Finanças pessoais

Alojamento universitário: Que opções existem e que cuidados deve ter?

Acabou de entrar numa universidade fora da sua área de residência? Conheça as opções de alojamento universitário e encontre a sua solução.

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Alojamento universitário: Que opções existem e que cuidados deve ter?

Acabou de entrar numa universidade fora da sua área de residência? Conheça as opções de alojamento universitário e encontre a sua solução.

Agora que o novo ano letivo está à porta, colocam-se vários desafios para quem acabou de saber que entrou na universidade. A primeira “dor de cabeça” é encontrar uma casa para viver. Assim, é da máxima importância conhecer as diversas formas de alojamento universitário.

Em seguida, explicamos quais as opções que tem, onde pode procurar e ainda que cuidados deve ter.

Que tipos de alojamento universitário existem?

Na realidade, as opções para alojamento universitário são muitas e vão desde uma residência estudantil a uma simples casa de um familiar ou amigo. Mais, recentemente, as pousadas também estão a disponibilizar quartos para estudantes. Para que possa uma escolha ajustada às suas necessidades, abordamos, de seguida, as opções que tem.

Casa de um familiar ou amigo

Sendo estudante universitário, regra geral, tem de lidar com um orçamento familiar apertado. Assim, na hora de escolher uma casa para viver, uma primeira opção a considerar é a casa de um familiar ou amigo. Caso tenha essa possibilidade, certamente irá poupar umas dezenas de euros mensalmente.

Residências para estudantes

Para quem tem dificuldades financeiras, umas das opções mais económicas são as residências para estudantes. Dentro destas existem:

  • As residências públicas;
  • E as residências privadas..

Residências públicas

Estes alojamentos são geridos pelas próprias universidades e têm preços muito “em conta”, especialmente para estudantes com bolsa. Para tentar a sua sorte, tem de efetuar uma candidatura que só poderá ser feita depois do período de inscrições e matrículas.

Note, “uma vez que as vagas são limitadas – e que a maioria das camas já está ocupada com residentes que transitam do ano anterior – a concorrência por um lugar numa residência pode ser intensa. A prioridade vai para alunos bolseiros”.

Além disso, os quartos que normalmente estão disponíveis nestas residências são partilhados por dois ou três estudantes. Ou seja, nem sempre existe a opção de um quarto individual, especialmente para alunos de licenciatura ou mestrado integrado.

Para saber mais informações, deve procurar os serviços de ação social da instituição que vai frequentar.

Quanto custa?

Conforme já referido, os preços são acessíveis, mas dependem da residência e da cidade. Por exemplo, a renda mensal numa das residências universitárias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa é de:  

  • 75,06 euros (aluno bolseiro);
  •  ou 160 euros (aluno não bolseiro).

Neste valor já estão incluídas despesas como:

  • Água;
  • Luz;
  • Internet;
  • E ainda o uso de espaços comuns, como por exemplo, a cozinha.

Se compararmos com os preços atuais de um simples quarto, a diferença é simplesmente da “noite para o dia”.

Caso o seu filho reúna as condições para pedir um bolsa de estudo, aproveite e trate de ambas as situações no início do ano letivo: bolsa e residência universitária.

Por fim, aconselhamos ainda a fazer uma pesquisa online nas cidades para as quais se pretende candidatar.

Residências de estudantes privadas

Em Lisboa são várias residências de estudantes privadas que oferecem quartos e apartamentos com condições acima da média, mas a preços superiores aos praticados no mercado. Em seguida damos apenas alguns exemplos:

Tanto em Lisboa como no Porto, tem igualmente à sua disposição as chamadas SPRU Residências Universitárias. Estas oferecem:

  • quartos e estúdios, individuais ou duplos;
  • e apartamentos T0 para duas pessoas;

Outra alternativa é a Residência Universitária COFRE, do Cofre de Previdência dos Funcionários e Agentes do Estado, que acolhe estudantes, desde que sejam associados.

