Os 10 países mais entusiastas das criptomoedas

Durante a última década, as criptomoedas tornaram-se imensamente populares como opção de investimento e moeda alternativa. O número de empresas e negócios baseados neste instrumento faz, cada vez mais, parte do quotidiano.

Ainda assim a sua utilização não é a mesma em todo o mundo. Alguns países não permitem de todo a aplicação, enquanto outros construíram uma enorme indústria a partir dela. Então, que países estão atualmente mais otimistas relativamente às criptomoedas?

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Estados Unidos da América: Um dos maiores do mundo

O mercado americano é, atualmente, um dos maiores a nível mundial.  É legal comprar, vender e gastar criptomoeda nos EUA. Portanto, não é surpresa que o mercado esteja a crescer todos os anos.

Um estudo recente (conteúdo em inglês), concluiu que 16% dos americanos dizem ter investido, usado ou comercializado alguma forma de criptomoeda, enquanto que outro relatório (conteúdo em inglês) coloca esse número em cerca de 14%.

Embora não haja um número exato, acredita-se que entre 30 e 50 milhões de cidadãos americanos reconhecem vantagens nesta tecnologia, ao ponto de a utilizarem. Ainda assim, o futuro é incerto e não se sabe se este número irá ou não duplicar, triplicar ou reduzir para metade durante a próxima década.

Um dado interessante que advém destes relatórios, é que existe um enorme número de cidadãos norte-americanos "cripto-curiosos". Cerca de 63% dos inquiridos indicaram que ainda não tinham investido, mas estavam curiosos em saber mais e planeiam comprar em breve.

Índia: Mercado vale mais de 5 mil milhões

Embora a relação da Índia com o mercado cripto tenha sido tempestuosa nos últimos anos, com uma proibição total estabelecida em 2018 e derrubada em 2020, o seu mercado de criptomoedas cresceu massivamente para se tornar um dos maiores do mundo.

Atualmente, o mercado indiano de moeda criptográfica vale cerca de 5,39 mil milhões de dólares, com as estimativas sobre o número de utilizadores a variarem entre 15 e 100 milhões.

No entanto, o governo indiano está novamente a reconsiderar a presença desta tecnologia, acreditando que é uma ameaça à moeda nacional da Índia, a rupia. Como resultado, há agora receios de que uma proibição total da moeda criptográfica seja reposta a nível nacional, apesar de não estar confirmado.

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Japão: Transações de criptoativos dispara

O ano de 2021 foi palco de um forte crescimento, por parte do mercado cripto, no Japão. Entre o outono de 2020 e o inverno de 2021, o volume de transações aumentou 6 vezes. Apesar disso, no mesmo ano, verificou-se que apenas cerca de 4% dos residentes japoneses interagiram, de alguma forma, com as criptomoedas. Ainda assim, ascende a cerca de 6,29 milhões de pessoas, o que não é de forma alguma um número insignificante.

Embora se possa afirmar que o ritmo de crescimento é impressionante, existem algumas reticências na evolução nos próximos tempos. As duras regulamentações impostas e a estabilidade da moeda nacional do país desempenham um papel fundamental no desenrolar da evolução desta tecnologia. Não se sabe como é que as coisas irão evoluir dentro de alguns anos, mas o governo japonês está a acompanhar de perto.

Nigéria: População tenta contornar proibição

A Nigéria e as criptomoedas não têm tido uma relação simples. O governo do país proibiu a utilização pelos bancos e outras instituições financeiras e emitiu uma declaração (conteúdo em inglês), no início de 2021, indicando que a sua utilização não seria permitida.

No entanto, não foi suficiente para impedir os residentes nigerianos de se envolverem na indústria. As pesquisas online nigerianas de "Bitcoin" e "Crypto" são tão comuns que a sua frequência é agora a número um no mundo.

As chocantes taxas de inflação da Nigéria e o desdém geral da população pela atitude repressiva do seu governo contribuíram para este crescimento contínuo dentro do seu mercado.

