Pela quarta vez este ano, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu não alterar as taxas de juro de referência. Assim, o ano vai fechar com a taxa aplicável à facilidade permanente de depósito nos 2%, a taxa associada às principais operações de refinanciamento nos 2,15% e a taxa de cedência de liquidez nos 2,40%.
Em comunicado, a autoridade monetária liderada por Christine Lagarde diz que esta “avaliação atualizada corrobora que a inflação deverá estabilizar no objetivo de 2% a médio prazo”.
O cenário de manutenção das taxas já era previsto por muitos economistas. Aliás, há quem acredite que o BCE deverá repetir esta decisão nas próximas reuniões. No início de dezembro, cerca de 80% de um conjunto de 96 economistas contactados pela Reuters disseram que as taxas devem permanecer inalteradas até meio de 2026, e 75% consideram mesmo que não vai haver mexidas durante o próximo ano.
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Inflação continua perto do objetivo de 2%
Em novembro, a taxa de inflação homóloga da Zona Euro fixou-se em 2,1%, o mesmo valor que já tinha registado em outubro, de acordo com o Eurostat.
No comunicado de divulgação da política monetária, o BCE destaca as mais recentes projeções feitas por especialistas do Eurosistema, que apontam para uma inflação de 2,1% em 2025, 1,9% em 2026, 1,8% em 2027 e 2% em 2028.
“Relativamente à inflação, excluindo preços dos produtos energéticos e dos produtos alimentares, os especialistas do Eurosistema projetam uma média de 2,4% em 2025, 2,2% em 2026, 1,9% em 2027 e 2,0% em 2028”, diz o banco central.
Já o crescimento económico “deverá ser mais forte do que o avançado nas projeções de setembro, sendo impulsionado principalmente pela procura interna”. Os especialistas esperam que seja de 1,4% em 2025, 1,2% em 2026 e 1,4% em 2027 e em 2028.
Numa formulação que é já um clássico nos comunicados do BCE, a autoridade monetária diz que as próximas decisões sobre as taxas de juro “basear-se-ão na avaliação das perspetivas de inflação e dos riscos em torno das mesmas – à luz dos dados económicos e financeiros que forem sendo disponibilizados –, bem como da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”. E acrescenta: “O Conselho do BCE não se compromete previamente com uma trajetória de taxas específica“.
A próxima revisão das taxas de juro está marcada para o dia 5 de fevereiro de 2026.
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