Gonçalo Nascimento Rodrigues, especialista em finanças imobiliárias e Patrícia Barão, partner da área residencial da recém criada DILS, diretora da WIRE e vice-presidente da APEMIP, no podcast Mais Valia

O primeiro episódio do podcast Mais Valia contou com a presença de Patrícia Barão, partner para a área residencial da recém criada DILS, diretora da WIRE e vice-presidente da APEMIP. À conversa com Gonçalo Nascimento Rodrigues, consultor em Finanças Imobiliárias, falou sobre a evolução do mercado, sinalizando as principais tendências e os desafios que se colocam ao setor imobiliário.

“O tema da habitação é hoje um flagelo”, afirmou Patrícia Barão, defendendo que é preciso tratar do tema com mais seriedade e urgência.  

A responsável da APEMIP admitiu que o “problema de base” se relaciona com os baixos salários em Portugal. Ainda assim, revelou que 73% das famílias portuguesas são proprietárias, apontado ser uma “questão cultural”.  

“Somos um povo que tem o sentimento da propriedade da casa”, notou Patrícia Barão. 

Porém, a crise de acesso à habitação continua a existir. E além da dificuldade em obter crédito, a convidada reforçou também as falhas que existem no mercado do arrendamento. “Não temos uma estrutura de built-to-rent (BTR) em que haja edifícios de habitação que são pensados e construídos para arrendar e é por aí o caminho”, disse. 

O tema do arrendamento teve destaque neste episódio. Questionada sobre o que é necessário para existir uma estrutura BTR em Portugal, Patrícia Barão apontou para a estabilidade na regulamentação e legislação do mercado e ainda para incentivos fiscais, no que toca não só a impostos como à agilidade dos licenciamentos.  

“São precisas medidas estruturais em vez de medidas que são paliativas e só servem para resolver um problema ou outro”, salientou.  

A conversa tocou também em tópicos como o segmento mais elevado, a transformação digital e as tendências emergentes – como a sustentabilidade e a eficiência energética – do setor imobiliário.  

Em jeito de conselho para quem quer investir em Portugal, Patrícia Barão deixou claro: “atenção às zonas emergentes.”

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