4 regras para escolher o melhor intermediário de bolsa

Como escolher o melhor intermediário de bolsa? É simples: opte por um corretor barato e sólido. Saiba como.

Os intermediários portugueses, como bancos e sociedades corretoras, guardam títulos de clientes nacionais que valem mais de 186 mil milhões de euros, segundo as mais recentes estatísticas oficiais. É muito dinheiro: merece que os investidores busquem a melhor instituição para os custodiar.

É pouco provável que o seu banco do dia-a-dia seja o melhor intermediário de bolsa para si. Recomendo-lhe que, quando escolher o seu corretor, tenha em atenção quatro critérios essenciais.

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1. Evite pagar comissões ao intermediário

Há poucas coisas garantidas nas finanças. Os impostos são a principal inevitabilidade, mas os encargos bancários não lhe ficam muito atrás. As comissões de bolsa que se pagam ao intermediário refletem-se obrigatoriamente na rentabilidade da carteira. Afinal, os investidores com menos encargos ficam com mais dinheiro para si e, logo, mais ricos. Preocupe-se em aumentar o seu património; não o do intermediário.

Para a maioria dos investidores, os intermediários mais económicos são os que isentam os seus clientes dos encargos de manutenção de conta, de custódia e de pagamento de rendimentos. Quase todos os bancos cobram para guardarem os títulos dos investidores e ficam com uma fatia dos dividendos recebidos.

Entre os poucos intermediários que não cobram estes custos estão o Banco Best, através do serviço de negociação Best Trading Pro, e o Banco Carregosa, na plataforma GoBulling Pro.

2. Reduza os encargos

As comissões sobre as operações de bolsa — compra ou venda de títulos — são as despesas mais importantes após se garantir que não se paga pela custódia e pelo recebimento de rendimentos.

O Best Trading Pro e o GoBulling Pro estão também entre as propostas mais económicas na compra e na venda de títulos. Comprar ou vender ações na bolsa de Paris, a maior da Europa, custa, no mínimo, cerca de dez euros por operação, por exemplo. Há, no entanto, proposta ainda mais baratas.

Se ser cliente de um intermediário estrangeiro não for obstáculo, consegue reduzir substancialmente as despesas de investidor. A Degiro, o intermediário neerlandês que procura atrair os clientes dos “dinossauros” da corretagem portuguesa desde 2014, começa a sua comissão sobre operações na bolsa de Paris nos quatro euros.

Em certas condições, a Degiro isenta os investidores de comissões sobre a compra ou venda de fundos cotados. Assim, um investidor que tenha uma estratégia de comprar mensalmente unidades do mesmo fundo consegue reduzir os seus encargos anuais a 2,50 euros, o custo de conectividade à bolsa onde esse fundo é negociado.

Antes de decidir a contratação de um serviço de bolsa, consulte todo o preçário do intermediário.

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3. Busque solidez no intermediário de bolsa

Não é garantido que um intermediário de bolsa seja eterno. Para a sua fortuna se esfumar com o desaparecimento de um intermediário, é preciso que aconteçam duas coisas: que ele declare falência, o que normalmente acontece por fraude ou por problemas de liquidez, e que os sistemas de proteção falhem.

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Há três sistemas de proteção: a separação entre o património do intermediário e os títulos dos clientes; capitais suficientes no balanço da instituição; e o sistema de indemnização aos investidores. É preciso que falhem os três sistemas para os clientes eventualmente perderem dinheiro. Neste campo, os investidores apenas podem controlar se o intermediário de bolsa tem um balanço suficientemente sólido.

Embora mais económica, o balanço da Degiro cobre uma proporção reduzida do valor dos títulos dos seus clientes. Os capitais próprios da flatexDegiro — a entidade que absorveu a Degiro após a multa do supervisor neerlandês, que descobriu que “os interesses dos clientes não eram centrais nas operações comerciais” — são equivalentes a 1,5% dos montantes custodiados.

No Best e no Carregosa, os rácios de cobertura são superiores aos da Degiro (7,8% e 3,6%, respetivamente), mas estão longe de serem os melhores da indústria. Os capitais próprios do Banco Invest, por exemplo, que também isenta os clientes do serviço Invest Online da comissão de guarda de títulos mas cobra no pagamento de dividendos, são equivalentes a 32% do património custodiado pelos seus clientes.

É, no entanto, importante perceber que rácios de cobertura mais elevados não garantem que não haja falência; apenas aumentam a probabilidade de recuperação do dinheiro aplicado pelos investidores caso isso aconteça.

4. Evite problemas

As bancarrotas mais badaladas do setor financeiro envolvem normalmente especulação em instrumentos derivados e em produtos alavancados. A mais conhecida afundou o centenário Barings Bank: o corretor Nick Leeson, funcionário do banco, limpou o balanço da instituição através de apostas no mercado asiático de derivados. (A história ficou registada no filme Jogador de Alto Risco, com Ewan McGregor no papel principal.)

Recomendo aos investidores que evitem intermediários financeiros muito expostos aos mercados de derivados, especialmente os que são contraparte em contratos diferenciais. Este produto derivado, conhecido pela sigla inglesa CFD, é uma máquina de destruição de dinheiro.

A exposição aos derivados é motivo suficiente para não recomendar a XTB, cuja sucursal portuguesa não cobra comissões sobre operações de bolsa até 100 mil euros por mês. Outros intermediários, como o Banco Best e o Banco Carregosa, disponibilizam CFD aos seus clientes, mas não são os seus balanços que garantem o valor dos produtos, como é o caso na XTB.

Não me canso de repetir: se aprecia o seu dinheiro, afaste-se dos contratos diferenciais. Mais de 70% dos investidores em CFD nos intermediário portugueses perdem dinheiro.

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Editor do boletim tlim, uma publicação eletrónica de finanças pessoais. Ex-jornalista. Colaborou durante 20 anos com mais de uma dúzia de publicações, do Expresso à Seleções do Reader's Digest. Não gosta de Economia. Está a escrever o seu terceiro livro sobre investimentos. Eterno aprendiz.

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