Eficiência energética: Melhorias permitiriam poupar 62% de energia

Se nas casas com certificado energético emitido fossem implementadas as recomendações de melhoria da eficiência energética, a poupança de energia poderia chegar aos 62%. É esta uma das conclusões da mais recente edição do relatório Energia em Números, publicado em maio de 2024.

Entres outros temas, o documento faz um retrato da eficiência energética em Portugal entre 2008 e 2023 e mostra que a maioria das habitações tem uma classe energética inferior a B-.

O relatório é feito pelo Observatório da Energia, pela Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) e pela Agência para a Energia (ADENE).

Eficiência energética na habitação tem vindo a melhorar, mas classe D ainda é líder

A eficiência energética na habitação é essencial para poupar energia e dinheiro. Por exemplo, uma casa mais eficiente arrefece menos no inverno e aquece menos no verão. Assim, não há tanta necessidade de usar sistemas de aquecimento ou arrefecimento para manter uma temperatura agradável. Para determinar a eficiência energética dos edifícios é usada uma escala de A+ (a melhor) a F (a pior).

Entre 2014 e 2023, a classificação energética tem vindo a melhorar, em Portugal. Se em 2014 apenas 10% dos certificados emitidos tinham uma classe igual ou superior a B, em 2023 este número subiu para 41%.

Ainda assim, no acumulado de certificados emitidos nesse intervalo de tempo, 65% não conseguem uma classificação melhor do que C. Os certificados com classe energética D são os que lideram (22%), seguidos dos de classe C (21%), E e A (ambos com 14%).

O setor residencial foi responsável pela emissão de 2,34 milhões de certificados energéticos até 2023.

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Melhorias permitiram poupar 62% de energia

Quando são emitidos, os certificados apontam um conjunto de eventuais medidas para melhorar a eficiência energética. De acordo com o relatório Energia em Números, foram propostas, em média, cerca de três melhorias por certificado, entre 2014 e 2023.

A maior parte sugere intervenções ao nível das paredes, coberturas, equipamentos de
AVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado) e equipamentos para produção de água quente sanitária.

O investimento nos sistemas AVAC é apontado como o mais caro (3.414 euros, em média), mas, ao mesmo tempo, é aquele em que a recuperação do valor investido é mais rápida (cerca de quatro anos), fruto da poupança de 823 euros por ano conseguida com essas intervenções.

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Comércio e serviços podiam poupar com melhorias na iluminação e ar condicionado

Entre 2008 e 2023, foram emitidos 292 mil certificados, dos quais as classes A+ e A representam apenas 4,6%. Aqui, o grande destaque vai para a classe C, que representa quase metade dos certificados energéticos emitidos (46%).

Ao mesmo tempo, foram propostas 268 mil medidas de melhoria, cuja grande maioria (67%) é referente à iluminação e aos sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado. O relatório refere, a este propósito, que as "intervenções na iluminação serem de relativa facilidade de implementação".

Para implementar todas as propostas, o investimento média seria de 14.183 e permitiria uma poupança média de 1.594 euros. Além disso, o setor do comércio e dos serviços conseguiria poupar 12% de energia.