Instituições financeiras

BCE cumpre a promessa e volta a subir os juros

O BCE anunciou a sexta subida consecutiva dos juros diretores e melhorou as estimativas para a inflação e crescimento.

Instituições financeiras

BCE cumpre a promessa e volta a subir os juros

O BCE anunciou a sexta subida consecutiva dos juros diretores e melhorou as estimativas para a inflação e crescimento.

O Banco Central Europeu (BCE) voltou a subir os juros em 50 pontos base no encontro desta quinta-feira, 16 de março, tal como havia indicado na última reunião de política monetária, realizada no início de fevereiro.

Este é, assim, o sexto aumento consecutivo dos juros na região do euro, desde que a autoridade liderada por Christine Lagarde começou a inverter o rumo da política monetária, em julho do ano passado, para tentar controlar a inflação na Zona Euro.

O BCE projeta, no entanto, que “a inflação permaneça demasiado elevada durante demasiado tempo”, o que justifica este novo agravamento das taxas diretoras, com o objetivo de levar o crescimento dos preços para a meta de 2% do banco central, no médio prazo.

“O Conselho do BCE decidiu hoje aumentar as três taxas de juro diretoras do BCE em 50 pontos base, em conformidade com a sua determinação em assegurar um retorno atempado da inflação ao objetivo de 2% a médio prazo”, lê-se no comunicado do BCE.

“O nível elevado de incerteza reforça a importância de uma abordagem dependente dos dados nas decisões do Conselho do BCE sobre as taxas diretoras, que serão determinadas pela avaliação do mesmo das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros que forem sendo disponibilizados, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”, sublinha ainda a entidade.

Assim, a partir de 22 de março, a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento aumenta de 3% para 3,5%, a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez sobe de 3,25% para 3,75% e a taxa dos depósitos passa de 2,5% para 3%, o nível mais elevado desde outubro de 2008.

BCE não descarta novas subidas e diz que “há caminho pela frente”

Ao contrário do que aconteceu na reunião de fevereiro, em que assegurou que os juros subiriam mais 50 pontos base em março, a presidente do BCE não se comprometeu, desta vez, relativamente às decisões do próximo encontro. No entanto, não descartou novos agravamentos de juros, sublinhando que “se o cenário base se mantiver quando a incerteza diminuir, sabemos que temos caminho pela frente”.

Sobre a recente turbulência no mercado, depois da falência de bancos norte-americanos e a crise em torno do Credit Suisse, o BCE assegurou estar a “acompanhar de perto as atuais tensões no mercado” e “preparado para responder conforme necessário, no sentido de preservar a estabilidade de preços e a estabilidade financeira na área do euro”.

A autoridade monetária deixou ainda uma mensagem de tranquilidade, afiançando que “o setor bancário da área do euro é resiliente, apresentando posições de capital e liquidez fortes”. “Em todo o caso, o conjunto de instrumentos de política monetária do BCE permite inteiramente proporcionar, se necessário, apoio em termos de liquidez ao sistema financeiro da área do euro e preservar a transmissão regular da política monetária”, refere o comunicado.

Leia ainda: Porque o colapso do SVB é diferente da crise financeira de 2008

BCE melhora perspetivas para o crescimento e inflação

O BCE, cujo mandato visa a estabilidade dos preços na região da moeda única, acredita que a inflação só chegará à meta dos 2% em 2025. No entanto, as perspetivas são agora mais positivas face à última atualização, com o banco central a projetar que a inflação se situe, em média, em 5,3% em 2023, 2,9% em 2024 e 2,1% em 2025.

Contudo, a chamada inflação “core”, que exclui os preços dos produtos energéticos e dos produtos alimentares” continuou a subir em fevereiro, e o staff do BCE espera que seja, em média, de 4,6% em 2023, acima do avançado nas estimativas de dezembro. Este valor deverá descer para 2,5% em 2024 e 2,2% em 2025.

Também as perspetivas para o crescimento na Zona Euro, este ano, foram melhoradas, com o BCE a antecipar agora que a economia vai crescer 1% em 2023. Nos dois anos seguintes, o crescimento deverá acelerar para 1,6%, apoiado “por um mercado de trabalho robusto, pela melhoria da confiança e por uma recuperação dos rendimentos reais”.

Leia ainda: Descodificar a linguagem dos bancos centrais

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