Poupança que gera poupança

Quem começa a poupar tem um objetivo transversal a todos os que já o fazem: manter o hábito e conseguir, se possível, algum retorno

Mas para conseguir manter o hábito, há que manter o ânimo. Para isso, devem-se traçar pequenas metas, quantificar objetivos e ter sempre presente os resultados atuais. Na poupança, o elemento psicológico “entusiasmo” é muito importante para que o caminho siga o seu rumo expectável. 

Independentemente das estratégias que cada um adote para poupar: rever créditos, contratos de serviços ou simplesmente começar a levar marmita de casa, a poupança deve ser fértil. Seria ingrato se esses “esforços” fossem em vão e abalados pela inflação. 

Por isso, deixamos algumas dicas para que a poupança gere poupança e multiplique o seu efeito

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Poupar para eliminar dívidas/ empréstimos

As dívidas ou empréstimos bancários levam uma importante fatia dos rendimentos dos agregados familiares portugueses. Não é uma situação financeira saudável. Por isso, deve ser combatida o mais rapidamente possível através da liquidação total ou parcial (atenção às taxas aplicadas no reembolso antecipado de financiamentos). 

É certo que todos os meses já se paga X para determinada mensalidade, mas se for possível pagar esse X e ainda colocar ½ ou ¼ desse valor de parte para abater no empréstimo mais tarde, perfeito. É que além de antecipar o fim do pagamento, poupará nos juros que tem de pagar até ao fim do crédito.

Investir o que se conseguiu poupar

Poupar para ter debaixo do colchão (o que é 100% desaconselhado) ou para ter apenas à ordem ou num depósito a prazo que não rende praticamente nada, não é boa prática. 

As contas são relativamente simples de se fazer. Se a inflação em 2019 foi de 0,3%, então para que 100€ não desvalorizem para 99,70€, deveriam estar  investidos num produto que cresce pelo menos esses 0,3% ao ano. No entanto, a taxa de juro média praticada nos depósitos a prazo foi de 0,16%. A conclusão é, por isso, óbvia. 

Esta estratégia não é alternativa à anterior, mas sim complementar. Pode investir um montante que conseguiu poupar (de preferência num produto de baixo risco - como é o caso dos Certificados de Aforro e do Tesouro) para depois, com o resultado desse investimento, eliminar a dívida

Descubra mais sobre investimentos: o que são e o que deve ser tido em conta. Mas tenha sempre presente que deve ter uma parte da poupança à disposição para que possa recorrer a ela nalgum momento imprevisto.

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Usufruir da poupança 

Não caia no erro do Tio Patinhas: em algum momento da vida há que usufruir da poupança que lhe custou algum esforço, autocontrole e organização. Muitas vezes esse momento surge nas últimas décadas de vida, juntamente com a reforma. É neste período em que, por norma, se consegue liquidar por completo os créditos habitação, por exemplo. 

No entanto, inclua sempre nos seus orçamentos mensais e anuais uma parcela para que possa usufruir dos seus rendimentos. Jantar fora, aproveitar uma escapadinha ou mesmo investir num carro mais confortável e moderno não tem nada de errado, desde que seja feito conscientemente. 

Lembre-se: pague-se também a si mesmo, use o dinheiro como uma ferramenta para ser feliz e fazer o que mais gosta. 

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