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Ucrânia: Mais de 5,5 milhões de utilizadores

A Ucrânia tem-se revelado um player relevante no mercado das criptomoedas. Atualmente, da sua população, mais de 5,5 milhões de habitantes, são detentores de alguma criptomoeda. Isso representa 12,7% da população total e uma das taxas mais elevadas, a nível mundial.

O país tem investido em instalações dedicadas à mineração, com um plano para abrir perto das centrais nucleares de Zaporizhzhia e Rivne, no Oeste. O governo ucraniano parece estar a abraçar esta tecnologia (embora ainda não seja legal, dentro do país, adquirir bens ou serviços).

El Salvador: Uso de critptomoedas legal para aliviar taxas de transação

El Salvador é, pelo seu compromisso com a moeda criptográfica, o vencedor, entre todos os outros nesta lista. O seu governo investiu recentemente milhões em Bitcoin após ter anunciado que agora será aceite como moeda legal.

O presidente do país, Nayib Bukele, anunciou que esta decisão foi tomada para aliviar os cidadãos do país de terem de pagar elevadas taxas de transação ao enviar moeda internacionalmente a amigos e familiares, o que é bastante comum em El Salvador.

Peru: Interesse crescente por criptoativos

Os residentes do Peru estão certamente a demonstrar um grande interesse pelas criptomoedas, com 3,7% da população a indicar que possui atualmente alguns ativos  (no valor de cerca de 1,2 milhões de pessoas). Além disso, o país viu um aumento de 18,3% na utilização da carteira criptográfica entre junho e julho de 2020.

No entanto, o governo do Peru, tem previsto intervir neste mercado. As autoridades anunciaram que estão atualmente a ser realizadas investigações, para que as leis e regulamentos apropriados sejam postos em prática. Isto pode significar novos desafios, dado que muitos acreditam que a criptologia deve permanecer não regulamentada.

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Reino Unido: Quase um milhão de utilizadores

O mercado britânico de criptomoedas está atualmente em ascensão, com quase um milhão de pessoas a afirmarem possuir algum tipo de ativo criptográfico. Esta taxa de propriedade aumentou seis vezes nos últimos três anos, indicando que cada vez mais residentes no Reino Unido estão a apostar nesta tecnologia.

Dado que é totalmente legal no Reino Unido, há muitos cidadãos britânicos que procuram agora a criptografia como um investimento sólido.

Vietname: A segunda maior taxa de utilização de criptomoedas, apesar da proibição

Atualmente, o Vietname tem a segunda maior taxa de utilização de moeda criptográfica a nível mundial, apesar de ser ilegal. Multas consideráveis e prisão pela utilização ou comércio de moeda criptográfica, são algumas das sanções aplicadas, pelo que é surpreendente que 6,1% dos residentes vietnamitas possuam alguma forma de moeda criptográfica.

Há também muito tráfego vietnamita online, de tal forma que o Vietname ocupa atualmente o quinto lugar no mundo em termos de acesso a plataformas online relacionadas com criptomoedas. Com quase 60% dos vietnamitas a demonstrarem interesse em possuir moeda criptográfica, parece que o seu mercado de criptografia vai continuar a crescer no futuro.

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China: Proibição leva investidores a colocarem dinheiro fora do país

Embora tenha sido totalmente banida na China, a população não está disposta a abdicar. Os residentes chineses continuam a investir na moeda criptográfica, apesar de o governo fazer esforços constantes para remover a sua presença do país inteiramente num esforço para manter a economia sob controlo estatal.

Para que consigam estar presentes, os investidores mantêm os seus preciosos fundos criptográficos fora do país. Biliões de dólares estão a ser retirados da China para que os investidores possam manter o seu dinheiro a salvo do governo. E, nem todas estas transações internacionais de criptografia são legais, com algumas a excederem o montante máximo permitido para serem movimentadas.

O tempo dirá como esta proibição se aplicará tanto para o governo chinês como para os civis.