Aproveite os depósitos a prazo antes que desçam os juros

Tem dinheiro parado numa conta à ordem? Apresse-se e aproveite os juros atuais dos depósitos a prazo, antes que acabem.

Os portugueses estão a colocar milhões de euros em depósitos a prazo nos bancos. Depois da “moda” dos Certificados de Aforro, parece que a moda virou para os depósitos. De acordo com o Banco de Portugal, desde 2012 que não era colocado tanto dinheiro nos depósitos a prazo. Será que é uma boa estratégia de poupança?

Aparentemente, sim, mas tem de saber escolher bem os depósitos a prazo porque não são todos iguais. É aí que entra a nossa literacia financeira. Há depósitos a prazo que parecem bons, mas que podem ser “armadilhas” financeiras.

O seu objetivo deve ser ganhar o máximo de dinheiro possível - a cada momento da sua vida - com o seu dinheiro. Mas para isso tem de saber fazer as escolhas certas. Não é acreditar nas letras gordas da publicidade nem só nas primeiras frases dos gestores de conta, sem ouvir o resto ou ler as letras miudinhas. Há situações em que mais vale optar pelos Certificados de Aforro.

Olhe para os depósitos que pagam acima de 3,5%

Há muitos bancos (sobretudo mais pequenos) que já estão a oferecer com facilidade 3,5% ou até 4%, em alguns casos mais raros. Esses juros, no contexto do início de 2024, são muito bons e deve aproveitá-los.

O que me choca é saber que há dezenas de milhares de portugueses que têm milhares de euros parados em contas à ordem e que não os colocam a render por ignorância, medo ou simplesmente preguiça. Ou então têm depósitos a prazo a render zero, ou quase, e não resgatam esse dinheiro para o colocar em depósitos a prazo que rendem os tais 3,5%, às vezes disponíveis no mesmo banco. Porquê essa inércia? Não compreendo.

A minha sugestão simples é: se tem dinheiro à ordem ou a prazo (a render muito pouco), pegue imediatamente nesse dinheiro e coloque-o num depósito a prazo que renda pelo menos 3,5%. É só isto. Não é nada de terrivelmente complicado.

Fazer isso é a diferença entre perder dinheiro para a inflação ou, no mínimo, manter o valor do seu dinheiro que tanto lhe custou a ganhar. Se for necessário abrir uma conta noutro banco (desde que não pague comissões de manutenção), faça-o. Qual é o problema? É para ganhar dinheiro com o seu dinheiro…

Mas, e os Certificados de Aforro? Sim, também são uma opção. A série mais recente só rende 2,5%, mas é a um ano completo e, passado esse ano, começa a ter prémios de permanência que fazem subir esse juro.

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Não caia na “armadilha" dos prazos

É aqui que quero explicar-lhe a “armadilha”. É que muitos dos depósitos a prazo “bons” são normalmente a apenas 3 ou 6 meses. Passado esse tempo, a taxa de juro regressa a zero ou quase. Isto é, se não pegar imediatamente nesse dinheiro (mais os juros de meio ano) e o colocar logo noutro depósito a prazo que renda igualmente mais 3,5%, então mais vale pôr logo desde o princípio em Certificados de Aforro.

Os bancos sabem como funcionam as nossas cabeças. Sabem que há uma enorme probabilidade de nos esquecermos de tirar o nosso dinheiro depois dos 6 meses. Cada dia que passar depois dessa data, os 3,5% começam a descer. 

Em resumo, aproveite estes juros antes que eles acabem. Esse momento já começa a aproximar-se. Daqui a umas semanas ou meses, as taxas de juro máximas dos bancos vão começar a baixar porque as taxas de juro do BCE também devem começar a baixar e a Euribor também. Se não garantir esses juros agora, daqui a uns meses vai lembrar-se desta crónica e pensar que o devia ter feito e não fez. Nessa altura, já perdeu a oportunidade. Faça escolhas inteligentes.

Leia ainda: Juros vão baixar em 2024. Falta saber quando e quanto

Pedro Andersson nasceu em 1973 e apaixonou-se pelo jornalismo ainda adolescente, na Rádio Clube da Covilhã. Licenciou-se em Comunicação Social, na Universidade da Beira Interior, e começou a carreira profissional na TSF. Em 2000, foi convidado para ser um dos jornalistas fundadores da SIC Notícias. Atualmente, continua na SIC, como jornalista coordenador, e é responsável desde 2011 pela rubrica "Contas-Poupança", dedicada às finanças pessoais. Tenta levar a realidade do dia a dia para as reportagens que realiza.

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