Os juros da casa caíram abaixo dos 3,5%, em junho, pela primeira vez desde maio de 2023, refletindo a descida das taxas diretoras por parte do Banco Central Europeu (BCE) e consequente alívio das Euribor.
De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de juro implícita no conjunto dos contratos para a compra de casa diminuiu 9,1 pontos base, passando de 3,570%, em maio, para 3,479%, em junho. É preciso recuar a maio de 2023 (3,398%) para encontrar um valor mais baixo.
Desde o máximo atingido em janeiro do ano passado, nos 4,657%, a taxa de juro já acumula uma descida de 117,8 pontos base.
Nos contratos de crédito mais recentes, celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro implícita recuou 10,6 pontos base para 2,951%, em junho, sendo a primeira vez desde dezembro de 2022 (2,715%) que se fixa abaixo dos 3%.
No caso destes contratos, a diminuição acumulada desde o máximo atingido em outubro de 2023 (4,380%) é já de 142,9 pontos base.
Recorde-se que, há um ano, o BCE iniciou uma trajetória de alívio da política monetária que se traduziu em oito descidas das taxas de juro de referência, que se foram refletindo no recuo das taxas Euribor, a que está associada uma fatia importante dos contratos para a compra de casa em Portugal.
No último mês, o banco central da Zona Euro desceu os juros para 2%, nível que o mercado acredita que se deverá manter até ao final do verão.

Prestação média dos novos contratos diminui 11 euros
No que respeita ainda aos contratos de crédito mais recentes, os dados do INE mostram que a prestação média desceu 11 euros, em junho, para 630 euros.
Considerando a totalidade dos contratos, o valor médio da prestação mensal fixou-se em 394 euros, menos 1 euro do que no mês anterior e menos 10 euros (-2,5%) do que em junho de 2024.
Destes 394 euros, 206 euros (52%) correspondem a pagamento de juros e 188 euros (48%) a capital amortizado.
O INE adianta ainda que, em junho, o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos subiu 635 euros comparativamente ao mês anterior, elevando-se para 71.677 euros. Nos contratos celebrados nos últimos três meses, o montante médio em dívida foi 157.350 euros, mais 3.633 euros do que em maio.
