Finanças pessoais

Estratégias para lidar com o stress financeiro

O aumento da inflação e dos juros estão a causar-lhe maior stress financeiro? Conheça algumas dicas para tomar as rédeas do seu dinheiro.

Com a vida cada vez mais cara, é bastante natural que as finanças provoquem algum stress. Todos podemos passar por momentos mais complicados – devido à inflação, subida de juros, dívidas, alguma alteração de vida significativa como desemprego, morte de um familiar, ou o nascimento de um filho – em que o dinheiro parece não chegar para tudo, as faturas são uma dor de cabeça e as contas mensais podem até tirar o sono.

Nesse sentido, sugerimos algumas estratégias práticas para lidar com o stress financeiro, tomar as rédeas ao seu dinheiro e ajudá-lo a respirar de alívio.

Faça um orçamento rigoroso e realista

O primeiro passo é compreender bem para onde vai o dinheiro. Uma boa estratégia para isso é criar um orçamento, começando por fazer uma lista de todas as despesas, incluindo até as mais pequenas, e confrontá-las com os rendimentos. Lembre-se de atualizar regularmente o documento ou a aplicação onde regista as suas entradas e saídas de dinheiro para que seja mais fácil saber qual o estado das suas contas, quanto dinheiro sobra ao fim do mês e se deve fazer ajustes de forma a garantir um equilíbrio saudável.

Leia ainda: O que é a taxa de ansiedade?

Reduza as despesas

Agora que tem as suas despesas enumeradas, distinga os gastos prioritários e imprescindíveis daqueles de que pode abdicar. Alguns luxos com que se podia mimar anteriormente podem agora pesar mais na carteira caso tenha perdido rendimentos ou simplesmente pelo facto de o aumento da inflação lhe ter retirado poder de compra. Subscrições de serviços de streaming, por exemplo: a utilização que faz justifica o valor que paga mensalmente? Poderá também passar a optar por refeições caseiras em vez de comer fora ou de recorrer a serviços de entregas com tanta frequência, ou trocar o carro por transportes públicos ou bicicleta sempre que o percurso assim o permitir. Neste passo, ficará também a conhecer melhor os seus comportamentos enquanto consumidor.

Caso tenha mais tendência para fazer compras por impulso, seria importante ajustar os seus hábitos e tomar decisões mais ponderadas, não só nos gastos de grande valor como também nos mais quotidianos. Uma boa prática para isto é, por exemplo, fazer sempre uma lista dos bens em falta e cingir-se a ela quando vai ao supermercado. Assim, será mais fácil evitar tentações menos essenciais.

Poderá sentir também aumentos nas faturas dos serviços de casa, dos quais, sendo incontornáveis, não pode abdicar. Mas pode renegociar os seus contratos. No caso dos serviços de eletricidade e gás natural, pode mudar para outro fornecedor que lhe ofereça tarifas mais económicas e, relativamente ao primeiro, deve também verificar se não tem contratada uma potência acima das suas necessidades de consumo. Já relativamente às telecomunicações, tenha atenção ao fim do período de fidelização, tente renegociar o pacote com a sua operadora e/ou analise se as ofertas na concorrência são mais vantajosas.

Reveja os seus créditos

Se tem um crédito à habitação cujas prestações estão a sufocar o seu orçamento, o primeiro passo é tentar renegociar junto do banco. A redução das mensalidades aqui pode passar pela descida do spread – que pode ser demasiado alto comparativamente aos valores praticados atualmente –, aumento do prazo do contrato ou alteração dos seguros associados.

Quando aumenta a maturidade do contrato de crédito, é importante ter em conta que, no final do contrato, a soma dos juros será superior porque se estende por mais meses. No entanto, a redução da prestação mensal pode ser um grande alívio para a situação que vive atualmente.

Se tem um crédito à habitação, em princípio terá também associados seguro de vida e seguro multirriscos, que, por norma, são celebrados com as seguradoras parceiras do banco. No entanto, é importante que saiba que não é obrigatório que assim seja, podendo contratar estes mesmos seguros em qualquer outra seguradora ou transferi-los mais tarde. Como tal, se achar que o preço é demasiado alto, faça simulações junto de outras entidades. Mas tenha em consideração que estes seguros podem atribuir uma bonificação no spread e que pode sofrer uma penalização. Ainda assim, fazendo as contas, poderá chegar à conclusão de que essa mudança compensa.

