Depósitos a prazo: o que deve saber

Os depósitos a prazo são os produtos de poupança preferidos dos portugueses. O conservadorismo típico português, que prefere a facilidade de acesso ao montante “investido”, mesmo que isso signifique uma taxa de juro baixa (ou mesmo negativa), torna estes um dos produtos mais populares. Além disso, é uma solução relativamente simples. Associada à conta à ordem existe uma poupança a prazo, com determinada taxa de juro, um prazo pré-definido e um risco de perda de capital quase nulo. Mas existem outras questões que devem ser conhecidas pelos subscritores de depósitos a prazo. Descubra o que deve saber sobre depósitos a prazo. 

O que é o depósito a prazo?

Trata-se de um produto bancário em que se entrega a uma instituição de crédito uma determinada quantia. A instituição é obrigada, ao fim do prazo estipulado, a devolver o montante depositado e, em alguns casos, a pagar uma remuneração - consoante as condições acordadas. Os depósitos a prazo são supervisionados pelo Banco de Portugal. 

São três as características diferenciadoras deste tipo de produto: 

Quando subscreve este tipo de produto deve ter em atenção: o prazo de vencimento, a taxa aplicada, outras despesas e a possibilidade de reforço e mobilização antes do vencimento. 

Tipos de depósitos

Existem dois tipos de depósitos a prazo, que se distinguem essencialmente pelas variáveis que determinam o cálculo da remuneração. 

Taxa de retorno

A taxa de juro divulgada pelos bancos para as suas soluções de depósitos a prazo não representam, de forma linear, o retorno que pode ter com aquele produto. Isto porque há contas que precisam de ser feitas nomeadamente com os impostos a pagar e com a inflação (que pode inclusive resultar numa situação de retorno negativo).  

Por isso, quando simular o retorno que pode ter com cada investimento, não se esqueça de descontar 28% que será o imposto a pagar sobre o rendimento e pondere o fator da inflação - se o prazo for longo. 

Conheça: Simulador de depósitos a prazo

Retorno negativo: é possível?

Com as taxas de juros próximas de zero, a taxa de inflação pode empurrar o retorno para o campo negativo. Se a inflação for superior ao retorno líquido que o depósito oferece (isto é: depois de descontados os impostos e comissões), não há um ganho real. Ou seja: o montante que tem na conta será o mesmo, mas, como os preços dos bens e serviços aumentaram (inflação) o poder de compra diminui. Em 2019, a taxa de inflação em Portugal foi de 0,3%. Já a taxa de juro média praticada nos depósitos a prazo foi de 0,16%, no mesmo período.

Há risco nos depósitos?

O principal risco de um depósito a prazo é mesmo o da inflação, porque o montante investido é assegurado. O que pode variar é o risco da remuneração, considerando o tipo de taxa aplicada: se fixa ou variável. 

Os depósitos a prazo são dos investimentos mais seguros do mercado, embora com as rentabilidades mais baixas. São produtos de subscrição rápida e simples, que não exigem conhecimentos financeiros aprofundados. Ainda assim, deve procurar compreender todas as condicionantes como a possibilidade de mobilização antecipada. Por muito simples que possa ser, informe-se antes de investir o seu dinheiro num depósito a prazo. 

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Confirme se está a investir num depósito

Já ouviu, nem que tenha sido nas notícias, alguém dizer que perdeu todas as suas poupança, explicando que pensava que tinha o dinheiro num depósito e que afinal não era? Para evitar uma situação semelhante, há uma regra basilar: confirme se está a investir efetivamente num depósito.

Se o seu objetivo é ter o dinheiro à mão e não quer correr riscos, terá mesmo de confirmar se o investimento está num depósito. Como? Na “famosa” FIN tem de estar identificado como tal. Nenhuma instituição pode comercializar um produto chamando-lhe “depósito” quando na verdade não é.

E claro, se lhe estiverem a oferecer uma taxa de juro muito mais elevada do que o que está a ser praticado pelo restante mercado, desconfie e informe-se. Mas, a regra é: se for um depósito (e se reger pelas proteções deste tipo de produtos) tem de estar identificado como tal.

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