Investimentos

Um semestre positivo para as carteiras de investimento

No conjunto do ano, a carteira dinâmica obteve uma rentabilidade de 4,89% e a moderada teve uma performance de 4,36%.

Investimentos

Um semestre positivo para as carteiras de investimento

No conjunto do ano, a carteira dinâmica obteve uma rentabilidade de 4,89% e a moderada teve uma performance de 4,36%.

As carteiras de investimento são sempre influenciadas por vários fatores. Num mundo cada vez mais global, o comportamento das maiores economias gera sempre maior atenção e destaque. À semelhança de 2022, o ano que acaba de terminar ficou marcado por vários temas relevantes e que influenciaram, positiva ou negativamente, o desempenho dos diferentes ativos financeiros.

Conflitos geopolíticos

O segundo semestre de 2023 ficou marcado por alguns acontecimentos importantes. Depois de, em 2022, a Rússia ter invadido a Ucrânia e gerado um conflito que ainda perdura, em outubro surgiu um novo conflito geopolítico entre o Hamas e Israel. Estes conflitos armados têm sempre influência no rumo que as economias mundiais seguem.

Inflação vs. bancos centrais

O ano de 2022 foi marcante em termos económicos. O surgimento da inflação colocou à prova as entidades monetárias de todo o mundo. Como sabemos, a subida generalizada dos preços de bens e serviços retira poder de compra aos consumidores. Depois de muitos anos de políticas monetárias acomodatícias, 2022/2023 foram os anos de inversão da política monetária. Esta inversão, em teoria, trazia problemas adicionais para a economia. Por um lado, os preços já estavam a escalar, o que prejudicava todos os consumidores e, por outro, com o antídoto para combater a inflação - a subida das taxas de juro - os custos de financiamento também subiram, fazendo com que as famílias/empresas tivessem uma dupla penalização.

Assim, o ano de 2023 ficou marcado por várias subidas de taxas de juro em diferentes blocos económicos. Esta medida é das que tem mais influência no comportamento dos mercados financeiros. Os investidores, depois de anos e anos acostumados a políticas de injeção de liquidez na economia, vivenciaram um contexto contrário. Contudo, como ponto positivo, as maiores economias mundiais conseguiram lidar bem com toda esta situação. Tiveram a capacidade de evitar entrar em recessão e o consumo, apesar de ter reduzido, manteve-se em níveis elevados.

Perspetivas futuras

As economias e os mercados financeiros, muitas vezes, alimentam-se de expectativas. Olhando para a frente, a expectatitva relativamente às políticas dos bancos centrais é clara: se a redução da inflação verificada nos últimos meses for consistente, as autoridades irão começar a inverter a política monetária através da redução de taxas de juro. As mensagens transmitidas publicamente pelos agentes decisores revelam prudência e bom senso. Para os investidores, a expectativa de redução de taxas de juro é um forte catalisador que pode impulsionar as valorizações dos ativos financeiros, ações ou obrigações. Em termos reais, as economias podem beneficiar muito de uma normalização da política monetária, o que significaria maior desafogo para famílias e empresas.

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Performance semestral positiva

O segundo semestre de 2023 foi positivo para a generalidade dos ativos financeiros. Apesar de alguns acontecimentos marcantes, como o conflito entre Hamas e Israel, os investidores mostraram otimismo. Este otimismo teve a ver com os indicadores que demonstraram uma redução do nível de inflação, mais rápido do que o esperado, para valores que se encontram próximos dos limites pretendidos.

Assim, os últimos dois meses do ano tiveram uma boa performance, transformando o ano de 2023 num ano muito positivo para as carteiras de investimento. Conforme referimos desde o início, as nossas carteiras tipo são diversificadas e equilibradas. O nosso objetivo não é procurar o ativo que irá ter maior rentabilidade num ano, mas sim provar que, com lógica e um racional bem definido, é possível obter uma performance consistente no tempo. Para nós, também é muito importante saber explicar o nosso posicionamento e as tomadas de decisão. Por este motivo, procuramos fazer um enquadramento sobre quais os acontecimentos que influenciaram, em determinado momento, a performance das nossas carteiras.

Assim, no segundo semestre do ano, a carteira dinâmica apresentou uma rentabilidade de 2,26%, enquanto a moderada teve 1,4%. A justificação é simples. O segmento acionista (mais presente na carteira dinâmica) foi o que mais valorizou no ano, apesar de as obrigações terem tido uma boa recuperação nos últimos meses, em função da já abordada expectativa de redução da taxa de juro por parte de muitos bancos centrais.

É importante realçar que os ativos que tiveram pior performance e não permitiram que a carteira tenha tido (ainda) um melhor desempenho foram os que têm exposição à Ásia, com exceção de Japão. Sobretudo a China continua a marcar passo e com uma performance muito inferior à maior parte dos países com relevância económica. A economia chinesa está a passar por um período de menor fulgor e isso faz com que os investidores reduzam a exposição a esta zona, preferindo outras localizações que lhes dão maior conforto.

Para finalizar, destaco a performance das carteiras no ano: a carteira dinâmica obteve uma rentabilidade de 4,89% e a moderada teve uma performance de 4,36%.

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Desempenho da carteira com perfil moderado

Carteira conservadora

Composição da carteira com perfil moderado

Desempenho da carteira com perfil dinâmico

Carteira Dinâmica

Composição da carteira com perfil dinâmico

Objetivo das nossas carteiras

Quando, em março de 2021, criámos estas duas carteiras virtuais, o nosso objetivo passou sempre por saber explicar os movimentos de mercado e a influência que tinham nas nossas carteiras. Temos tido sempre esta preocupação, até porque o investimento é um processo que se prolonga no tempo.

Como exemplo, em maio de 2021, reduzimos risco nas carteiras por entendermos que a performance dos mercados financeiros não tinha uma justificação lógica ou racional. Demorou algum tempo, mas a realidade é que o nosso posicionamento atual, apesar de apresentar uma performance negativa, está melhor do que a carteira inicial.

É importante também realçar que ao longo da viagem ou processo de investimento irão existir muitas oscilações e momentos de enorme volatilidade. O fundamental é perceber onde estamos investidos e porquê. Perceber que no meio do pânico existem sempre oportunidades, e ter a racionalidade para distinguir e encontrar ativos de qualidade. Porque esses, quando tudo acalmar, irão recuperar e gerar retorno…

Nota: As carteiras do Doutor Finanças não são nem devem ser entendidas como um conselho a investir neste ou naquele tipo de instrumento financeiro. As nossas carteiras foram criadas apenas para permitir ilustrar quais os riscos e os benefícios potenciais de investir, direta ou indiretamente, em instrumentos financeiros como ações e obrigações.

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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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