Por outro lado, se o crédito à habitação não é o único crédito que enfrenta – no caso de ter também crédito automóvel, créditos pessoais, cartões de crédito, etc. – a melhor solução poderá ser o crédito consolidado. Esta é uma opção que junta vários créditos num só, ficando com uma única prestação que, geralmente, é mais baixa do que a soma de todas as prestações de créditos individuais.

Se o seu banco não se mostrar disponível para renegociar os seus contratos, pode transferir o seu crédito para outra entidade. Muitas vezes, o novo banco que escolhe cobre todas as despesas da operação, pelo que a mudança será mais vantajosa.

Leia ainda: Crédito habitação: 4 soluções para baixar a prestação em 2024

Analise a sua carteira de seguros

Entre seguro automóvel, de vida, multirriscos, de saúde ou até outros, a sua carteira de seguros pode estar bem recheada e representar uma fatia considerável das suas despesas. A primeira coisa a fazer é analisar se pode prescindir de algum. Se, de facto, forem todos indispensáveis, reveja as apólices, pois poderá ter coberturas que atualmente já não lhe fazem sentido. Em alternativa, pode ainda pedir simulações junto de outras seguradoras e transferir os seus seguros.

Crie e mantenha um fundo de emergência

Uma ótima forma de salvar e evitar situações de aperto financeiro e, consequentemente, reduzir drasticamente o stress financeiro, é criar um fundo de emergência. Isto porque imprevistos acontecem a qualquer um, sejam problemas de saúde ou avarias de bens como eletrodomésticos ou automóveis, e muitas vezes representam surpresas bastante desagradáveis e pesadas nas contas do mês. Um fundo de emergência ajuda a fazer face a estas emergências, bem como a garantir a subsistência em caso de desemprego ou quebra de rendimentos inesperadamente. Com um fundo de emergência, tem um pé-de-meia que lhe permite respirar de alívio quando acontece alguma destas situações mais exigentes a nível financeiro sem que tenha de recorrer a créditos pessoais ou empréstimos de pessoas próximas.

Como tal, este deve ser um valor que canaliza todos os meses de forma a cobrir as suas despesas essenciais durante um período mínimo de 6 a 12 meses. O montante depende das suas possibilidades mensais. Recomenda-se que seja, no mínimo, 10% dos seus rendimentos, mas sabemos que, em determinadas alturas, isso nem sempre é possível. O importante é que defina um valor para colocar de parte regularmente e que reforce sempre que tiver essa possibilidade.

E colocar de parte é um termo-chave neste tema. É importante que este dinheiro não fique na sua conta à ordem, ou poderá acabar por usá-lo para outros fins. Junte-o antes numa outra conta sem comissões, como contas poupança sem taxas por resgate antecipado. Aliás, deve mesmo garantir que a conta onde acumula o seu fundo de emergência não coloca entraves ao acesso a esse dinheiro em caso de necessidade – afinal, é para isso mesmo que o constitui. Pode até automatizar essa transferência no início de cada mês, de forma a não haver esquecimentos.

É fundamental que mexa no seu fundo de emergência somente em imprevistos que representem despesas imprescindíveis, não devendo usá-lo para fazer investimentos nem compras por impulso. Caso tenha de recorrer a esta poupança, tente repor o valor que usou o quanto antes para se salvaguardar noutras urgências futuras. Este é um hábito que deve manter mesmo para lá das metas que estabelecer, ao longo de toda a vida, para que possa ter sempre estabilidade financeira mesmo em momentos menos favoráveis.

Leia ainda: 10 dicas para construir o seu fundo de emergência

Aposte na sua literacia financeira

Sendo o dinheiro uma constante na vida de todos nós, é fundamental conhecer e compreender os seus meandros. Perceber como funcionam as finanças e a economia – estar a par do que são juros e como são calculados, como funcionam os impostos, as vantagens e riscos das soluções financeiras existentes, entre muitos outros aspetos – é uma ferramenta crucial para tomar decisões acertadas sobre o seu dinheiro, com confiança e autonomia. Ao longo deste artigo indicamos-lhe várias boas práticas, mas pode sempre aprender mais através de livros, cursos, podcasts ou vídeos no YouTube, por exemplo; não esquecendo de garantir que as fontes que consulta são sempre credíveis. A Coverflex disponibiliza guias e e-Books que podem ajudar neste sentido.

