Duas jovens a fazer compras de Natal

O Natal é uma época especial, repleta de tradições, encontros e presentes. Mas, para muitas famílias portuguesas, esta celebração traz também uma pressão acrescida sobre o orçamento. Entre prendas, jantares e eventos, é fácil cair na tentação do consumo e acabar o ano com dívidas que poderiam ser evitadas.

Gerir os gastos nesta altura pode ser um desafio, mas com algum controlo é possível viver esta época com tranquilidade, celebrar com quem mais gosta e, ao mesmo tempo, proteger o seu futuro financeiro.

O incentivo ao consumo no Natal

O Natal é uma das épocas do ano em que as lojas e marcas mais apelam ao consumo. Há quem possa até sentir alguma pressão para corresponder ao que vê na televisão e redes sociais, e ao que é esperado por família ou amigos.

A juntar a isso, a facilidade de pagamento oferecida por muitas lojas, como os pagamentos fracionados, pode levar a gastos pouco conscientes e que têm apenas em conta o que se vai pagar no momento.

Juntam-se os cartões de crédito e os créditos pessoais, e pode estar criada a receita para perder o controlo das despesas e comprometer o orçamento dos meses seguintes.

O subsídio de Natal, por sua vez, pode dar uma sensação de folga financeira, mas se não for bem gerido, acaba por desaparecer rapidamente.

Os riscos do crédito nas compras de Natal

Recorrer ao crédito para comprar presentes pode parecer uma solução fácil, mas traz riscos que se prolongam muito para lá do Natal. Comprar algo com cartão de crédito pode acabar por custar muito mais devido aos juros, especialmente se não conseguir pagar o valor rapidamente.

Por exemplo, quem fizer um cartão de crédito para pagar alguns presentes do Natal de 2025 pode pagar uma taxa de juro até 18,8%. Se a opção for um crédito pessoal, a Taxa Anual Efetiva Global (TAEG) pode chegar aos 15,6%.

Tudo isso tem impacto no orçamento familiar, que entra no ano seguinte com novas prestações na carteira. Por isso, é fundamental reconhecer os riscos e adotar uma postura de consumo consciente.

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Como planear o orçamento de Natal

A gestão orçamental é a melhor aliada para um Natal tranquilo. O primeiro passo é definir um limite de gastos realista, tendo em conta o rendimento disponível e as despesas fixas.

Faça uma lista detalhada de tudo aquilo em que sabe que vai gastar dinheiro, como prendas, alimentação, eventos ou deslocações. Distribua o orçamento por categorias e procure manter-se fiel ao valor definido para cada uma.

Ferramentas simples, como folhas de cálculo ou aplicações de gestão de despesas, podem ajudar a acompanhar os gastos em tempo real.

Se possível, use uma parte do subsídio de Natal para poupança ou para pagamentos prioritários, como contas ou prestações. Até porque o objetivo é celebrar sem comprometer o equilíbrio financeiro dos meses seguintes.

Alternativas para um Natal mais económico

Se sente que costuma gastar muito com os presentes nesta época, temos algumas alternativas para tornar o Natal mais económico. Pode começar por definir um limite máximo de valor que vai gastar com cada pessoa. Afinal de contas, o que interessa é o significado do que oferecemos, e não quanto gastamos.

Um presente feito à mão pode significar muito mais do que uma oferta “genérica” que custa várias dezenas ou centenas de euros. Assim, esta é outra alternativa para controlar o consumo no Natal e fazer escolhas mais equilibradas.

Algumas famílias adotam a dinâmica do amigo secreto, pelo que cada pessoa apenas tem de oferecer um presente ao familiar que sair no sorteio. Se acha que pode ser uma boa ideia para todos gastarem menos com as compras de Natal, proponha-a à sua família. É uma forma de poupar sem comprometer a habitual troca de presentes.

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Perguntas frequentes

O Natal é uma época marcada por tradições, convívio e troca de presentes. A pressão social, as campanhas de marketing e o desejo de agradar levam muitas pessoas a gastar mais do que o habitual. Além disso, o subsídio de Natal pode criar uma sensação de maior disponibilidade financeira, incentivando compras impulsivas.

Para evitar dívidas, é essencial planear o orçamento, definir limites de gastos e evitar recorrer ao crédito. Prefira pagamentos a pronto, faça listas de compras e procure alternativas económicas para celebrar.

Comece por listar todas as despesas previstas para o Natal, desde prendas até alimentação. Defina um valor máximo para cada categoria e utilize ferramentas de controlo, como folhas de cálculo ou aplicações. Mantenha-se fiel ao orçamento e evite compras por impulso.

O uso de crédito no Natal pode levar à acumulação de dívidas, pagamento de juros elevados e dificuldades financeiras nos meses seguintes. Sempre que possível, escolha pagar a pronto.

Para os trabalhadores por conta de outrem, o valor do subsídio de Natal é igual ao do salário base. Pode receber em duodécimos ao longo do ano ou de uma só vez até 15 de dezembro.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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