Vista aérea da zona do Carvoeiro em Portugal, com vista para o mar e para uma área residencial

As isenções de IMT e imposto do selo, e a garantia pública no crédito habitação levaram a um aumento da procura por parte dos jovens. Até agosto, 59% do montante de novo crédito para aquisição de habitação própria permanente foi contratado por pessoas até aos 35 anos, de acordo com a última nota de informação estatística do Banco de Portugal.

E apesar de comprarem casas mais baratas do que as faixas etárias seguintes, estes jovens pedem mais dinheiro ao banco e têm um rácio entre montante de crédito e preço médio da habitação superior. Ou seja, o LTV é superior, uma vez que o banco financia uma parte maior da casa.

Esta acaba por ser uma consequência natural, uma vez que estes jovens podem pedir crédito até 100% do valor da casa, quando em condições normais os bancos não devem emprestar mais do que 90%.

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Jovens cada vez mais presentes no mercado de crédito habitação

No relatório mensal de divulgação dos números de agosto, o Banco de Portugal diz que “nos primeiros oito meses de 2025, o montante acumulado de novos contratos de crédito para habitação própria permanente atingiu os 12 mil milhões de euros (8,2 mil milhões em igual período de 2024)”.

Se o montante de novos créditos já tem observado uma tendência de crescimento desde maio e 2023, o que agora ganha destaque é o peso dos jovens até aos 35 anos.

Até agosto, “contrataram 7,1 mil milhões daquele total, superando os 3,5 mil milhões registados em igual período de 2024”, destaca o Banco de Portugal. Ou seja, os jovens já representam 59% do montante de novo crédito para aquisição de habitação própria permanente.

Em comparação, entre janeiro de 2022 e julho de 2024 “o peso dos jovens nos novos contratos para aquisição de habitação própria permanente foi de 44%”. Importa referir que a medida que isenta os jovens de IMT e de imposto do selo sobre o valor da aquisição entrou em vigor em agosto de 2024.

Montante médio concedido aos jovens aumentou 43% desde o final de 2023

Entre janeiro de 2022 e dezembro de 2023, o montante médio de crédito habitação concedido a jovens manteve-se relativamente estável: passou de 136 mil euros para cerca de 135 mil euros.

No entanto, em 2024, esse montante começou a subir após a entrada em vigor das isenções fiscais. Em agosto do ano passado o montante médio foi de 159,2 mil euros.

E em agosto de 2025 ganhou ainda mais expressou: “o montante médio de crédito para habitação própria permanente concedido aos jovens foi de 192,6 mil euros, o que representa um aumento de 43% relativamente a dezembro de 2023”, explica o Banco de Portugal.

No mesmo período, o montante concedido nas faixas etárias seguintes aumentou 25%. Passou de 127.300 euros, em dezembro de 2023, para 159.200 euros em agosto de 2025.

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Compram casas mais baratas, mas têm um LTV mais alto

Nos primeiros oito meses de 2025, o preço médio da habitação própria e permanente comprada pelos jovens com recurso a crédito foi de 235.700 euros. Este valor representa um aumento de 8% em relação ao final de 2024.

Estes 235.700 euros são, ainda assim, inferiores ao preço médio de aquisição pelos mutuários com mais de 35 anos, que em agosto se fixou em 275.400 euros.

No entanto, o rácio LTV (loan-to-value) dos jovens é superior. Por outras palavras, quem tem até 35 anos pede uma percentagem superior de empréstimo em relação ao preço da casa. “O montante médio dos créditos obtidos pelos jovens representava 82% do preço médio de aquisição das habitações, um peso acima do observado entre os mutuários com mais de 35 anos (58%)”.

De acordo com o Banco de Portugal, isto “evidencia que o recurso a capitais próprios para aquisição de habitação era inferior entre os jovens”.

Desde que a garantia do Estado entrou em vigor, em janeiro de 2025, este rácio aumentou sete pontos percentuais entre os clientes jovens.

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Jovens já representam quase um quarto do total de empréstimos

O stock de empréstimos engloba todos os créditos habitação atualmente em vigor. Ou seja, soma os novos àqueles que já existiam. Em agosto, atingiu os 107,1 mil milhões de euros.

Destes, 23% dizem respeitos a mutuários até aos 35 anos, o que corresponde a um aumento de 3 pontos percentuais relativamente ao período homólogo.

Outro dado interessante é que os jovens contribuíram quase na totalidade para a variação homóloga do stock de empréstimos para a habitação, que cresceu 8,4% entre agosto de 2024 e agosto de 2025.

Perguntas frequentes

É o rácio entre o montante do empréstimo e o menor valor entre o seu preço de aquisição e o seu valor da avaliação. Regra geral, deve ser, no máximo de 90%.

No entanto, os jovens até aos 35 anos podem conseguir empréstimos com um LTV de 100%, graças à garantia pública.

A isenção de IMT e imposto do selo na compra da primeira habitação própria permanente por jovens até aos 35 anos entrou em vigor em agosto de 2024.

A garantia pública entrou em vigor em janeiro de 2025.

É a evolução em relação ao mesmo período do ano anterior. Por exemplo, se no terceiro trimestre de um ano um indicador tiver uma evolução em cadeia de 2%, significa que cresceu 2% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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