Uma vez assimilados os básicos, lembre-se de atualizar regularmente os seus conhecimentos, até porque o mundo financeiro está em constante mudança.

Caso tenha filhos, é importante que lhes passe desde cedo algumas noções sobre o valor do dinheiro e, à medida que vão crescendo, sobre a situação financeira da família e a importância de estabelecer metas. Se desde cedo criarem bons hábitos de poupança e consumo, será mais fácil que tomem decisões ponderadas ao longo da vida.

Faça investimentos seguros

Tendo o seu fundo de emergência sólido, e depois de começar a apostar na literacia financeira, uma boa forma de proporcionar a si mesmo algum alívio financeiro no futuro é colocar o dinheiro a render. Dado que pode ser um caminho longo e difícil até chegar aqui, vamos centrar-nos apenas em investimentos seguros com capital garantido, que, embora proporcionem menor retorno do que outras alternativas, compensam bastante a nível de segurança. Depósitos a prazo, certificados de aforro, seguros de capitalização ou planos poupança reforma são hipóteses que poderá querer estudar. O importante a ter em mente numa situação de maior stress financeiro é que esta não deve ser uma prioridade. O seu primeiro investimento deve ser no seu fundo de emergência e, consequentemente, nas eventuais necessidades que possa ter no futuro.

Negoceie um aumento salarial

Se, após estabelecido e analisado o seu orçamento, detetou que o principal problema é a insuficiência dos seus rendimentos, poderá querer renegociar o seu salário.

É importante, antes de mais, estar bem ciente do vencimento médio de alguém na sua posição e com a sua experiência, de forma a não apresentar propostas que não sejam razoáveis ou exequíveis. Também é importante que tenha conhecimento de antemão sobre a saúde financeira da sua empresa, pois pode não ser o melhor momento para pedir um aumento.

Deve também preparar bem os argumentos que tem para apresentar. Tem de mostrar ao seu empregador que aquilo que tem para oferecer à empresa justifica um salário mais elevado. Se achar que ainda não está preparado para este passo, é um bom objetivo procurar investir no desenvolvimento de aptidões relevantes que possam trazer uma mais-valia quer à empresa quer ao seu currículo.

Por fim, deve ter consciência de que, caso a sua negociação corra pelo melhor, vai ter de se mostrar à altura. Mas, pelo contrário, se não conseguir atingir o seu propósito, procure refletir sobre o que pode melhorar ou, por outro lado, comece a procurar outro emprego onde possa ser mais valorizado.

Leia ainda: Negociar o salário: O que deve ter em consideração

Peça ajuda especializada

Se mesmo com estas dicas não se sente capaz de controlar sozinho as suas finanças, não desespere! Existem profissionais especializados que podem ajudar. Por exemplo, para renegociar os seus contratos de créditos, pode recorrer a intermediários de crédito que o ajudam sem qualquer custo.

A compensação não precisa de ser tão complicada. A Coverflex é a solução de compensação flexível que ajuda a reduzir os custos das empresas e maximizar o potencial de rendimento dos colaboradores. Benefícios, seguros, subsídio de alimentação e descontos: tudo num só lugar.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

Partilhe este artigo
Tem dúvidas sobre o assunto deste artigo?

No Fórum Finanças Pessoais irá encontrar uma grande comunidade que discute temas ligados à Poupança e Investimentos.
Visite o fórum e coloque a sua questão. A sua pergunta pode ajudar outras pessoas.

Ir para o Fórum Finanças Pessoais
Deixe o seu comentário

Indique o seu nome

Insira um e-mail válido

Fique a par das novidades

Receba uma seleção de artigos que escolhemos para si.

Ative as notificações do browser para receber a seleção de artigos que escolhemos para si.

Ative as notificações do browser
Obrigado pela subscrição

Queremos ajudá-lo a gerir melhor a saúde da sua carteira.

Não fique de fora

Esta seleção de artigos vai ajudá-lo a gerir melhor a sua saúde financeira.