Quanto custa preparar a mochila do meu filho?

Poupar no regresso às aulas pode ser um desafio. Acima de qualquer dica de poupança, é importante saber onde procurar os materiais a preços mais baixos, para que não se sinta tanto o impacto na carteira. Então, quanto pode custar a mochila do seu filho?

Neste artigo, procurámos montar, por ciclos, cabazes com os produtos mais baixos do mercado através de um levantamento de marcas brancas. Além disso, passamos por outro tipo de despesas que uma rotina escolar implica, e ainda como pode preparar a carteira para esta fase dispendiosa.

Material escolar necessário consoante ciclo 

Quais os preços mais baratos de cada material? 

Primeiro ciclo – 1.º, 2.º, 3.º e 4.º ano 

Cabaz primeiro ciclo mais barato: 44,16 euros.

Segundo ciclo – 5.º e 6.º ano 

Cabaz segundo ciclo mais barato: 51,45 euros.

Terceiro ciclo – 7.º, 8.º e 9.º ano 

Cabaz terceiro ciclo mais barato: 61,67 euros

Leia ainda: O seu filho vai entrar no primeiro ciclo? O que deve preparar

Como poupar com o material escolar? 

Para que consiga alcançar um cabaz com um preço total barato e poupar no material escolar, a primeira coisa que deve fazer é elaborar a lista dos materiais necessários antes de ir às compras. 

Faça também uma pesquisa prévia online, para que saiba em que locais existem os materiais a preços mais baixos e as promoções. 

Pode ainda criar um orçamento, por exemplo, através dos cabazes acima sugeridos, para que estabeleça um limite máximo que pode gastar e não o ultrapasse.

Estas ações vão ajudá-lo a ser mais objetivo no momento das compras, por saber exatamente o que precisa de comprar e onde ir. 

Outra opção que pode ponderar, para evitar novas compras, é a reutilização de materiais. Identifique se tem em casa material de anos anteriores que o seu filho possa voltar a utilizar este ano.

O objetivo é gastar o menos possível com o regresso às aulas do seu filho, mesmo dando-lhe tudo aquilo de que necessita. 

Quanto vou gastar com os manuais escolares? 

Atualmente, é possível não ter custos com manuais escolares. Isto porque os alunos que frequentem a escolaridade obrigatória, desde o 1.º ao 12.º ano, no ensino público ou privado, podem ter acesso a manuais escolares gratuitos. Desde que a escola que frequentem tenha um contrato de associação. 

Para isto, é necessário o encarregado de educação inscrever-se na plataforma eletrónica MEGA ou na aplicação “Edu Rede Escolar”. É necessário preencher o nome e o e-mail, definir uma palavra passe, e comprometer-se a entregar os manuais escolares na escola no final do ano letivo em bom estado, aceitando os termos de utilização. 

Deve associar o seu filho ao perfil da plataforma, e, assim que os manuais ficam disponíveis, recebe uma notificação no e-mail para levantar os vales. Este ano, os do 1.º ciclo, 8.º ano e 11.º ano, estão disponíveis desde 2 de agosto. Já os vales dos alunos do 5.º, 6.º, 7.º, 9.º, 10.º e 12.º ano, estes vales estão disponíveis a partir desde 9 de agosto. 

De seguida, é só deslocar-se a uma das livrarias aderentes com os vales para levantar os manuais escolares de forma gratuita. 

Que outras despesas podem ter os alunos? 

Além dos custos com o material necessário para a escola, podem haver outras despesas relacionadas a uma rotina escolar. 

Atividades extracurriculares

Se quiser que o seu filho frequente atividades extracurriculares, pode ou não ter custos que variam com a idade e o ano escolar. Por exemplo, no primeiro ciclo, existe a opção de colocar a criança nas Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC). De forma gratuita, a Direção-Geral da Educação disponibiliza as seguintes vertentes das AEC para o 1.º ciclo: 

Mas, a partir do 2.º ciclo, já não existe este tipo de atividades. Por isso, se quiser colocar a criança numa instituição de Atividades de Tempos Livres (ATL) fora do horário escolar, terá já outro custo que depende de se precisa que o estabelecimento vá buscar o seu filho à escola ou das horas que lá permanece. 

Também pode colocar o seu filho a fazer um desporto, à parte da escola. Primeiramente, deve ponderar se consegue disponibilizar parte do seu orçamento mensal para os custos dessa atividade. 

Cada atividade tem a sua despesa, que inclui: o valor da inscrição, do possível material necessário e as mensalidades. Por exemplo, para o judo, terá de comprar o fato próprio para que ele consiga praticar. 

Vejamos as atividades mais comuns, dentro das desportivas: futebol, natação, patinagem; e das atividades lúdicas: música, aprender um instrumento, pintura e artes plásticas, dança, teatro ou aprender um novo idioma. 

Para que escolha a atividade certa, avalie os benefícios e vantagens para a criança, mas também as preferências do seu filho.

Transporte e alimentação

Se o seu filho já se conseguir deslocar sozinho, tem de se preocupar ainda com o custo do passe. Atualmente, qualquer criança até aos 12 anos não paga para andar de transportes na área metropolitana de Lisboa. A partir dessa idade, o passe para se descolar por Lisboa tem um custo de 40 euros

Tal como em Lisboa, no Porto, também as crianças até aos 12 anos não pagam para andar de transportes Andante. Além disso, existe atualmente uma assinatura Andante gratuita para jovens entre os 13 e os 18 anos, oferecida pelo Município a estudantes com domicílio fiscal no Porto, que estudem e residam na cidade. Esta assinatura permite a utilização dos transportes públicos: Metro, STCP e Funicular dos Guindais, com limite de três zonas contíguas.

