O novo regime de mobilidade elétrica, aprovado em Conselho de Ministros a 31 de julho de 2025, elimina a obrigatoriedade de contratos com comercializadores e promete revolucionar a forma como os portugueses carregam os seus veículos elétricos.
A partir de agora, os utilizadores poderão pagar diretamente nos postos com cartão bancário ou QR Code. Os operadores ganham autonomia, os custos diminuem e os preços ficam à vista. Saiba o que vai mudar neste artigo.
Leia ainda: Procura um seguro tão sustentável quanto o seu carro elétrico?
Carregamentos sem contratos: Liberdade total para o utilizador
O novo regime jurídico da mobilidade elétrica (RJME) elimina um dos principais entraves do modelo anterior: a obrigatoriedade de celebrar contrato com um comercializador de energia para aceder à rede pública de carregamento.
Com esta mudança, pode carregar o seu veículo elétrico em qualquer posto, com pagamentos simples e diretos, o que reduz taxas e aumenta a autonomia de qualquer consumidor. A medida responde ao regulamento europeu AFIR, que impõe maior liberdade no acesso aos pontos de carregamento elétrico.
Leia ainda: Apoios à compra de um carro elétrico disponíveis desde 31 de março
Pagamentos diretos no posto: Chega o multibanco e o QR Code
Uma das alterações mais visíveis do novo regime de mobilidade elétrica é a obrigatoriedade de disponibilizar formas de pagamento eletrónico direto nos postos.
Nos carregadores com potência igual ou superior a 50 kW, será obrigatório aceitar pagamentos com cartão bancário. Já nos postos de menor potência, será exigido, no mínimo, o acesso por QR Code ou outro meio eletrónico. Assim, qualquer pessoa poderá carregar o carro sem subscrições nem cartões específicos, tal como abastece um veículo a combustíveis fósseis.
Novo regime de mobilidade elétrica traz fim das surpresas na fatura
Outro destaque é que os utilizadores passam a ter acesso imediato aos preços antes do carregamento e a pagar apenas o valor final, sem encargos ocultos.
A transparência passa a ser obrigatória. Tal como nos postos de gasolina, os valores devem estar afixados de forma visível. O objetivo é garantir uma experiência clara e percetível para o consumidor, eliminando surpresas na hora do pagamento e promovendo a concorrência entre operadores.
Menos intermediários, menos taxas: O carregamento fica mais barato
O novo regime reduz o número de intervenientes no processo de carregamento. A eliminação da obrigatoriedade de ligação à Mobi.E para utilizadores, operadores e comercializadores corta burocracias e encargos.
Esta simplificação deverá traduzir-se em custos mais baixos para os consumidores. A entrada de novos operadores no mercado e o fim dos contratos obrigatórios abrem caminho a maior concorrência, o que poderá pressionar os preços em baixa, em particular nas autoestradas.
Crescimento da rede e mais inovação no setor
O Governo prevê um aumento significativo no número de postos de carregamento com o novo regime de mobilidade elétrica. A liberalização do setor vai atrair novos operadores e estimular investimentos em infraestruturas.
Além disso, os operadores passam a ter maior liberdade para usar energia de autoconsumo, como painéis solares, e para definir os seus próprios modelos de negócio. Esta flexibilidade pode acelerar a inovação e a digitalização do setor, promovendo soluções mais sustentáveis.
Leia ainda: A instalação de postos de carregamento de veículos elétricos em condomínios
Regime de mobilidade elétrica é transitório até ao final de 2026
Para garantir uma transição estável, o Governo criou um período transitório até 31 de dezembro de 2026. O objetivo é permitir uma adaptação gradual dos atuais operadores e proteger os investimentos já realizados.
No entanto, durante este período, continuarão a aplicar-se algumas das regras anteriores, mas com espaço para que o novo modelo se consolide.
Leia ainda: Carro a Autogás vs. carro elétrico: Qual a melhor opção?
