Mulher e homem apertam as mãos após um negócio de venda de ações

Comprar e vender ações vai além de escolher em que empresa quer investir. O investidor deve emitir ordens de negociação através de um intermediário financeiro. Independentemente daquele que escolher (seja uma instituição de crédito ou uma corretora) certifique-se de que está registado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e autorizado a prestar esse serviço. Só assim tem a certeza de estar a negociar em segurança.

As ordens de negociação influenciam o preço que o investidor paga ou recebe pelas ações. Além disso, podem ter validade limitada a um dia ou permanecer ativas até serem executadas ou canceladas pelo investidor.

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Comprar e vender ações: Da ordem imediata à espera pelo preço ideal

Diferentes investidores têm diferentes estratégias. Há quem queira comprar ou vender ações imediatamente, independentemente do preço que vai conseguir por cada uma delas. Mas também há quem prefira esperar que as ações valorizem ou desvalorizem até um determinado valor e negociar apenas nesse momento.

Assim, existem ordens de negociação que se adaptam a cada uma destas estratégias. Em todo o caso, a transação só acontece quando outro investidor realiza o movimento contrário. Ou seja, só consegue comprar ações se houver um investidor a querer vender e vice-versa.

Quanto maior for a liquidez do mercado em que investe (ou seja, quanto maior for o número de investidores e o volume de transações), mais fácil é executar as ordens com rapidez e previsibilidade.

Ordem de mercado

A ordem de mercado é a mais simples e imediata. Basta indicar a quantidade de ações que pretende comprar ou vender e o sistema executa a ordem ao melhor preço disponível no momento. Se, por exemplo, quiser comprar 10 ações de uma empresa e o melhor preço naquele momento for de 25 euros, é esse o valor que vai pagar por elas.

Ainda assim, as ordens de mercado só são imediatas nos horários de negociação, ou seja, quando a bolsa está aberta. Por exemplo, se quiser comprar ações na Bolsa de Frankfurt às 23h00 não vai conseguir fazê-lo, uma vez que fecha às 21h00 de Portugal.

Outro exemplo: quem quiser comprar ações de forma imediata na Bolsa de Tóquio tem de ir dormir mais tarde ou madrugar. É que a negociação de ações acontece entre a 1h00 e as 3h30 e entre as 4h30 e as 7h00.

E se colocar uma ordem fora do horário de negociação?

Se o fizer, a ordem de mercado fica pendente e é executada como uma ordem de abertura de mercado. Ou seja, quando a bolsa abrir, as ações são transacionadas ao melhor preço do momento (seja para compra ou venda). Mas atenção, porque o preço de abertura pode ser diferente do preço a que tinha fechado.

Ordem limitada

Para comprar e vender ações com uma ordem limitada tem de indicar a quantidade e o preço a que quer negociar. Assim, o sistema só executa a ordem quando o preço das ações atinge o valor definido pelo investidor.

Na compra, tem de definir um preço mais baixo do que o valor atual das ações. Imagine que quer comprar 10 ações, cujo preço de negociação atual é 25 euros. No entanto, só quer adquiri-las pelo preço máximo de 20 euros. Ao fazer uma ordem limitada, a transação só vai acontecer quando o preço baixar para, pelo menos, 20 euros por ação.

No sentido contrário, quando quer vender, define o valor mínimo e a ordem limitada só se torna uma ordem de mercado quando atingir esse patamar.

As ordens limitadas permitem ter um maior controlo sobre o preço sem ter de estar a monitorizar o mercado constantemente. No entanto, têm a desvantagem de a sua execução não ser garantida, uma vez que as ações podem nunca atingir o preço definido pelo investidor.

Ordem stop

As ordens stop servem para comprar e vender ações quando estas atingem um determinado valor (o preço stop). À primeira vista podem parecer semelhantes às ordens limitadas, mas acabam por funcionar de forma inversa a estas.

Quando um investidor tem ações e quer proteger-se contra eventuais perdas futuras, pode emitir uma ordem stop, conhecida como stop-loss. Assim que a ação atingir aquele valor, a ordem de stop torna-se uma ordem de mercado, sendo vendida ao melhor preço disponível no momento.

Vamos considerar um cenário em que comprou ações por 25 euros e quer vender imediatamente se baixarem para 15 euros ou menos. Aqui, define uma ordem stop-loss fixada nos 15 euros por ação e se o título desvalorizar até esse ponto ou abaixo o sistema emite uma ordem de mercado.

Do lado contrário, na ordem stop de compra define um preço superior ao que o mercado está a negociar atualmente. Pode fazer isto por considerar que esse valor é o ponto que sinaliza que o mercado está realmente a valorizar, querendo entrar apenas nessa fase.

Ordem stop-limitada

Esta é uma ordem que combina características da ordem stop e da ordem limitada. Neste caso, o preço stop não ativa uma ordem de mercado para comprar e vender ações imediatamente. Em vez disso converte-se numa ordem limitada.

Para ajudar a explicar, mostramos um exemplo de venda e um de compra:

Venda

Comprou ações a 25 euros. Define um stop nos 20 euros e um limite mínimo de 19 euros. Se o preço cair para 20 euros ou menos, a ordem é ativada, mas só será executada se houver compradores a pagar pelo menos 19 euros. Se o preço cair abruptamente para 18  euros, a ordem não será executada.

Compra

A ação está a 18 euros. Define um stop nos 22 euros e um limite máximo de 23 euros. Se o preço subir para 22 euros ou mais, a ordem é ativada, mas só será executada se houver vendedores a aceitar até 23 euros. Se o preço subir rapidamente para 24 euros, a ordem não será executada.

Quanto tempo duram as ordens?

Com exceção das ordens de mercado, que são executadas imediatamente desde que haja compradores ou vendedores, as outras ordens têm um limite de tempo.

Por defeito, as ordens são válidas apenas durante o dia de negociação. Se não forem executadas até ao fecho do mercado, são automaticamente canceladas. Para manter uma ordem ativa por mais tempo, pode optar pela modalidade Good ‘Til Canceled (GTC), válida até ser executada ou cancelada. Geralmente, o período máximo permitido é entre 30 e 90 dias.

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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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