Já analisou o seu extrato de comissões bancárias deste ano?

A emissão do extrato de comissões bancárias é obrigatória. Consulte o documento e aja em conformidade: pode poupar dezenas de euros por ano.

Todos os anos, por volta desta altura, venho relembrá-lo de que deve procurar um documento que o seu banco lhe envia em janeiro. É obrigatório por lei: o banco tem de informá-lo do valor que pagou no ano passado em comissões. E cada banco tem de o fazer em separado.

Se tem mais de uma conta bancária, provavelmente vai ter uma surpresa muito desagradável. Mas a boa notícia é que ao saber, pode agir para acabar com esse eventual enorme desperdício de dinheiro.

Esteja muito atento a esse documento. Chama-se “extrato de comissões bancárias”. Este documento é obrigatório desde 2019.

Normalmente, são cerca de 100 euros por ano - por conta - que deitamos à rua, quase sempre sem necessidade. Agora imagine uma família que tem três contas bancárias.

Leia ainda: Já planeou o seu dinheiro em 2024?

O que é o extrato de comissões bancárias

Milhões de portugueses pagam muitas dezenas de euros em comissões bancárias só por terem uma conta aberta no banco. Mas não sabem exatamente quanto.

O dinheiro sai da sua conta e você nem dá por isso. 1 euro aqui, 1 euro ali, 5 euros por mês, mais uma anuidade disto e daquilo. Parece que não é nada, mas ao fim do ano é o equivalente a uma, duas ou três faturas de eletricidade ou metade do seguro do carro. 

A pergunta é: tem a certeza de que sabe quanto pagou em comissões bancárias no ano passado? Essa pergunta é importante porque só sabendo isso, pode avaliar se deve mudar de banco, de pacote de conta, para uma conta de serviços mínimos bancários, ou mesmo fechar a conta (se não tiver lá o crédito à habitação).

Este documento não falha. Tem a lista de tudo o que pagou no ano anterior, ao cêntimo. Mesmo as comissões que nem sabia que pagou. 

O problema é que como são valores pequenos, a maior parte dos clientes bancários desvaloriza. A falta de tempo é outra dificuldade. Não dá para analisar os extratos de conta linha a linha, todos os meses.

No seu extrato de comissões vai encontrar estas informações:

  • A comissão cobrada por cada serviço e o número de vezes que o serviço foi utilizado;
  • O montante total das comissões cobradas durante o ano anterior;
  • A taxa de juro aplicada aos saldos negativos e o total dos juros cobrados;
  • E a taxa de juro aplicada à conta à ordem, se existir, e o montante total dos juros que recebeu.

Leia ainda: Extrato de comissões: O que é, o que deve conter e como reduzir custos

Onde encontrar o extrato de comissões

Depende do que contratou com o seu banco. Pode receber o extrato pelo correio, por e-mail, através do homebanking ou da app no seu smartphone. Todos têm de ter no título “extrato de comissões”. É obrigatório por lei.

Por exemplo, na Caixa Geral de Depósitos está na pasta “Documentos”. O banco CTT envia por e-mail. Verifique onde está o seu extrato e leia-o com muita atenção. Sobretudo a parte do “total”. Se o seu banco não lhe enviar este documento apresente queixa no Banco de Portugal. 

De que valores estamos a falar?

Pelos testemunhos que fui recolhendo ao longo do tempo, os totais pagos por muitos clientes vão do zero aos quase 200 euros por ano.

Uma pessoa que conheço pessoalmente foi ver e pagou 133,48 euros em comissões bancárias. Só para ter uma ideia, num depósito a prazo, para o banco lhe pagar o mesmo valor líquido em juros, teria de ter lá 6 mil euros (a 3%).

Se quer saber quais são os bancos que não cobram nada - ou menos do que a concorrência - basta ir ao site do Banco de Portugal e usar o comparador de comissões

Ver o seu extrato de comissões e agir em conformidade é um dos primeiros passos para cuidar bem do seu dinheiro. Veja também o extrato de comissões dos seus pais e avós. 

Só com esta dica, há famílias que podem poupar cerca de 100 euros por ano. Só porque leram o extrato de comissões e decidiram agir. Não fique parado a ver o seu dinheiro a desaparecer da sua conta!

Leia ainda: Extrato de comissões: quais são as informações obrigatórias a serem comunicadas?

Pedro Andersson nasceu em 1973 e apaixonou-se pelo jornalismo ainda adolescente, na Rádio Clube da Covilhã. Licenciou-se em Comunicação Social, na Universidade da Beira Interior, e começou a carreira profissional na TSF. Em 2000, foi convidado para ser um dos jornalistas fundadores da SIC Notícias. Atualmente, continua na SIC, como jornalista coordenador, e é responsável desde 2011 pela rubrica "Contas-Poupança", dedicada às finanças pessoais. Tenta levar a realidade do dia a dia para as reportagens que realiza.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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