Por fim, existem ainda as Residências Montepio U Live que estão estão situadas nas seguintes cidades:

  • de Lisboa;
  • do Porto;
  • de Braga;
  • e de Évora,

Estas residências têm vários tipos de alojamento individual ou partilhado e incluem:

  • limpeza diária;
  • wifi gratuito;
  • salas de convívio e de estudo;
  • cozinha;
  • lavandaria;
  • acompanhamento diário por um membro da equipa Montepio U Live;
  • entre outras regalias.

Por outro lado, as candidaturas estão abertas a qualquer estudante e os associados da Associação Mutualista Montepio (AMM) têm um desconto de 10% no valor da mensalidade.

Leia ainda: Bolsas de estudo: Conheça os vários tipos e como se pode candidatar

Dois jovens na universidade após conseguirem um crédito para estudantes

República estudantis

As repúblicas para estudantes têm uma forte tradição no meio académico e são outra opção a considerar para quem pretende encontrar uma casa a baixo preço. Por exemplo, a cidade de Coimbra é onde este tipo de alojamento universitário é mais comum – existem cerca de 28 repúblicas. De uma forma simples, "trata-se de casas de estudantes em autogestão, com regras próprias de funcionamento e onde a tradição ainda tem muito peso (normalmente estão muito ligadas à praxe académica)". Ainda assim, já existem algumas repúblicas que são contra a praxe.

Em tempos, chegou a ter um valor quase simbólico. Mas, com o Novo Regime de Arrendamento Urbano de 2012, esta situação mudou um pouco. Ainda assim, é claramente uma das opções mais económicas que um estudante pode encontrar durante os estudos universitários.

Na página de Facebook da Associação de Repúblicas de Coimbra, pode assim encontrar mais informação sobre cada uma das repúblicas.

Arrendar quarto ou apartamento

Não é a opção mais barata mas, é sem dúvida, a mais comum para um estudante universitário fora da sua área de residência. Falamos em arrendar um quarto numa casa privada, sendo que se o fizer juntamente com alguns amigos, a opção fica mais em conta.

Deve igualmente verificar com o senhorio o que está incluído no valor da renda. Não raras as vezes é necessário pagar à parte despesas, como por exemplo:

  • limpeza,
  • água;
  • gás;
  • luz;
  • e internet.

Leia ainda: Despesas de educação: Quais são dedutíveis no IRS?

Alojamento universitário solidário

Algumas cidades promovem iniciativas locais de alojamento solidário. São exemplo disso, os seguintes projetos sociais:

Estas iniciativas têm como objetivo proporcionar “2 em 1”:

  • ajudar no alojamento os alunos com dificuldades económicas;
  • ao mesmo tempo combater a solidão da população mais idosa em alguns bairros destas cidades.

Por outras palavras, nestes alojamentos, os estudantes podem morar, gratuitamente, em casa de idosos. Em troca, apenas têm de fazer companhia aos proprietários e prestar algum apoio nas tarefas diárias.

As vantagens são claras:

  • o estudante não tem custos com o alojamento;
  • reforça o espírito de equipa e de solidariedade dos jovens;
  • por fim, os idosos ganham uma companhia para o seu dia (não podemos esquecer os milhares de idosos que vivem sozinhos e em solidão no nosso país.

Assim, estas são as tradicionais formas de alojamento universitário e cabe a cada estudante e sua família avaliar qual a melhor opção.

Pousadas de Juventude

Além das opções acima indicadas, recentemente o governo criou outra forma de alojamento: as pousadas de juventude. Com esta iniciativa, o Governo pretende combater os altos preços que se verificam no arrendamento de casas e que afeta principalmente os jovens.

Na realidade, para os estudantes que procuram apenas um quarto, muitos deles sem qualquer fonte de rendimento, procurar uma casa para viver é uma tarefa muito complicada.

Esta medida surge numa altura em que é praticamente impossível arrendar um quarto por menos de 400€, sobretudo quando falamos em cidades como Lisboa e Porto. É aqui que as Pousadas da Juventude podem ser opção a considerar. Disponibilizam alojamento a preços acessíveis para universitários desde 2019 — e este ano não será exceção.

