Como começar bem o ano financeiro

Não gosto de perder tempo com o passado. Chorar sobre o leite derramado não só não adianta, como é perder tempo precioso para avançar com o que interessa.

Se cometeu erros financeiros no ano que passou, tente corrigi-los. Se isso não for possível, esqueça e concentre-se nas suas próximas decisões.

O início de um novo ano é a oportunidade perfeita para reavaliar e reorganizar as suas finanças pessoais. É extremamente importante estabelecer metas financeiras e definir um plano para as atingir.

Este é o momento ideal para - com calma e ponderação - deixar para trás maus hábitos financeiros e abraçar finalmente práticas que lhe permitam crescer. 2024 vai continuar a ser um ano difícil e cheio de desafios. Mas não deve baixar os braços.

Dicas para começar bem o ano

- Um orçamento sólido: Comece por criar um orçamento realista, identificando receitas e despesas. Classifique as despesas em categorias, destacando áreas onde pode poupar e renegociar.

- Acabe com as dívidas: Se tiver dívidas, faça uma lista de prioridades de amortização. Comece com as mais pequenas e com juros mais altos. Por esta ordem. Assim que liquidar uma, pegue nessa poupança e avance para a seguinte. É o chamado efeito “bola de neve” ao contrário.

- Fundo de emergência: Estabeleça ou reforce um fundo de emergência para imprevistos. Isso vai criar-lhe uma rede de segurança financeira, evitando endividamentos desnecessários. São pelo menos 6 meses de todas as suas despesas mensais. O ideal é um ano.

- Investimentos de longo prazo: Depois de ter o fundo de emergência, pondere começar a investir. Explore opções como PPR, fundos de investimento ou ETF para começar a criar riqueza ao longo do tempo. A consistência é chave quando se trata de investimentos. Aproveite o efeito dos juros compostos.

- Diversificação: Ao investir, diversifique a sua carteira. Não coloque todos os ovos no mesmo cesto. Isso reduz o risco e maximiza as oportunidades de rentabilidade.

Leia ainda: O que fazer para organizar as finanças até ao final do ano

Três erros comuns a evitar em Portugal

- Endividamento desnecessário: Em Portugal, o endividamento é muitas vezes resultado da facilidade de crédito. Evite contrair dívidas desnecessárias e, se tiver empréstimos, certifique-se de que são geríveis e bem planeados. Recebo frequentemente SMS e telefonemas a propor-me 5 ou 10 mil euros que ficaria a pagar em módicas prestações. E já pré-aprovados. E tem também a tentação dos cartões de crédito. Não caia nestas armadilhas. Estragam qualquer orçamento familiar num piscar de olhos. É só dizer “sim” e já foi.

- Não poupar para a reforma: Muitos portugueses passam por dificuldades financeiras na reforma devido à falta de poupança quando podiam e tinham tempo. Comece a poupar para a reforma o mais cedo possível, aproveitando os benefícios fiscais no IRS, por exemplo. Faça um PPR o mais depressa possível. Se não conseguir em 2023, planeie fazê-lo no próximo ano.

- Ignorar as pequenas despesas: Por vezes, as pequenas despesas diárias podem passar despercebidas, mas ao longo do tempo, acumulam-se sem dar por isso. Esteja atento aos seus gastos diários e procure cortar despesas supérfluas para maximizar a poupança. Um pequeno-almoço fora todos os dias, o tabaco, a raspadinha e outros jogos, revistas, assinaturas e anuidades podem, na soma de todos eles, representar centenas ou até milhares de euros todos os anos.

Em resumo, começar bem o ano financeiramente implica um olhar atento sobre as suas finanças pessoais, a adoção de práticas saudáveis e evitar os erros financeiros mais comuns, como as compras por impulso ou a necessidade de tentar impressionar os outros com o seu estilo de vida.

Pode exigir uma coisa que você não gosta, que é admitir que cometeu erros no passado e que vai ter de mudar a sua atitude em relação ao dinheiro. Mudar é difícil, mas necessário, se quiser mudar alguma coisa em 2024. Não prometa, faça!

Leia ainda: Quanto custa a ignorância financeira?

Pedro Andersson nasceu em 1973 e apaixonou-se pelo jornalismo ainda adolescente, na Rádio Clube da Covilhã. Licenciou-se em Comunicação Social, na Universidade da Beira Interior, e começou a carreira profissional na TSF. Em 2000, foi convidado para ser um dos jornalistas fundadores da SIC Notícias. Atualmente, continua na SIC, como jornalista coordenador, e é responsável desde 2011 pela rubrica "Contas-Poupança", dedicada às finanças pessoais. Tenta levar a realidade do dia a dia para as reportagens que realiza.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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