Casa de brincar com saco de dinheiro num fundo azul

Comprar ou arrendar casa em Portugal ficou mais caro em 2024. O preço mediano de venda subiu 10,3%, enquanto as rendas dos novos contratos aumentaram 10,5%. Ao mesmo tempo, o custo de construção e o número de casas concluídas também cresceram.

Estes são os dados mais recentes sobre as Estatísticas da Construção e Habitação 2024, publicadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que reúnem um vasto conjunto de indicadores sobre o licenciamento, construção, venda, avaliação, preços e rendas da habitação em Portugal. Os números mostram um mercado em expansão, mas marcado por fortes pressões sobre os preços.

Comprar casa ficou 10,3% mais caro: Lisboa lidera com 4.340 €/m²

O preço mediano de venda de alojamentos familiares subiu para 1.777 €/m² em 2024, mais 10,3% face a 2023. Nas zonas mais procuradas, os valores ultrapassam largamente esta média. Lisboa lidera com 4.340 €/m², seguida de Cascais (4.053 €/m²), Oeiras (3.471 €/m²) e Lagos (3.452 €/m²).

As sub-regiões com preços mais altos continuam a ser a Grande Lisboa (2.939 €/m²), o Algarve (2.752 €/m²), a Região Autónoma da Madeira (2.395 €/m²), a Península de Setúbal (2.117 €/m²) e a Área Metropolitana do Porto (1.986 €/m²). Em 54 municípios, os preços estão acima da média nacional.

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Rendas sobem 10,5% e superam os 15 €/m² em Lisboa

O arrendamento também ficou mais caro. A renda mediana dos novos contratos em 2024 foi de 7,97 €/m². Ou seja, mais 10,5% do que no ano anterior. Foram assinados 98.657 novos contratos, um aumento de 4,3% face a 2023.

Lisboa continua a ser o município mais caro para arrendar casa, com uma renda mediana de 15,93 €/m². Seguem-se Cascais (15,31 €/m²), Oeiras (13,80 €/m²) e Porto (12,58 €/m²). Grande Lisboa e Área Metropolitana do Porto concentraram, juntas, mais de 42% dos novos contratos de arrendamento celebrados no país.

Construção também aumentou: Mais casas licenciadas e concluídas

Em 2024, foram licenciados 25.470 edifícios em Portugal, um crescimento de 7,2% face ao ano anterior. O número de fogos licenciados subiu 5,4%, atingindo os 41.851. Destes, 34.637 foram novas habitações familiares.

A construção concluída acompanhou esta tendência. Estima-se que tenham sido finalizados 17.380 edifícios (+1,6%) e concluídos 28.494 fogos (+6,8%), dos quais 25.311 eram fogos novos para habitação familiar (+9,6%).

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Valor total das vendas bate recorde: 33,8 mil milhões de euros

No ano passado foram vendidas 156.325 casas, mais 14,5% do que em 2023. As transações envolveram um total de 33,8 mil milhões de euros, o valor mais alto desde 2009. A maioria das vendas foi de habitações usadas (124.445), mas também se registaram 31.880 transações de casas novas.

Face a 2023, o valor total das vendas aumentou 20,8%. As casas usadas representaram 24,4 mil milhões de euros (+21,1%) e as novas 9,4 mil milhões (+20,0%).

Avaliações bancárias sobem 32,1% e atingem novo máximo

Além disso, o mercado contou também com um forte crescimento nas avaliações bancárias. Em 2024, foram realizadas cerca de 140.000 avaliações para crédito à habitação, mais 32,1% do que em 2023. Este é o maior número desde 2009.

As avaliações representaram 89,7% das transações realizadas, um recorde histórico. Estes dados revelam a forte ligação entre o mercado imobiliário e o crédito bancário, que continua a ser o principal motor da compra de casa em Portugal.

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Reabilitação urbana trava, mas continua a pesar no setor

Em 2024, nem tudo cresceu no mercado da habitação. No que respeita à reabilitação urbana, foram licenciados 4.965 edifícios para reabilitação (+3,4%), mas apenas 2.984 foram concluídos, o que representa uma quebra de 4,7%.

Ainda assim, esta componente continua a representar quase um quinto do total de obras concluídas, sendo crucial sobretudo nos centros históricos e zonas urbanas mais antigas.

Preços disparam, mercado cresce, mas acesso à habitação continua difícil

Os dados de 2024 mostram um setor da habitação em forte crescimento: mais casas construídas, mais vendas, mais contratos de arrendamento, mais crédito. Mas também preços e rendas cada vez mais altos.

O aumento acima de 10% no custo de comprar ou arrendar casa reforça a dificuldade crescente das famílias portuguesas em aceder à habitação. A oferta aumentou, mas não ao ritmo necessário para travar a escalada dos preços.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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