A par com os transportes, também tem de se preocupar com a alimentação. No primeiro ciclo, pode decidir se quer que os lanches do seu filho sejam fornecidos pela escola, mediante um certo custo, ou se leva de casa. Neste ciclo, os almoços são oferecidos pela escola.

Mas a partir do segundo ciclo, caso o horário escolar do seu filho implique que passe horas de almoço na escola, passa a ter mais despesas com a alimentação. Por norma, as crianças têm o cartão escolar que podem carregar com um certo valor, e depois compram senhas para almoços na cantina através do mesmo. É através deste cartão que podem comprar também material necessário, na papelaria da escola. 

Por fim, pondere se será necessário oferecer ao seu filho equipamentos tecnológicos para realizar os trabalhos da escola, em casa. O acesso à internet pode ajudar na pesquisa para os trabalhos.  

Estes são então outros custos que a rotina escolar do seu filho pode implicar, à parte dos obrigatórios, e que deve ponderar no orçamento familiar

Preparar as contas para o regresso às aulas

Avalie se pode pedir apoio da Ação Social Escolar

Para que se prepare para um regresso às aulas sem muito impacto na carteira, uma das coisas que pode fazer é procurar saber se pode pedir apoio da Ação Social Escolar (ASE). Caso o seu filho estude no ensino público, pode ter acesso a estes apoios caso a família tenha rendimentos baixos.

Os escalões da ASE dividem-se entre três escalões do abono de família, mas são identificados como A, B e C:

Escalão A – 1.º escalão do abono de família, é atribuído quando os rendimentos anuais do agregado familiar são iguais ou inferiores a 3.071,67 euros; 

Escalão B – 2.º escalão do abono de família, disponibilizado a agregados familiares com rendimentos anuais até 6.143,34 euros; 

Escalão C – 3.º escalão do abono de família, para agregados familiares com rendimentos anuais que não ultrapassem os 9.215,01 euros. 

E em que áreas os apoios da ASE comparticipam? Em quatro situações:

As candidaturas iniciam e terminam quando cada escola decide, mas costumam ocorrer entre maio e agosto. Contudo, há escolas que fazem ainda uma segunda fase de candidaturas em setembro. 

Se reúne as condições, contacte a escola que o seu filho frequenta para saber se ainda consegue candidatar-se aos apoios da ASE este ano.

Leia ainda: Regresso às aulas: Como preparar a carteira e as crianças?

Considere a transferência de créditos e seguros

Caso tenha algum dos seus créditos ou seguros, faz tempo: pode estar na hora de rever condições e considerar a transferência.

As condições oferecidas pelos bancos/seguradoras alteram-se ao longo dos anos Por isso, se procura poupar com créditos e seguros, deve avaliar o mercado atual para encontrar preços mais baixos.

Por exemplo, se ponderar a transferência do crédito habitação, com novas propostas de bancos pode conseguir: aumentar o prazo do contrato (o que diminui as prestações mensais), não associar produtos que não necessita (cartões de crédito ou outros que teve de adquirir no contrato inicial), e um spread mais baixo.

Outro exemplo: os seguros associados ao crédito habitação são, por norma, na altura, contratados com a entidade ligada à instituição bancária onde está a contratar o crédito. Mas saiba que não é obrigatório manter estes seguros nessa entidade. Pode conseguir transferir os seguros para uma nova seguradora que ofereça melhores condições e mais baratas.

Por isso, avalie se poderá compensar a transferência dos seguros. Deve saber que os bancos oferecem uma bonificação no spread a quem tem os seguros na sua rede. Mas a poupança que pode gerar ao transferir os seguros, pode compensar mesmo se aumentarem o spread do seu crédito.

Nos dois casos, o Doutor Finanças pode ajudá-lo em todo o processo: a pedir novas propostas, a analisá-las e a escolher a melhor opção para si.

Pondere a consolidação de créditos

Se já tem vários créditos e precisa de reduzir ainda mais encargos para que consiga suportar as despesas decorrentes da rotina escolar do seu filho, pondere consolidar.

Isto é, ao invés de pedir mais um crédito, pode juntar todos os créditos que tem com a consolidação de crédito e gerar poupança.

Por exemplo, se tiver um crédito automóvel e dois créditos pessoais, uma forma de poupar com estas prestações mensais é juntar os vários créditos numa só prestação. Por norma, esta prestação única tem um valor menos elevado, devido à taxa de juro média mais baixa. O que garante uma redução dos seus encargos imediata.

Avalie as vantagens e desvantagens de um crédito consolidado, e se pode ou não ser uma boa solução para o seu caso. Isto porque pode ajudá-lo a libertar orçamento no momento, para que consiga suportar os custos do regresso às aulas do seu filho, mas a longo prazo pode ter desvantagens.

Simule a sua situação, para que perceba o quanto pode ficar a pagar a menos e as condições oferecidas por um crédito consolidado. O Doutor Finanças pode avaliar qual a melhor solução para o seu caso.

Leia também: Orçamento familiar apertado? 10 dicas para poupar no regresso às aulas