Casas

O segundo trimestre de 2025 fica marcado por mais um recorde no ritmo de crescimento dos preços das casas, de acordo com os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Entre abril e junho, o aumento foi de 17,2%, batendo assim o anterior recorde, de 16,3%, que tinha sido fixado no primeiro trimestre do ano.

Ou seja, em 2025, os preços das casas cresceram como ainda não tinham crescido desde que o INE começou a reunir estas informações, em 2009. Ao mesmo tempo, o crescimento em cadeia (do primeiro para o segundo trimestre de 2025) foi o segundo maior de que há registo, fixando-se em 4,7%.

Os preços das casas têm registado aumentos homólogos sucessivos desde o último trimestre de 2013. Ainda assim, o crescimento recorde do segundo trimestre não travou as transações, que tiveram uma subida de 15,5% entre o segundo trimestre de 2024 e o mesmo período de 2025.

Preços das casas existentes cresceu 18,3%

As casas existentes viram os preços subir 18,3% em relação ao primeiro trimestre de 2025, enquanto a nova construção registou uma subida ligeiramente mais baixa, de 14,5%. Já na evolução em cadeia, a subida foi de 5,1% nos imóveis existentes e de 3,8% nas casas novas.

Por fim, a taxa de variação média anual do índice de preços da habitação foi de 13,8%. Neste capítulo, as casa existentes tiveram uma variação de 14,6% e a nova construção de 11,7%.

A taxa de variação média anual compara o índice médio dos últimos quatro trimestres com o dos quatro trimestres imediatamente anteriores.

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Famílias dominam a compra de imóveis

Entre o segundo trimestre de 2024 e o segundo trimestre de 2025, as transações cresceram 15,5%. Fizeram-se 42.889 negócios, dos quais 8.310 relativos a casas novas e 34.579 a habitações já existentes. Em termos percentuais, estas últimas habitações representaram 80,6% das transações no segundo trimestre, o que ajuda a ilustrar o peso que os imóveis usados têm no mercado imobiliário português.

Mais de 37 mil transações foram feitas por famílias, representando 87,9% do total. Este é o peso relativo mais alto desde o segundo trimestre de 2022. Além disso, as compras por famílias cresceram 18% em termos homólogos.

O aumento do número de transações refletiu-se também na evolução em cadeia, com um aumento de 3,7% em relação aos 41.358 negócios registados entre janeiro e março.

Mercado imobiliário movimentou mais de 10 mil milhões de euros

No segundo trimestre de 2025, as transações imobiliárias valeram 10,3 mil milhões de euros, um aumento de 30,4% em relação ao mesmo período do ano passado e de 6,8% em comparação com o primeiro trimestre do ano.

Como consequência natural da grande diferença no número de imóveis negociados, as casas existentes tiveram um peso superior ao das casas novas: 7,6 mil milhões de euros contra 2,6 mil milhões de euros.

As compras por parte de famílias totalizaram 8,9 mil milhões de euros, o que representa um aumentou homólogo de 32,8%.

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Região Norte voltou a dominar no número de transações

À semelhança do que tinha acontecido no primeiro trimestre do ano, o Norte foi a região onde houve mais negócios imobiliários. Com um total de 12.955 transações, concentrou 30,2% do total das vendas de habitações, a percentagem mais alta na análise por NUTS II. Este número representa uma ligeira subida homóloga de 0,6%.

Em segundo lugar no número de transações aparece a Grande Lisboa (8.189 e 19,1% do total). Ainda assim, esta é a região que movimentou mais dinheiro, com cerca de 3,2 mil milhões de euros (30,7% do total). O Norte movimentou cerca de 2,7 milhões de euros.

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Peso das compras por não residentes caiu 14,5%

“Entre abril e junho de 2025 foram contabilizadas 40.782 transações cujos compradores apresentaram um domicílio fiscal no Território Nacional, mais 17,7% em termos homólogos”, diz o INE no relatório.

Ao mesmo tempo, o peso relativo dos compradores com domicílio fiscal fora de Portugal caiu 14,5% em termos homólogos.

No total, as transações por compradores com domicílio fiscal fora de Portugal representaram 4,9% do total (2.107 unidades). De acordo com o INE, este foi o quarto trimestre consecutivo em que se observou “um decréscimo do peso relativo das aquisições de habitação por compradores com domicílio fiscal distinto do Território Nacional”.

Os compradores da UE forem responsáveis por 1.112 transações, um decréscimo de 10,5% em relação ao primeiro segundo de 2024. Já as transações por compradores com domicílio fiscal fora da UE recuaram 18,6%, fixando-se em 995 unidades.

Perguntas frequentes

É um indicador estatístico do INE que tem como principal objetivo medir a evolução dos preços dos alojamentos familiares adquiridos pelo setor institucional das Famílias no mercado residencial em Portugal.

É a evolução em relação ao período imediatamente anterior, como um mês, um trimestre ou um semestre. Por exemplo, se no segundo trimestre um indicador tiver uma evolução em cadeia de 2%, significa que cresceu 2% em relação ao primeiro trimestre.

É a evolução em relação ao mesmo período do ano anterior. Por exemplo, se no terceiro trimestre de um ano um indicador tiver uma evolução em cadeia de 2%, significa que cresceu 2% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

É uma taxa que compara o índice médio dos últimos quatro trimestres com o dos quatro trimestres imediatamente anteriores.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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