estudantes universitários. Imagem a ilustrar texto sobre a empregabilidade dos cursos em Portugal

Na hora de escolher um curso do ensino superior, há quem tenha como única prioridade estudar aquilo de que mais gosta e quem procure combinar as paixões com a empregabilidade da área. De acordo com os dados do Portal InfoCursos, 249 cursos têm taxas de desemprego inferiores a 1%.

Estas estatísticas têm como base os alunos que concluíram licenciaturas e mestrados integrados entre os anos letivos 2019/2020 e 2022/2023. Ao mesmo tempo, olham para o número de recém-diplomados do curso que se encontram registados como desempregados no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Para isso, foram consideradas as médias de junho e dezembro de 2023.

Fomos olhar para os dados para perceber quais são os cursos com maior empregabilidade.

Saúde tem das melhores taxas de empregabilidade

Entre os oito cursos que formaram mais do que mil pessoas nos quatro anos letivos em análise, o domínio vai para a área da saúde. Os cursos de medicina e enfermagem aparecem representados seis vezes (três cada) e sempre com taxas de desemprego próximas de zero.

Os estabelecimentos de ensino em que estes cursos foram concluídos são as faculdades de medicina das universidades de Lisboa, Porto e Coimbra, e as escolas superiores de enfermagem das mesmas cidades.

Além disso, mesmo nos estabelecimentos que formaram menos de mil pessoas, estes cursos continuam a ter taxas de empregabilidade interessantes. No caso de medicina, a taxa de desemprego é sempre inferior a 1%.

Já no curso de enfermagem, há apenas cinco casos de taxa de desemprego superior a 1%. É o que acontece com os ex-estudantes do ISAVE – Instituto Superior de Saúde (1,3%), da Escola de Enfermagem de Lisboa da Universidade Católica (1,5%), da Escola Superior de Enfermagem da Universidade do Minho (1,8%), da Escola Superior de Saúde Jean Piaget de Viseu (2,1%) e da Escola Superior de Saúde do Vale do Ave (3,5%).

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Engenharias: dos zero aos oito

Dentro das engenharias, tanto se encontram cursos com 0% de desemprego como outros com 8,4% (Engenharia Informática, Redes e Telecomunicações no Instituto Politécnico de Lisboa). Mais uma vez, se olharmos apenas para os cursos em que mais de 99% dos diplomados estão empregados, o domínio vai para a engenharia informática: em 60 cursos, 18 estão são desta área.

Aqui, a liderança vai para Engenharia Informática, no Instituto Politécnico de Coimbra, com 46 diplomados e nenhum desemprego. No entanto, se olharmos para cursos que formaram mais de uma centena de estudantes, o destaque é Engenharia Informática e de Computadores, no Instituto Superior Técnico (TagusPark). Em 299 diplomados entre 2019/2020 e 2022/2023, a taxa de desemprego é de apenas 0,1%.

Por fim, é também curioso olhar para os cursos de Engenharia do Ambiente do Instituto Superior de Agronomia e do Instituto Superior Técnico, ambos da Universidade de Lisboa. O primeiro tem uma taxa de desemprego de 0% no período em análise, enquanto o segundo tem apenas 0,8%.

Como é natural, estes dados estão dependentes de as pessoas se inscreverem voluntariamente no IEFP, mas é interessante olhar para este número ao mesmo tempo que analisamos o relatório Future of Jobs 2025, publicado pelo Fórum Económico Mundial.

De acordo com este documento, 47% dos empregadores estão a investir na redução das suas emissões de carbono e 41% em estratégias de adaptação às mudanças climáticas. É neste contexto que a profissão de engenheiro ambiental aparece com uma das 15 com crescimento mais rápido.

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Há cursos com 13% de desempregados

Se até agora nos focámos nas áreas com mais saídas profissionais, olhamos agora para o outro lado da tabela. Entre os 12 cursos com, pelo menos, 10% de desemprego, os cinco piores são:

  • Gestão Turística, Cultural e Patrimonial, no Instituto Politécnico de Viseu (13,1%);
  • Serviço Social, no Instituto Superior Miguel Torga (13,1%);
  • Serviço Social, na Universidade Católica (13,1%);
  • Secretariado de Administração, no Instituto Politécnico de Viseu (12,3%);
  • Educação Social, no Instituto Politécnico de Viseu (11,5%)

Onde estão as profissões do futuro?

Se já piscámos o olho ao relatório Future of Jobs 2025, fazemos o mesmo ao guia 10 Profissões de Futuro, do IEFP. Isto para tentar perceber como é que duas áreas que são classificadas como tendo potencial surgem nos rankings atuais de empregabilidade.

A primeira tem como base o envelhecimento da população. De acordo com o relatório do IEFP, o número de pessoas com mais de 65 anos irá aumentar significativamente até 2050, o que abre portas aos profissionais de áreas como geriatria e gerontologia.

Atualmente, na lista do InfoCursos, apenas há dados para o curso de Gerontologia no Instituto Politécnico de Bragança, cuja taxa de desemprego registada é de 6,2%.

Passando para outro campo, o IEFP aponta a área do marketing digital como uma das 10 com mais futuro. Neste caso, ainda há alguma disparidade na taxa de desemprego dos cursos relacionados com esta área.

Os melhores, por exemplo, são Comunicação Aplicada: Marketing, Publicidade e Relações Públicas, na Universidade Lusófona, e Marketing, na Universidade Lusíada, ambos com 0%. No entanto, há também os curso de Marketing, Publicidade e Relações Públicas, Instituto Superior de Entre Douro e Vouga, e Marketing, no Instituto Politécnico de Viseu. Ambos registaram 9,3% de desemprego no período analisado.

Público ou privado?

As taxas de desemprego são ligeiramente inferiores entre os alunos que concluíram um curso num estabelecimento de ensino superior público. Aqui, a taxa de desemprego é de 2,4% contra 2,5% do setor privado.

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(Artigo atualizado a 30 de junho de 2025 com os dados mais recentes, publicados em junho de 2025)

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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