Qual é o maior risco: O de investir ou o de não investir?

Não há dúvidas de que poupar é importante. Mas investir as poupanças de uma forma racional e disciplinada é fundamental.

Ao longo do nosso percurso de vida vamo-nos deparando com pessoas que têm diferentes formas de pensar e diferentes abordagens relativamente à forma como podemos gerir o nosso dinheiro. Se é certo que não existem fórmulas certas, também é certo que é importante pensarmos que devemos ter sempre uma margem financeira para fazer face a situações inesperadas.

O dinheiro não é de quem o ganha, mas sim de quem o poupa

Os mais velhos, pela sua experiência, acabam por nos dar sempre conselhos sábios e úteis.  A frase “o dinheiro não é de quem o ganha, mas sim de quem o poupa” ficou-me guardada em memória desde muito novo. Quem a proferiu foi a minha avó que hoje teria 112 anos e que não sabia ler nem escrever. Apesar desta realidade, ela sabia muito bem a importância de poupar ou saber gerir o que ganhava e tinha à disposição.

Confesso que este ensinamento foi muito importante para o meu dia-a-dia. Na realidade, o que a minha avó me transmitiu é que devemos ter uma vida equilibrada, de forma a não gastarmos mais do que aquilo que temos. É verdade que, desde os tempos da minha avó até hoje, o mundo mudou muito. As solicitações e tentações são muito maiores. Apesar disto, o ensinamento que a minha avó me passou continua a ser muito atual.

Indiretamente, o que esta frase ou conselho significa é que devemos ser sempre disciplinados, devemos dar passos seguros, não devemos viver acima das nossas potencialidades e que devemos sempre (tentar) poupar algo no final do mês. Ao seguirmos este conselho, iremos ter um fundo de maneio que podemos utilizar para qualquer emergência. Este “trunfo”, que temos sempre do nosso lado, também nos permite ter uma estabilidade psicológica diferente, porque não temos de andar constantemente a correr atrás do prejuízo, ou seja, como temos os nossos custos controlados, não temos o stress ou a pressão de não conseguir pagar as contas em cada mês.

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O que fazer com as poupanças? Investir ou não investir?

Se o conselho da minha avó foi tão importante para mim, o que gostava é que um dia os meus netos pudessem dizer o mesmo relativamente aos conselhos que lhes darei. Em termos concretos, a base dos meus ensinamentos neste capítulo financeiro passará sempre pela frase inicial que a minha avó me passou. Contudo, pretendo acrescentar uns pozinhos ao ensinamento inicial.

Assim, a mensagem que irei passar é que poupar é importante, mas investir as poupanças de uma forma racional e disciplinada tem, igualmente, uma importância fundamental. De uma forma simples, se pouparmos e não aplicarmos as nossas poupanças, ano após ano a inflação irá retirar-nos essa vantagem que a poupança nos confere. Porquê? Porque a inflação acaba por tirar valor ao dinheiro! Assim, o conselho que irei dar aos meus é de que devem poupar todos os meses e devem, igualmente, criar um plano para potenciar essas poupanças, de forma que todo este processo faça sentido. A forma como irão potenciar os seus recursos já depende do perfil de cada um, podendo ser mais conservador, equilibrado ou agressivo. Também irei mencionar que investir pressupõe conhecimento e noção do que se está a fazer a cada momento.

De uma forma simples, o que pretendo é que percebam a importância de poupar todos os meses e de potenciar esses recursos, de forma a que no futuro possam usufruir deles. Também quero que entendam que poupar só por poupar não é uma solução, ou seja, o que pretendo esclarecer é que o risco de não investir é maior do que o risco de investir, desde que o investimento seja devidamente fundamentado, responsável e percecionado.

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Apaixonado pelo desporto e economia, foi jogador profissional de Futebol, tendo atuado em clubes como S.L. Benfica, Estoril, entre outros. Conciliou a carreira desportiva com a académica, terminando a licenciatura em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (NOVA SBE). Continua ligado às suas duas paixões profissionais, desempenhando a função de Financial Advisor e colaborando como analista desportivo na CNN Portugal. Foi comentador residente no programa Jogo Económico do JE e Presidente do Conselho Fiscal da Federação Portuguesa de Footgolf. (FPFG). Participa com regularidade em eventos sobre Literacia Financeira.

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