Imobiliário

Tendências de mercado? O mercado mudou…

A recolha e sistematização de dados de compra no mercado imobiliário em Portugal é fundamental para a adequação da nova habitação.

Não há dados atualizados e sistematizados sobre tendências de compra no mercado imobiliário português. É, por isso, frequente que promotores e investidores recorram a serviços de consultoria imobiliária para obter estudos sobre tendências e procura em determinadas zonas onde pretendem investir.

Contudo, o desafio é grande, pois existem poucas empresas dedicadas à área de consultoria imobiliária, e as que existem, focam-se geralmente em projetos de maior dimensão, o que dificulta a ação e decisão a promotores e investidores com projetos de menor porte ou valor de investimento.

Muitos destes promotores e investidores acabam, por isso, por recorrer a agentes imobiliários para obter informação concreta de terreno, com a clara vantagem de não terem de pagar um estudo e conseguindo, supostamente, informação credível e até recente. Contudo, há um senão, esta informação geralmente não é trabalhada.

E esta é a razão pela qual muitos promotores e investidores decidem fazer este trabalho in house utilizando os seus meios e até especialização em zona ou nicho, até pode ter vantagens interessantes. Contudo, há também um senão, a análise pode ser tendenciosa devido ao seu envolvimento com o projeto e devido às convicções fortes que possam ter sobre o mesmo ou em resultado da sua experiência.

Recentemente, fiz uma viagem de trabalho por vários estados do Brasil e, na primeira semana, estive totalmente dedicado a promotores e investidores locais. Depois de diversas trocas de experiências e após obtenção de dados e tendências, fiquei curioso sobre os novos compradores que existem no Brasil e que impactaram claramente a forma como hoje se constrói neste país.

Segundo a Datastore, empresa de estudos dedicada a promotores e investidores, há hoje tendências que não podem ser ignoradas na nova habitação.

Vejamos, em Portugal, assume-se geralmente os seguintes tipos de procura para produção de habitação:

Jovens

- Estudantes universitários

- Compradores de primeira casa

Famílias

- Casais recentes

- Casais que vivem juntos sem filhos

- Casais com filhos (1,2 ou 3)

- Famílias monoparentais

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Seniores

- Casais com filhos adultos que saíram de casa

Investidores

- Procuram propriedades que possam gerar retorno financeiro para compra e venda, arrendamento de curto ou longo prazo ou imóveis comerciais.

Expatriados, Estrangeiros, Nómadas Digitais

- Pessoas que se mudam para uma nova região ou país e que procuram habitações que atendam às suas necessidades específicas, como proximidade com a comunidade expatriada, escolas internacionais e facilidades de integração cultural ou espaços que permitam trabalho à distância com espaços de lazer.

Imigrantes

- Pessoas que procuram investir ou regressar ao seu país de origem.

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Pessoas em Transição

Indivíduos em transição de vida, como pessoas divorciadas, recém-divorciadas ou que estão em processos de mudança de carreira e que procuram habitações temporárias ou flexíveis que se ajustem às suas necessidades em constante mudança.

Há ainda pessoas que procuram uma casa com mais espaço, ou pessoas que procuram casas mais pequenas, mais longe da cidade, ou mais próxima do trabalho ou natureza.

Mas haverá outras tipologias? E será que as necessidades mudaram? E que as tendências serão outras?

Vejamos, no período de pandemia houve, por exemplo, uma tendência que se evidenciou, a procura imediata de habitações com áreas maiores e, sobretudo, áreas descobertas e a vontade de saída clara dos centros urbanos. O caso mais evidente desta tendência é o da região do Alentejo que viu muitas pessoas de centros urbanos a mudar de vida.

Mas voltando ao Brasil e aos estudos mais recentes, convém referir que este país é muito avançado no que diz respeito à nova construção, tratamento do cliente comprador e marketing de produto imobiliário. E tendo este facto em conta, quais foram os resultados dos últimos estudos feitos pela DataStore? Deixo-vos apenas uma síntese da procura mais pronunciada:

- Jovem Investidor

- Casal sem filhos

- Casal com 1 filho

- Casal com animal de estimação

- Comunidade LGBT

- Casal com + de 60 anos

- Solteiro convicto

Estes dados mostram os sete principais públicos de compradores que hoje existem no Brasil, dados obtidos pelo Censo de 2022 desse país e que, quando comparados com os anteriores, mostram uma clara evidência evolutiva de públicos tradicionais ou naturais.

Será que em Portugal estes sete públicos também se enquadram como prioritários? Será que o produto que está a ser construído tem em conta as suas necessidades? Uma das bases do marketing é a adaptação ou criação de produto para um público específico predefinido. No imobiliário, não é diferente.

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“O imobiliário é a minha vida e a minha vida é lidar com pessoas.” A viver em Lisboa e a trabalhar em Portugal, Espanha e Itália, Massimo Forte é acima de tudo um apaixonado pela área do imobiliário, um negócio que considera ser de pessoas para pessoas. Com mais de 25 anos de experiência nas maiores empresas de mediação imobiliária, hoje dedica-se a consultoria, formação e partilha de conhecimento como um dos maiores Real Estate Influencers em Portugal.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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