A iniciativa insere-se no âmbito do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior e vem ajudar a resolver a falta de soluções para o alojamento estudantil. O arrendamento dos quartos é semelhante ao das residências universitárias, sendo que o valor varia consoante a localidade. Em Lisboa e no Porto, por exemplo, os valores variam entre os 230€ e os 300€ mensais. Estão igualmente incluídas algumas despesas e comodidades, entre elas: o pequeno-almoço, a limpeza diária, a troca de roupa de cama, internet e ainda o acesso à cozinha.

Sobre os valores praticados pode incidir ainda o desconto do Cartão Jovem Europeu:

  • 10% em quarto duplo ou twin;
  • e 20% em quarto múltiplo.

Os estudantes bolseiros também poderão ter um valor equivalente ao desconto de um mês para utilizar como um vale de alojamento na rede de Pousadas da Juventude.

Onde pode encontrar esta oferta?

Tem cerca de 19 unidades espalhadas pelo País: Aveiro, Abrantes, Almada, Beja, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Guimarães, Lisboa (Centro e Parque das Nações), Oeiras, Portimão, Porto, Viana do Castelo, Ponte de Lima e Vila Nova de Cerveira.

Em seguida damos dois exemplos:

Pousada da Juventude do Parque das Nações

Esta pousada foi inaugurada há 25 anos, como forma de dar resposta a todos os que vinham a Lisboa para participarem na Expo 98. No entanto, acabou por fechar em 2021 para obras num investimento que rondou os 200 mil euros.

As áreas comuns e os espaços de convívio e lazer foram remodelados, para voltarem a oferecer um “serviço mais eficaz e confortável.” Os quartos também igualmente renovados com uma imagem mais jovem que marcará os futuros espaços das Pousadas de Juventude. Reabriu em junho deste ano.

Pousada da Juventude da Guarda

Esta pousada estava fechada desde 2012 devido à falta de condições dos edifícios. No entanto, voltou a receber hóspedes em maio deste ano, graças a uma intervenção de reabilitação no valor de 90 mil euros.

Mais conhecida como "HI Guarda", esta pousada pode hospedar 52 pessoas no total e dispõe de 16 quartos, divididos em quatro quartos duplos com casa de banho, dois quartos duplos com casa de banho partilhada e 10 quartos múltiplos com quatro camas.

Leia ainda: Ida para a Universidade: Comprar casa ou arrendar?

Plataformas onde pode procurar alojamento universitário

Pode procurar alojamento em diversos sites ou plataformas. Em seguida, indicamos deixamos algumas opções:

Esta última é mais para estudantes universitários e presta um serviço de verificação para cada uma das ofertas apresentadas.

Além disso, os serviços de ação social de cada universidade ou politécnico dispõem também de informação útil sobre quartos e casas para arrendar em cada cidade. Informe-se.

Cuidados que deve ter ao escolher o alojamento universitário

Para fazer a melhor escolha, há cuidados que deve ter e detalhes aos quais deve prestar atenção. Por exemplo:

  • Veja qual o valor máximo que pode pagar de renda;
  • Se vai partilhar a casa, defina critérios (por exemplo, o número de pessoas e o seu perfil, se quer uma WC privativa ou não, entre outros;
  • Defina a localização, tendo em conta os acessos, os transportes, o tempo para as deslocações e tudo o que a rodeia. Por exemplo, pode ser vantajoso pagar mais um pouco mas viver perto da faculdade pode ser vantajoso;
  • Informe-se com o senhorio sobre todas as condições do imóvel, bem como se já tem moradores para ficar a conhecer o perfil;
  • Antes de fazer o contrato, visite primeiro o imóvel;
  • Peça sempre contrato de arrendamento (caso contrário, não poderá deduzir as despesas em sede de IRS);
  • Ao entrar para a casa, faça um inventário onde lista todos os bens já existentes e demais condições do imóvel (se possível, tire fotos!);
  • Caso partilhe casa, defina logo as regras de habitação com os demais colegas para um bom relacionamento diário (por exemplo, como é feita a limpeza das áreas comuns ou determinadas compras);
  • Por fim, certifique-se de que o senhorio emite os recibos de renda eletrônicos mensais.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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