Modelo miniatura de uma habitação em cima de uma nota de cinco euros, associado aos custos de comprar casa

O preço a que os bancos avaliam o metro quadrado (m2) no âmbito da concessão de crédito habitação continua a crescer. Em junho, completou-se o 19.º mês consecutivo de aumentos, com um crescimento homólogo de 18,1%.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o valor mediano do m2 fixou-se em 1.911 euros, um aumento de 25 euros em relação a maio e de 293 euros comparativamente a junho de 2024. Em janeiro, o m2 valia 1.774 euros, ou seja, aumentou 137 euros em cinco meses.

A tendência de aumento foi transversal a todas as zonas do país, mas o maior destaque vai para a Península de Setúbal, onde o valor do m2 no âmbito da avaliação bancária aumentou 22,8% no espaço de um ano.

O número de avaliações aumentou 2,8%, num total de 32.602 (20.557 apartamentos e 12.045 moradias).

Sonha comprar casa?

Encontramos o crédito ideal para o seu caso, sem custos.

Lisboa (sem surpresa) continua a ser a zona mais cara

“A Grande Lisboa, o Algarve, a Península de Setúbal, a Região Autónoma da Madeira, o Alentejo Litoral e a Área Metropolitana do Porto apresentaram valores de avaliação superiores à mediana do país”, aponta o INE. No caso da Grande Lisboa, o valor do m2 é de 2.904 euros, 52% acima da mediana nacional.

Assim, é também sem grande surpresa que o munícipio de Lisboa aparece como aquele onde o m2 está mais valorizado: 4.226 euros. Ou seja, os bancos avaliam uma casa de 100 m2 num valor a rondar os 422.600 euros. Como é natural, uma análise mais precisa depende sempre da tipologia e da qualidade do imóvel.

A completar o pódio dos municípios mais caros estão Oeiras (3.553 euros/m2) e Cascais (3.451 euros/m2).

No polo oposto, “Beiras e Serra da Estrela, Alto Tâmega e Barroso e Terras de Trás-os-Montes foram as regiões que apresentaram valores mais baixos em relação à mediana do país (-52,2%, -50,8% e -49,9%, respetivamente)”, pode ler-se no relatório do INE.

Valor dos apartamentos subiu quase 23%

Em junho, o valor mediano de avaliação do m2 num apartamento foi de 2.208 euros, um aumento homólogo de 22,9%. Os valores mais elevados foram observados na Grande Lisboa (2.940 euros/m2) e no Algarve (2 596 euros/m2), tendo o Alentejo apresentado o valor mais baixo (1.386 euros/m2).

Mais uma vez, a Península de Setúbal apresentou o maior crescimento homólogo (24,1%). Nenhuma região do país viu o valor do m2 descer no âmbito da avaliação bancária.

Olhando para as tipologias, “o valor mediano dos apartamentos T1 subiu 39 euros, para 2.795 euros/m2, tendo os T2 e T3 aumentado 64 euros e 36 euros, respetivamente, para 2.267 euros/m2 e 1 924 euros/m2”. Estas tipologias representaram 92,2% das avaliações feitas.

Moradias cresceram mais de 9%

Tal como já costuma ser hábito, as moradias apresentaram um valor mediano do m2 inferior ao dos apartamentos. Fixou-se em 1.389 euros, naquilo que representou um crescimento de 9,2%.

Os valores mais elevados observaram-se na Grande Lisboa (2.669 euros/m2) e no Algarve (2 505 euros/m2). Já o Centro e o Alentejo registaram os valores mais baixos (1.047 euros/m2 e 1.103 euros/m2, respetivamente). Como não há duas sem três, a Península de Setúbal apresentou o maior crescimento homólogo (17,2%) e não se registaram descidas.

“O valor mediano das moradias T2 diminuiu 21 euros, para 1.351 euros/m2, as T3 mantiveram o valor registado no mês anterior (1.376 euros/m2) e o das T4 desceu 6 euros, para 1.467 euros/m2”, descreve o INE.

Leia ainda: Qual o limite de financiamento no crédito habitação?

Perguntas frequentes

A avaliação bancária é essencial na concessão de crédito habitação. Nestas operações, os bancos têm de cumprir com as regras relativas ao rácio LTV (loan-to-value). Tirando algumas exceções, as instituições não podem emprestar mais de 90% do menor dos dois valores entre a aquisição do imóvel e a avaliação do imóvel por eles feita. Exceção para os jovens que podem beneficiar da garantia pública, se cumprirem com os critérios exigidos.

Ou seja, se comprar uma casa por 200 mil euros e o valor de avaliação for 160 mil euros, o banco só pode emprestar até 144 mil euros (90% de 160 mil).

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

Imobiliário