Quer comprar um automóvel? Porque deve considerar um carro importado

No momento de aquisição de um automóvel multiplicam-se as questões relacionadas com o seu usufruto - a dimensão, quantos quilómetros percorre por mês, se é familiar ou comercial - e, claro, com o sonho.

Mas, aqui, contrariando a crença de Fernando Pessoa, nem sempre a “obra nasce” pois ela encontra três barreiras fundamentais: a escassez de oferta num curto espaço de tempo, a (óbvia) ponderação orçamental e, apesar de Portugal ter um mercado muito maduro de comerciais ao lado dos clientes do setor automóvel, a falta de informação e hesitações sobre uma solução que pode ser a chave para a “obra nascer”, que é a da importação automóvel.

Optar por comprar um carro importado pode ser uma solução atrativa para empresas e particulares, quer ao nível de preços, quer ao nível do tempo de entrega. E é para dar a conhecer melhor esta opção que escrevo.

A pressão que incide sobre o mercado automóvel

A inflação e o custo das matérias-primas e de outros componentes, o aumento dos preços dos veículos no mercado nacional e o acréscimo de tempo para a entrega de automóveis, tornou a importação de automóveis numa opção atrativa para cidadãos e empresas que pretendem poupar significativamente.

De acordo com um artigo publicado pela APDCA - Associação Portuguesa de Comércio Automóvel, a importação direta de automóveis pode resultar numa poupança média de 20% a 30% em comparação com os preços praticados no mercado interno.

Essa diferença de preço é influenciada por vários fatores, incluindo a carga fiscal, os custos de produção e as margens de lucro praticadas pelas marcas nacionais.

A estas questões muito relevantes, acresce o tempo, respondendo a um dos grandes desafios da indústria: ao optar pela importação, um automóvel pode chegar às mãos do(a) condutor(a), em 30 dias e, para o cenário de uma frota, estes prazos podem ser também viáveis, dependendo do volume e marca(s) e do conhecimento de mercado da consultoria de importação automóvel.

Este caminho é muito frutífero, mas não se faz sozinho. É importante salientar que a importação de automóveis requer um conhecimento aprofundado das regulamentações e procedimentos aduaneiros, que pode ser visto como uma desvantagem para quem não quiser optar por um parceiro de importação durante o processo.

Leia ainda: Como poupar na carteira e defender o ambiente com o seu automóvel

Poupança para o consumidor

Vejamos os consumidores: ao importar o seu carro, uma pessoa tem acesso a uma ampla variedade de modelos, opções de personalização e tecnologias avançadas que podem ainda não ter sido lançadas no mercado interno.

Esta diversidade de escolha permite que os compradores encontrem exatamente o veículo que atende às suas necessidades e preferências, sem comprometer o orçamento, pois o nível de poupança pode, pela nossa experiência, chegar aos 30%.

Para descanso de todos, a grande maioria dos carros apresenta o livro de revisões efetuadas na marca, proporcionando uma segurança adicional para o comprador, sendo que muitas marcas oferecem, ainda, garantia internacional, quebrando barreiras geográficas - é bastante comum nos países europeus que os proprietários realizem a manutenção dos seus veículos em concessionárias oficiais das marcas, com esta prática, há uma garantia que os carros sejam atendidos pelas melhores oficinas possíveis, proporcionando uma qualidade superior e mantendo a garantia do veículo intacta.

Leia ainda: Fundo de garantia automóvel: O que é e até onde vai a cobertura?

Poupança para as empresas

Já no contexto empresarial, habitualmente marcado por outras modalidades como leasing, renting e a dúvida permanente de qual a melhor solução, certo é que  importação apresenta inúmeras vantagens financeiras que podem mesmo chegar a uma poupança na ordem dos 40%.

Empresas de diferentes setores, como logística e transporte, podem reduzir consideravelmente a fatura ao adquirir frotas de automóveis importados. Utilizemos um exemplo prático: na Alemanha, existem 72 opções do Mercedes e-Vito disponíveis, enquanto que em Portugal não há nenhuma; além disso, o preço na Alemanha é de 42.950 euros, em Portugal é de 52.406 euros, o que representa uma diferença significativa. Essa poupança de cerca de 10.000 euros vai permitir que a empresa invista noutras áreas estratégicas do seu negócio.

No caso de ser um cliente particular, um exemplo é o BMW 530e Touring Pack M 2022. Na Alemanha, existem 740 opções disponíveis, enquanto em Portugal há apenas oito. A diferença de preço também é significativa, com o valor na Alemanha a ser de 44.900 euros e em Portugal de 52.000 euros, o que resulta numa diferença de 7.000 euros, segundo uma análise de 28 de novembro.

Para empresas ou particulares, estes valores e percentagens podem ainda assumir um maior incentivo ao optar por carros 100% elétricos ou por veículos híbridos plug-in, com isenção de ISV - Imposto Sobre Veículos, no primeiro, e com um imposto de 20% do habitual, no segundo. Isto, claro, dependerá sempre de cada Orçamento Geral do Estado português, revisto anualmente.

Com a ascensão das plataformas digitais e da livre circulação de mercadorias dentro da União Europeia, a importação é hoje um processo bastante mais simples e transparente, potenciado pela digitalização do setor de aquisição automóvel e pelo conhecimento de quem está na operação.

É, por isso, crucial que, ao optar pela importação, cada indivíduo ou empresa escolha um parceiro com um amplo conhecimento sobre as regras, regulamentações e impostos de cada país.

O processo de importação de carros é muito moroso com “alteração de documentos”, licenças, matrícula e outros aspetos burocráticos que cabe à consultoria de importação resolver, tudo para que empresas e consumidores possam focar-se no que interessa: reduzir os seus gastos por via da importação.

Leia ainda: Crédito automóvel, leasing ou renting? Como distinguir antes de escolher