Instituições financeiras

BCE desacelera agravamento dos juros com subida de 25 pontos base

O BCE anunciou a sétima subida consecutiva dos juros, inferior às anteriores. As taxas diretoras agravam-se, desta vez, em 25 pontos base.

Instituições financeiras

BCE desacelera agravamento dos juros com subida de 25 pontos base

O BCE anunciou a sétima subida consecutiva dos juros, inferior às anteriores. As taxas diretoras agravam-se, desta vez, em 25 pontos base.

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou esta quinta-feira, 4 de maio, uma nova subida das taxas de juro na região do euro, uma trajetória que tem vindo a ser seguida pela autoridade monetária para tentar controlar a escalada dos preços na região.

Esta é já a sétima vez consecutiva que a autoridade monetária liderada por Christine Lagarde agrava as taxas diretoras, desde que iniciou o aperto da política monetária, em julho do ano passado. Mas, desta vez, a subida é inferior às anteriores, de apenas 25 pontos base.

“As perspetivas para a inflação continuam muito altas, por muito tempo. À luz das pressões inflacionistas atuais, o Conselho do BCE decidiu hoje aumentar as três principais taxas de juro em 25 pontos base”, justifica o Banco Central Europeu, em comunicado

Assim, a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento aumenta de 3,5% para 3,75%, a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez sobe de 3,75% para 4% e a taxa dos depósitos passa de 3% para 3,25%, a partir de 10 de maio.

Leia ainda: BCE cumpre a promessa e volta a subir os juros

BCE: “Pressões sobre os preços continuam fortes”

Ainda que a taxa de inflação na Zona Euro tenha vindo a diminuir desde outubro do ano passado, o BCE aponta que as “pressões sobre os preços continuam fortes”, validando a decisão da autoridade monetária de permanecer na trajetória de aperto da política monetária, para tentar trazer a inflação para o objetivo dos 2%. Recorde-se que o mandato do banco central é a estabilidade dos preços na região da moeda única, sendo que a meta é manter a taxa de inflação num nível próximo, mas abaixo dos 2%.

Em outubro do ano passado, o crescimento dos preços na Zona Euro atingiu um recorde de 10,6%, tendo desde então aliviado progressivamente. Em janeiro deste ano, a inflação já estava nos 8,6%, em fevereiro nos 8,5% e, em março, nos 6,9%. De acordo com a primeira estimativa avançada pelo Eurostat, terá voltado a subir ligeiramente para 7% em abril.

“No geral, as informações recebidas apoiam amplamente a avaliação das perspetivas de inflação a médio prazo que o Conselho do BCE formulou na sua reunião anterior. A inflação diminuiu nos últimos meses, mas as pressões subjacentes sobre os preços permanecem fortes”, explica o BCE. “Ao mesmo tempo, os anteriores aumentos dos juros estão a ser transmitidos de forma contundente às condições monetárias e de financiamento da Zona Euro, ainda que o desfasamento e a força da transmissão à economia real permaneçam incertos”.

Leia ainda: Descodificar a linguagem dos bancos centrais

BCE admite novos aumentos dos juros

Em comunicado, o BCE admitiu novos aumentos de juros nas próximas reuniões de política monetária, sendo que a decisão estará sempre dependente dos dados económicos e da evolução dos preços.

“As futuras decisões do Conselho do BCE assegurarão que as taxas de referência sejam trazidas para níveis suficientemente restritivos para conseguir um retorno atempado da inflação para a meta de médio prazo de 2% e serão mantidas nesses níveis enquanto for necessário”, sustenta a autoridade monetária. 

O Conselho do BCE continuará, por isso, a seguir uma abordagem “dependente de dados para determinar o nível apropriado e a duração da restrição”. “Em particular, as decisões de política monetária do Conselho do BCE continuarão a basear-se na sua avaliação das perspetivas de inflação à luz dos dados económicos e financeiros disponíveis, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”, remata o BCE.

Recorde-se que, na última reunião, o BCE antecipou que a inflação se situará, em média, em 5,3% em 2023, 2,9% em 2024 e 2,1% em 2025.

Já o crescimento económico deverá acelerar de 1%, este ano, para 1,6% nos dois anos seguintes apoiado “por um mercado de trabalho robusto, pela melhoria da confiança e por uma recuperação dos rendimentos reais”.

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Prestações do crédito habitação continuam a subir

Ainda que não seja o Banco Central Europeu a fixar o valor das taxas Euribor, a que estão indexados a maioria dos contratos de crédito habitação em Portugal, a evolução das taxas de juro diretoras – essas, sim, determinadas pelo BCE – influencia fortemente o movimento da Euribor. Isto porque o indexante tende a acompanhar, ou até mesmo antecipar, a trajetória dos juros de referência.

É isso mesmo que temos vindo a assistir desde o ano passado, quando as taxas Euribor começaram a subir, no primeiro trimestre, numa altura em que já se antecipava que a autoridade monetária começaria a inverter a sua política de juros baixos.

Desde então, o BCE já subiu os juros sete vezes consecutivas, e a Euribor tem acompanhado o movimento, com aumentos progressivos, que têm tido um forte impacto nas prestações pagas pelas famílias pelos seus empréstimos.

Assim, perante o novo agravamento de juros anunciado agora pelo BCE, é expectável que a Euribor siga a trajetória de subida, impondo novos aumentos aos titulares de créditos, em especial para a compra de casa.

Esta quinta-feira, a Euribor a 3 meses subiu para 3,281%, enquanto a Euribor a 6 meses aumentou para 3,651%, um novo máximo desde novembro de 2008. Já a Euribor a 12 meses manteve-se nos 3,843%.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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