que os bancos para as restantes moedas.

Desvantagens: quando o barato sai caro

Alguns destes cartões possuem um custo de envio ou um valor de mensalidade, pelo que só compensam para quem viaja com bastante regularidade.

Mesmo os que são gratuitos, como o do N26 Bank, possuem um limite máximo de movimentações por dia/mês. Se o utilizador pretender ultrapassar o limite, tem de subscrever um plano pago.

Outra desvantagem está relacionada, exatamente, como os limites diários/mensais e de saldo. Imagine que, numa situação de emergência, em que apenas tem consigo o cartão de crédito pré-pago, descobre que já esgotou o número de movimentações ou o saldo carregado? É sempre aconselhável ter à mão outras alternativas, seja dinheiro na sua forma física ou um cartão de crédito tradicional.

Para além das desvantagens já relacionadas, apontamos o facto de estes cartões não terem programas de fidelização. Hoje em dia, a maioria bancos associam os seus cartões de crédito a programas que permitem acumular pontos ou receber o reembolso de parte do valor gasto em compras.

Por vezes, as oportunidades de poupança que estes programas oferecem podem ser superiores ao que poupa em taxas e comissões. Pode, por exemplo, conseguir milhas suficientes para fazer outra viagem. Analise as compras que irá fazer e se compensa usar um cartão de crédito tradicional.

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Outras funcionalidades dos cartões pré-pagos

Embora, em Portugal, o uso dos cartões de crédito pré-pagos esteja muito relacionado com as viagens e os gastos no estrangeiro, estes cartões podem ter outros usos.

Pode, por exemplo, usar o seu cartão pré-pago para gerir as suas finanças, estabelecendo um limite diário/semanal/mensal e carregando o cartão apenas com esse valor.

Deixe os restantes cartões em casa e, assim, terá a certeza de que não ultrapassará o limite posto. Também pode usar os cartões pré-pagos para gerir e controlar os gastos dos seus filhos. Pode carregar o cartão com o valor da mesada e gerir os gastos através da aplicação.

Se é entusiasta das novas tecnologias e entrou na tendência da criptomoeda, saiba que alguns dos cartões pré-pagos disponíveis no mercado permitem movimentar este tipo de moeda. Destacamos, entre as várias opções, o cartão Revolut, que permite movimentar criptomoedas.

Outra caraterística muito interessante dos cartões pré-pagos é a sua segurança. Por terem associado um valor específico e não permitirem saldo negativo, proporcionam uma grande segurança ao pagar compras online. Assim, se fizer alguma compra num site fraudulento ou os dados do seu computador forem parar às mãos de um pirata informático, o dano é limitado ao saldo que escolheu carregar no seu cartão para a compra em questão.

Agora, já sabe: da próxima vez que fizer a mala, não se esqueça de incluir um cartão de crédito pré-pago. Fácil, simples e mais barato, é a ferramenta que faltava para tornar as suas viagens mais económicas.