Pronto para mexer já no seu ranking de prioridades para 2024?  

O dossier da sustentabilidade/ESG assume o topo das prioridades para este ano, mas vai estender-se ao longo dos próximos anos.

Indiferente aos limites estabelecidos pela etiqueta social, e habituado a navegar por entre fechos de ano contabilístico, fiscal e civil, recorro à sabedoria popular para vos lembrar que vamos sempre a tempo. Neste caso, de desejar que o já instalado novo ano seja o mais feliz e bem-sucedido de sempre e que os desafios que nos aguardam, enquanto CFO, tenham muito mais de aliciante do que de dor.  

É certo que estes dias são de arranque e aplicação do que previamente foi definido, tantas vezes com diferentes arrumações na estrutura para se conseguir uma otimização dos recursos e da própria estratégia, mas, lá está, vamos sempre a tempo. Neste ponto específico, de reler e ajustar aquelas que elegemos como sendo as nossas prioridades para 2024.  

Diria que esta revisão da matéria quase que se impõe de forma orgânica, já que não podemos tirar os olhos da evolução diária da atual conjuntura económica, tanto no plano interno como externo. Se lá fora, lamentavelmente, os mísseis não deixam de cair, cá dentro, a ida às urnas obriga-nos a refletir sobre o que queremos para nós e para o país, esperando que tal reflexão não resulte na estagnação da economia. O país, as empresas e as famílias, no seu habitual registo resiliente, têm de estabelecer as suas metas e procurar soluções para alcançá-las.   

Acompanhamos tendências, ditamos prioridades  

Por mais que os habituais e valiosos estudos desenvolvidos por especialistas nos revelem as tendências e nos permitam enriquecer com o cruzamento de informação tão detalhada, não tenho dúvidas de que nem sempre vamos estar alinhados. O que, de resto, não nos deve preocupar. Isto porque, e uma vez mais com base no sábio povo, “só quem está dentro do convento é que sabe o que vai lá dentro”.   

Ter os mesmos desafios que os nossos pares, não significa que estes ocupam os mesmíssimos lugares no mais importante dos rankings – o nosso, o da nossa empresa. A ordem com que os priorizamos diz muito da maturidade alcançada.  

Se não vejamos. O mais recente Finance Executive Priorities Survey, da renomeada Gartner, mostra-nos que a maior mudança nas prioridades dos CFO é a importância da comunicação e envolvimento do board/comissão executiva. Segundo a análise comparativa feita pela consultora, esta era a terceira maior prioridade em 2023, mas caiu para o 12.º lugar no ranking de 2024.  

Para mim, a comunicação foi e será sempre uma prioridade. Estará, seguramente, nos nossos lugares cimeiros. Uma comunicação clara e transparente é um desafio gigante e é essencial para que uma organização/board esteja alinhada e possa tomar decisões com base em factos.  

Olhando para os resultados, talvez muitos CFO considerem ter conseguido o nível ideal de comunicação e, por isso, este ano, dão prioridade a outros pontos. Porém, defendo que este trabalho é ‘ad aeternum’ e, por isso, tem lugar cativo no pódio.  

Sustentabilidade e ESG lideram pelotão dos desafios  

A liderar este pódio das prioridades mantenho o que de mais desafiante temos vindo a enfrentar e que muita luta ainda nos vai dar em 2024 (e nos anos que se seguem): o dossier da sustentabilidade/ESG (Environmental, Social and Governance).  

O trio ‘Ambiente, Social e Governação’, com objetivos estratégicos associados à Agenda 2030 e aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) tem de ser o fio condutor da avaliação do desempenho das empresas em matéria de sustentabilidade.   

Neste cenário, importa dar total prioridade ao desafio de conseguir estar alinhado com todos os stakeholders, internos e externos, procurando ajustar os sistemas internos de forma a terem informação que possa ser transformada em KPIS (Indicadores-Chave de Desempenho), fulcrais para toda e qualquer tomada de decisão estratégica.   

Assim, nesta nobre missão de contribuir para a estratégia e crescimento da empresa, temos todo um novo ano para responder também, e independentemente do nível de prioridade, aos desafios que acarretam as disrupções oriundas das tecnologias emergentes; tal como às lutas no mercado de talento; à necessidade de fortalecer compliance e gestão de riscos; e ainda, à sempre premente necessidade de melhorar a eficácia da alocação de recursos e otimização dos custos.

Paulo Velho Cabral estudou Gestão no ISEG, com uma especialização em finanças na University of Chicago Booth School of Business. Realizou ainda o programa de Strategic Management da Universidade Católica, com passagem pela Northwestern University – Kellogg School of Management. Iniciou a sua experiência profissional há mais de 25 anos, na corretora de mercados financeiros Fincor e juntou-se ao Grupo Jerónimo Martins em 1999, onde consolidou a sua carreira nas áreas de Recursos Humanos e Financeira. É co-fundador do Doutor Finanças e desempenha funções enquanto Partner e Chief Financial Officer, tendo a seu cargo as áreas Financeira e de Compliance.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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